Nascimento:1841/08/17 Nossa Senhora da Piedade (Rio Claro/RJ)
Morte: 1875/02/18 Niterói RJ
Época: Romantismo (Segunda Geração)
País: Brasil
Fagundes Varela (Nossa Senhora da Piedade [Rio Claro] RJ 1841 - Niterói RJ 1875) publicou seu primeiro livro de poesia, Noturnas, em 1861. Na época, já havia publicado artigos e poemas na Revista Dramática e Revista da Associação Recreio Instrutivo, de São Paulo SP. Em 1961 também publicou os folhetins As Ruínas da Glória e A Guarida de Pedra, e de poemas em homenagem aos atores Furtado Coelho, Eugênia Câmara e João Caetano, no Correio Paulistano. Entre 1862 e 1866 cursou Direito em São Paulo e em Recife PE, mas não chegou a concluir a faculdade. Sua obra poética inclui os livros O Estandarte Auriverde (1863), Vozes da América (1864), Cantos e Fantasias (1869), Cantos Meridionais (1869), Cantos do Ermo e da Cidade (1869), Anchieta; ou, O Evangelho nas Selvas (1875), e os póstumos Cantos Religiosos (1878) e O Diário de Lázaro (1880). Em 1882 foram publicadas suas Obras Completas, e em 1857 suas Poesias Completas. Fagundes Varela é um dos nomes mais importantes do Romantismo brasileiro. Segundo o crítico Edgard Cavalheiro, "sua poesia, pelo menos a mais expressiva, aquela que mais alto o eleva, focaliza, com uma constância digna de nota num temperamento tão versátil, a luta entre a cidade e o campo, entre a solidão e o convívio social. Nesse dualismo Fagundes Varela se debateu, numa luta que assume, por vezes, aspectos de intensa dramaticidade.".
IDEAL
Não és tu quem eu amo, não és!
Nem Teresa também, nem Ciprina;
Nem Mercedes a loira, nem mesmo
A travessa e gentil Valentina.
Quem eu amo te digo, está longe;
Lá nas terras do império chinês,
Num palácio de louça vermelha
Sobre um trono de azul japonês.
Tem a cútis mais fina e brilhante
Que as bandejas de cobre luzido;
Uns olhinhos de amêndoa, voltados,
Um nariz pequenino e torcido.
Tem uns pés... oh! que pés, Santo Deus!
Mais mimosos que uns pés de criança,
Uma trança de seda e tão longa
Que a barriga das pernas alcança.
Não és tu quem eu amo, nem Laura,
Nem Mercedes, nem Lúcia, já vês;
A mulher que minh'alma idolatra
É princesa do império chinês.
(Publicado no livro Vozes da América: poesias (1864).
In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora. Introd. Frederico José da Silva Ramos. São Paulo: LEP, 1959. v.2, p.11 )
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