Distante trinta léguas pouco mais ou menos da bella cidade do Recife, capital de Pernambuco, existe a florescente Caruarú.
Bafejada pelos beneficos ares das \onas sertanejas, é ella escolhida por todos aquelles, que, depauperados pelo excesso do trabalho, ou pelos encommodos phycicos, procuram recuperar as forças perdidas do seu organismo, e, diga-se a verdade, quasi todos conseguem salutares effeitos!
Como não ser assim... se à salubridade do seu clima acresce o necessário aceio de suas ruas?
Agrada ao viajante, depois de uma viagem enfadonha, pizar no solo caruaruense.
As ruas largas e de uma meticulosa limpeza, unidas umas as outras por estreitas vielas que também primam pelo aceio, produzem as mais agradaveis impressões a que corresponde o coração!
À noite, quando a lua em toda sua plenitude vagueia magestosamente pela asulea esphera, derramando a luz de seus raios prateados sobre esta cidade, a torna ainda mais bella e mais attrahente!
Respira-se um ar embalsamado, fazendo crer que a natureza ostente uma primavera em flor!
No alto do monte mais proximo, foi construida com arte a igrejinha, symbolo da fé e homenagem a Deus do seculo vigesimo! Ali, constantemente vai a maior parte dos habitantes, alguns para a pratica de suas orações, outros, porém, para a contemplação que se descortina do alto do lindo panorama da sympathica Caruaru!
Zelosamente administrada tende a ser do Estado de Pernambuco a mais bella e adiantada de suas cidades.
Descrevendo estas minhas impressões, apenas dou azas a fraca imaginação para se expandir nos sentimentos que me pertencem de minha singella opinião.
Desculpai leitores.
Santina Potyguaré
Da revista O Lyrio, nº 15, janeiro de 1904, PE
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Poesia
Temática mitológica: Joanyr de Oliveira
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