Algumas pessoas têm uma tristeza crônica. Ou um mal humor tão enraizado que nem elas mesmas percebem, algo como uma chatice, implicância, um desânimo total.
Outro dia entusiasmadíssima fui contar um acontecimento da minha vida para uma dessas pessoas. Estava tão feliz que por algum tempo apaguei da minha memória seu estilo de mal dizer a vida.
Primeiro que não atendeu ao telefone. Lá pela terceira chamada, alguém atende e peço que lhe levem o telefone. Bastou ouvir o “Alô” para que eu voltasse a colocar os pés no chão. Era um “Alo” do tipo, “quem resolveu interromper meu processo de morte? “.
— “O que você quer?” vem no lugar de “Oi tudo bem?”
Imediatamente calei meu coração alegre e escondi minhas novidades que certamente incomodariam profundamente meu ouvinte e lasquei:
Só liguei para saber como você está!?
— Ah, você não sabe, estou mal porque......
E aí surge uma enorme lista como o funcionário que faltou, a máquina que estragou, a prestadora de serviço que falhou, o gerente do banco que ligou para ir fazer o cadastro pela enésima vez, o combustível que aumentou, o mecânico que o enganou, o vizinho que reclamou do barulho, a entrega que atrasou, a dor de cabeça, o chiado no peito, o joelho que falhou, o remédio que faltou, o médico que viajou e as mazelas continuam em um sem fim de acontecimentos que te fazem perguntar como realmente que o individuo ainda está vivo.
E..... ops a ligação caiu e agora ele vai poder incluir na lista que os telefones estão péssimos hoje e continuar com seu azedume.
Sem dúvida, algumas pessoas não foram feitas para compartilharem bons momentos.... penso que de tão despreparadas podem não passar bem.
Melhor não incomodar com boas notícias!
Eliziane Pacheco
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