domingo, 27 de outubro de 2013

Soneto

    Falecimento de Mário Faustino (1962,  Pachacana, Peru)

    Bronze e brasa na treva: diamantes
    pingam
    (vibram)
    lapidam-se
    (laceram)
    luz sólida sol rijo ressonantes
    nas arestas acesas: não vos deram,
    calhaus
                 (calhaus arfantes),
                                                outro leito
    corrente onde roçar-vos e suaves
    vossas faces tornardes vosso peito
    conformar
                   (como sino)
                                      como de aves
    em brado rebentando em cachoeira
    dois amantes precípites brilhando:
    tições em selvoscura: salto!
                                               beira
    de sudário ensopado abismos armando
    amor
    amor
    amora
    morte
          ramo
    de outro fruta amargosa bala!
                                                e gamo.

     

    Mário Faustino

    Do livro: "A poesia piauiense no século XX", FCMC, Imago, 1995, PI/RJ

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