sábado, 26 de janeiro de 2013

Com fotos e televisores antigos, museu preserva a história da televisão

 

Quando a televisão surgiu no Brasil, em 1950, todos os programas eram exibidos ao vivo, porque não havia tecnologia para gravá-los. Diariamente, das 20h às 22h, um episódio da novela (que passava só duas vezes por semana) ou uma peça de teatro, por exemplo, eram encenados em frente às câmeras.

Por causa da dificuldade tecnológica, muito da memória desse período se perdeu. Um lugar, porém, reúne parte do que sobrou dessa história: o Museu da TV, localizado no bairro do Sumaré.

A atriz Vida Alves, que fez parte da equipe original da TV Tupi - a primeira emissora de televisão do Brasil, converteu sua casa na sede do museu. Ali, é possível ver fotos, figurinos, câmeras e aparelhos de televisão antigos. E, na memória, ela armazena histórias sobre a primeira transmissão do canal e sobre o primeiro beijo na boca exibido na televisão brasileira (do qual ela fez parte, com o ator Walter Foster).

Museu da TV
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         Gabo Morales/Folhapress

JOGO DE CINTURA

No começo, Vida conta que não havia departamento de figurino. Cada ator vestia as próprias roupas ou arranjava as próprias fantasias. "Se fosse uma roupa de um personagem mais velho, levava da mãe. Se fosse mais velho ainda, levava da avó", ela lembra.

Os cenários também eram improvisados. Vida relata que para fazer uma cena em um lago cercado de plantas, os funcionários recolheram galhos pelas ruas próximas à emissora e os organizaram ao redor da banheira de borracha usada pelos filhos pequenos da atriz.

PARA CRIANÇAS

Não demorou para alguém pensar em fazer programas para crianças. A autora Tatiana Belinky e o seu marido, o médico Júlio Gouveia, conseguiram do amigo Monteiro Lobato autorização para adaptar para a televisão as aventuras da turma do Sítio do Picapau Amarelo, que foram ao ar pela primeira vez em 1951.

Outros programas para o público infantil foram criados e a programação foi ampliada para começar às 18h. Vida Alves foi a idealizadora de um desses programas, chamado "Ciranda Cirandinha". "Era parecido com o 'Chaves'", diz a atriz. Nele, um grupo de crianças brincava a na rua e interagia com os adultos que passavam por ali.

MUSEU

Histórias como estas estão preservadas no acervo do museu, que foi montado com doações de atores e outros profissionais veteranos da televisão. As inúmeras fotos em exposição trazem rostos conhecidos até hoje, de atores e atrizes como Suzana Vieira, Regina Duarte, Tarcísio Meira e do apresentador Cid Moreira.

Quem visita o museu também pode ver peças do figurino usado por Alves na novela "Sua Vida Me Pertence" (1951), a primeira câmera de televisão do Brasil, prêmios e troféus do rádio e da televisão e conhecer a dona da casa, que ao final das visitas monitoradas faz uma pequena palestra.

CIDADE DA TV

Parte do acervo reunido pelo museu está em exposição na Cidade da TV, que fica na Cidade da Criança, em São Bernardo do Campo.

Além de apresentar a história da televisão desde os tempos em que era preto e branco, a atração também tem uma tela interativa --que reage aos passos dos visitantes que caminham sobre ela-- e o uniforme vestido pelo Capitão 7, estrela de um programa que foi ao ar de 1954 a 1966 na TV Record.

PARA CONFERIR
Museu da Televisão
QUANDO: A partir de 18/2. Visitas devem ser agendadas pelo telefone 0/xx/11/3872-7743 ou por e-mail protv.museudatv@gmail.com e acontecem de segunda à sexta, das 10h às 18h.
ONDE: r. Vargem do Cedro, 140 - Sumaré - São Paulo / SP
QUANTO: R$ 5

Cidade da TV
QUANDO: de terça a domingo, das 9h às 17h
ONDE: Cidade da Criança - Rua Tasman, 301 - São Bernardo do Campo
QUANTO:de R$ 5 a R$ 10

http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1218580-com-fotos-e-televisores-antigos-museu-preserva-a-historia-da-televisao.shtml

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