sábado, 22 de novembro de 2014

Hostória pra Manoel dormir



                                                 Manoel de Barros, por Lesma.

Foi o próprio Manoel quem nos ensinou o alfabeto dos pregos enquanto os outros declamavam os gregos.
Fico com o homem que deu dignidade e RG às lesmas, nos deu a receita do viés à terra. Chamou-nos ao monturo e de lá de sua tribuna magistral, apontou trilhas das formigas, um Xamã dando sentido, luz e filosofia à tribo.
O prego arrancado feito dente, no soco, trouxe um pedaço da gengiva da 
madeira, cisco que o artesão tranforma em São Francisco, o resto podre de madeira casou com a ferrugem simpática do prego.
Na trespectativa o menino disse -" que bom que voce fez um travesseirinho pra ele". Nesse exato momento, desceu, no tresboliço do subscrito, uma cortina imensa floreada em céu, apareceu não sei de onde uma revoada de pombos, entoando um funk da moda. Do outro lado um coral com setenta cães ganindo e seus donos, todos castrados, um DJ vegetariano, começou a rodar os discos e a platéia, carente e ensandecida, começou a tirar as roupas, um drone imitando a Joelma batia o cabelo, enquanto o menino contrariado, desenhava com lápis de cor, vovó, tentando manter a ordem, gritava: Parem , Parem... mais eles se masturbavam, mentalmente, é claro. Sei que não foi fácil, mas até hoje está lá, uma plaquinha comemorativa do feito.
Manoel de Barros
Visitou nossa Escola
Ele riu muito, no meio da hostória e dormiu sorrindo pra acordar na eternidade, com um prego torto na mão.

Hélio Leites

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Nascimentos célebres, Voltaire, Magritte e Tolkien



Pintura de René Magritte


1) Voltaire -  François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1694 — Paris, 30 de maio de 1778), foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês.
Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio. É uma dentre muitas figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana. Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras2 em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de dois mil livros e panfletos.
Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e severas punições para quem as quebrasse. Um polemista satírico, ele frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo. Voltaire é o patriarca de Ferney. Ficou conhecido por dirigir duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes e, para escapar a uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de John Locke.

2)René François Ghislain MagritteMagritte nasceu em Lessines, Bélgica, no dia 21 de Novembro de 1898, filho caçula de Léopold Magritte. Em 1912 sua mãe, Régina, cometeu suicídio por afogamento no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado das águas do rio.
Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu Georgette Berger, com quem se casou em 1922. Trabalhou em uma fábrica de papel de Parede, e foi designer de cartazes e anúncios até 1926, quando um contrato com a Galerie la Centaure, na capital belga, fez da pintura sua principal atividade. Nesse mesmo ano, Magritte produziu sua primeira pintura surrealista, Le jockey perdu, tendo sua primeira exposição apresentada no ano seguinte.
René Magritte praticava o surrealismo realista, ou “realismo mágico”. Começou imitando a vanguarda, mas precisava realmente de uma linguagem mais poética e viu-se influenciado pela pintura metafísica de Giorgio de Chirico.
Magritte tinha espírito travesso, e, em A queda, seus bizarros homens de chapéu-coco despencam do céu absolutamente serenos, expressando algo da vida como conhecemos. Sua arte, pintada com tal nitidez que parece muitíssimo realista, caracteriza o amor surrealista aos paradoxos visuais: embora as coisas possam dar a impressão de serem normais, existem anomalias por toda a parte: A Queda tem uma estranha exatidão, e o surrealismo atrai justamente porque explora nossa compreensão oculta da esquisitice terrena.
Mudou-se para Paris em 1927, onde começou a se envolver nas atividades do grupo surrealista, tornando-se grande amigo dos poetas André Breton e Paul Éluard e do pintor Marcel Duchamp.
Quando a Galerie la Centaure fechou e seu contrato encerrou, Magritte retornou a Bruxelas. Permaneceu na cidade mesmo durante a ocupação alemã, na Segunda Guerra Mundial.
Seu trabalho foi exposto em 1936 na cidade de Nova York, Estados Unidos, e em mais duas exposições retrospectivas nessa mesma cidade, uma no Museu de Arte Moderna, em 1965, e outra no Metropolitan Museum of Art, em 1992.
Magritte morreu de câncer em 1967 e foi enterrado no Cemitério do Schaerbeek.

3) Christopher Reuel Tolkien (21 de novembro de 1924) é o terceiro filho de J. R. R. Tolkien, e é mais conhecido por ser o editor de muitos trabalhos postumamente publicados de seu pai. Foi ele também quem desenhou o mapa original para O Senhor dos Anéis de seu pai.
Christopher Tolkien nasceu em Leeds, na Inglaterra, o terceiro de quatro filhos do autor John Ronald Reuel Tolkien. Foi educado na Dragon School em Oxford, e então na Oratory School. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele serviu como piloto da Força Aérea Real, cursando Inglês depois na Universidade de Oxford.
Há muito ele tem sido parte da obra de seu pai, primeiro ainda criança, quando ouvia os contos sobre Bilbo Bolseiro, e então como adolescente e adulto, ajudando o pai na fase ainda de gestação do Senhor dos Anéis, interpretando os mapas por vezes contraditórios do pai para os mapas da Terra Média para produzir as versões usadas nos livros, e, no fim dos anos 70, ele redesenhou o mapa para esclarecer a caligrafia e corrigir alguns erros e omissões.
Leia mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/21_de_novembro

Dia mundial da saudação


Os gestos que simbolizam os cumprimentos variam de cultura para cultura. No Ocidente e na maioria do mundo, entre homem-homem costuma-se utilizar o aperto de mão.
Entre homem-mulher, mulher-mulher que não tem certa intimidade, também. É comum se utilizar um, dois ou até três beijos no rosto entre homem-mulher, mulher-mulher que já são colegas ou amigos há algum tempo.
Em alguns países da Ásia, se cumprimenta unindo as próprias mãos. No Japão as saudações se dão normalmente curvando a coluna e os apertos de mão são comumente feitos em conjunto com a forma tradicional de saudação.
Entre árabes, o cumprimento normal entre dois homens amigos é a troca de beijos nas faces. Na Itália, o beijo no rosto entre homens familiares também é comum.
O dia Mundial da Saudação é um dia nobre e de grande motivação. Foi celebrado pela primeira vez em 1973. Os antecedentes a este dia começaram em 1967 com a guerra dos seis dias (ocupação da Península do Sinai, da Faixa de Gaza e dos Montes Golan por parte de Israel). Em Outubro de 1973, uma coligação entre Síria e o Egipto lançou um duplo ataque às linhas israelitas, atacando no Sinai e nos Montes Golan, dando origem à Quarta Guerra Israelo-Árabe.
Foi justamente enquanto se travava esta guerra (mais uma) no Médio Oriente, que dois professores norte-americanos, Brian McCormack (Universidade do Arizona) e Michael McCormack (Universidade de Harvard), decidiram instituir o World Hello Day.
Neste dia, há o incentivo de se cumprimentar pelo menos 10 pessoas e através deste gesto, demonstrar a importância do contato entre os seres humanos, como forma de se preservar a paz no Mundo, sem a utilização da força.
Este dia é celebrado em todo o Mundo, por pessoas de 180 países diferentes. É um dia essencialmente para celebrar a paz mundial.
Leia mais em: http://www.amambainoticias.com.br/geral/21-de-novembro-dia-mundial-da-saudacao

Mike Nichols, diretor de 'A 1ª noite de um homem', morre aos 83 anos


Mike Nichols (Foto: AP Photo/Chris Pizelle, FILE)

O cineasta americano de origem alemã Mike Nichols, ganhador do Oscar de melhor diretor por "A primeira noite de um homem" (1967) e conhecido também por filmes como "Closer: Perto demais" (2004), morreu nesta quarta-feira (19) aos 83 anos, informa o site da ABC News.
A morte foi anunciada em nota assinada pelo presidente da emissora, James Goldston. Nichols era casado com Diane Sawyer, apresentadora da ABC News. Segundo a agência France Presse, Nichols sofreu um ataque cardíaco.
"Ele era um verdadeiro visionário, ganhou os maiores prêmios por seu trabalho como diretor, roteirista, produtor e humorista, e foi um dos poucos que venceu o EGOT – Emmy, Oscar, Grammy e Tony – durante a carreira", destacou Goldston, referindo-se às principais premiações do cinema, da TV, da música e do teatro nos Estados Unidos.
Veja, abaixo, a filmografia de Mike Nichols:
"Jogos do poder" (2007)
"Closer: Perto demais" (2004)
“Uma lição de vida” (2001)
“De que planeta você veio?” (2000)
“Segredos do poder” (1998)
“A Gaiola das Loucas” (1996)
“Lobo” (1994)
“Uma segunda chance” (1991)
“Lembranças de Hollywood” (1990)
“Uma secretária de futuro” (1988)
“Metido em encrencas” (1988)
“A difícil arte de amar” (1986)
“Silkwood: O retrato de uma coragem” (1983)
“O golpe do baú” (1975)
“O dia do golfinho” (1973)
“Ânsia de amar” (1971)
“Ardil 22” (1970)
“A primeira noite de um homem” (1967)
“Quem tem medo de Virginia Woolf?” (1966)
Leia a matéria completa em: http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2014/11/mike-nichols-diretor-de-closer-perto-demais-morre-aos-83-anos-diz-tv.html

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Racismo e preconceito




A ORIGEM DO BULLYING É O PRECONCEITO?
             

O fenômeno bullying acontece nas escolas, nos clubes, nos condomínios e até mesmo no trabalho. Onde quer que existam relações entre pessoas, provavelmente existirá alguém que queira se destacar apoiando-se no declínio de outro. 
             Assim é o bullying, situações de violências físicas e morais concretizadas pelo autor das agressões que possui um único desejo: se destacar perante a turma. Do outro lado, encontra-se o alvo, aquele que mesmo sem ter motivado as agressões, as recebe gratuitamente. Esta é uma das características desse fenômeno.
             O fato das agressões acontecerem sem nenhum motivo que as justifiquem nos leva a pensar no preconceito. Porém, será que o autor de bullying escolhe seu alvo por ele ser alto, baixo, gordo, magro, usar óculos ou não? Apenas a aparência é o determinante para um indivíduo se tornar alvo?
             Pensar deste modo é comum, mas devemos tomar cuidado e entender os reais motivos que levam um autor de bullying a escolher seu alvo, evitando o preconceito e as rotulações. 
             As características mais comuns entre os alvos são: timidez, pouca sociabilidade, auto-estima baixa e insegurança. Estas propriedades podem ser permanentes – quando fazem parte do temperamento e personalidade do indivíduo – ou, podem ser temporárias – quando passam a existir devido algum acontecimento ou fase da vida, como por exemplo: a mudança para uma nova escola. 
             O autor de bullying escolhe seu alvo primeiramente por este possuir as características descritas acima e não por causa da sua aparência. Um indivíduo popular e que se expressa bem, dificilmente se tornará alvo, pois rapidamente daria um basta nas agressões. Ou seja, não é apenas pelo preconceito que se inicia um caso de bullying. 
             O autor de bullying é motivado por possuir poucos freios morais. Falta-lhe o respeito ao próximo, as regras e a idéia do que é justiça. Na maioria das vezes, pouco lhe foi ensinado sobre limites, cidadania, ações e conseqüências. E, para agravar mais a situação do autor, as pesquisas nos indicam que este cresceu em um ambiente agressivo ou permissivo em excesso. 
             Sendo assim, é muito importante entendermos que punições aos autores de bullying não resolverão os casos. O autor precisa da atenção responsável de seus pais e de sua escola, para que estes, unidos, possam ensiná-los, ainda que tarde, o que é viver em comunhão com o próximo.


 LIBERDADE PARA O RACISMO

Há alguns dias, uma revista francesa publicou na sua capa uma foto da ministra da Justiça da França, a negra Christiane Taubira, comparando-a a uma macaca à procura de banana.
Ela já havia sido comparada ao nosso parente distante por uma criança em uma manifestação anticasamento homossexual, sem que ninguém esboçasse uma reação indignada. A maior indignação partiu, vejam só vocês, da revista em questão, que inverteu o jogo alegando que tudo era apenas uma piada e que não suportava a “ditadura do politicamente correto”.
É interessante perceber como, atualmente, todos os que são pegos em franco delito de racismo e preconceito (contra imigrantes, ciganos, árabes, negros, índios, homossexuais, ecologistas, feministas) alegam, na verdade, serem perseguidos pela implacável polícia do politicamente correto. Estamos diante de uma legião de humoristas incompreendidos a lutar contra burocratas da língua que procuram impor à sociedade um discurso asséptico e uma maneira de ser.
Afinal, que época é esta em que não se pode mais chamar uma negra de macaca, ou dizer, com uma ironia calculada, que mulher gosta é de apanhar? Será que todos perderam seu senso de humor?
Há anos, isso era tão engraçado, mas, agora, as pessoas parecem que se deixam policiar por todos os lados, abrindo mão de sua liberdade de livre-pensar e brincar de adolescentes à procura da opinião mais bombástica capaz de chocar seus pais intelectualizados. Sim, meus amigos, a mais nova moda é chamar racismo e preconceito de afirmação rebelde da liberdade.
Esses estilistas do ressentimento social apareceram travestindo inicialmente seu discurso político de indignação moral. Foram imbuídos do dever de denunciar todos os que usavam o palavreado da igualdade e da tolerância e que, segundo eles, procuravam ganhar dinheiro em ONGs ou aumentar sua vontade de poder.
Mas, em vez de criticar a pretensa hipocrisia em questão e defender a igualdade e a tolerância de seus usurpadores, eles preferiram aproveitar o que entendiam como fraqueza moral de seus oponentes e colocar na avenida todo o ressentimento escondido durante décadas.
Assim, aquele sentimento de desconforto diante da diferença e da transformação social, de recusa a autocrítica de seus próprios valores, de mediocridade medrosa e de colonialismo xenófobo mal disfarçado podiam, enfim, voltar. Pior, voltar com o selo da liberdade. Poucos, entretanto, se enganam com o tipo de mundo medieval e pequeno que tal “liberdade” produz.
Vladimir Safatli