quarta-feira, 10 de agosto de 2016

193 anos de nascimento de Gonçalves Dias!




Gonçalves Dias (Antônio Gonçalves Dias), poeta, professor, crítico de história, etnólogo, nasceu em Caxias, MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio, no Maixio dos Atins, MA, em 3 de novembro de 1864. É o patrono da cadeira n. 15, por escolha do fundador Olavo Bilac.
Era filho natural de João Manuel Gonçalves Dias, comerciante português, natural de Trás-os-Montes, e de Vicência Ferreira, mestiça. Perseguido pelas exaltações nativistas, o pai refugiara-se com a companheira perto de Caxias, onde nasceu o futuro poeta. Casado em 1825 com outra mulher, o pai levou-o consigo, deu-lhe instrução e trabalho e matriculou-o no curso de Latim, Francês e Filosofia do Prof. Ricardo Leão Sabino. Em 1838 Gonçalves Dias embarcaria para Portugal, para prosseguir nos estudos, quando lhe faleceu o pai. Com a ajuda da madrasta pôde viajar e matricular-se no curso de Direito em Coimbra. A situação financeira da família tornou-se difícil em Caxias, por efeito da Balaiada, e a madrasta pediu-lhe que voltasse, mas ele prosseguiu nos estudos graças ao auxílio de colegas, formando-se em 1845. Em Coimbra, ligou-se Gonçalves Dias ao grupo dos poetas que Fidelino de Figueiredo chamou de “medievalistas”. À influência dos portugueses virá juntar-se a dos românticos franceses, ingleses, espanhóis e alemães. Em 1843 surge a “Canção do exílio”, uma das mais conhecidas poesias da língua portuguesa.
Regressando ao Brasil em 1845, passou rapidamente pelo Maranhão e, em meados de 1846, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde morou até 1854, fazendo apenas uma rápida viagem ao Norte em 1851. Em 1846 havia composto o drama Leonor de Mendonça, que o Conservatório do Rio de Janeiro impediu de representar a pretexto de ser incorreto na linguagem; em 1847 saíram os Primeiros cantos, com as “Poesias americanas”, que mereceram artigo encomiástico de Alexandre Herculano; no ano seguinte, publicou os Segundos cantos e, para vingar-se dos seus gratuitos censores, conforme registram os historiadores, escreveu as Sextilhas de Frei Antão, em que a intenção aparente de demonstrar conhecimento da língua o levou a escrever um “ensaio filológico”, num poema escrito em idioma misto de todas as épocas por que passara a língua portuguesa até então. Em 1849, foi nomeado professor de Latim e História do Colégio Pedro II e fundou a revista Guanabara, com Macedo e Porto-Alegre. Em 1851, publicou osÚltimos cantos, encerrando a fase mais importante de sua poesia.
A melhor parte da lírica dos Cantos inspira-se ora da natureza, ora da religião, mas sobretudo de seu caráter e temperamento. Sua poesia é eminentemente autobiográfica. A consciência da inferioridade de origem, a saúde precária, tudo lhe era motivo de tristezas. Foram elas atribuídas ao infortúnio amoroso pelos críticos, esquecidos estes de que a grande paixão do poeta ocorreu depois da publicação dos Últimos cantos. Em 1851, partiu Gonçalves Dias para o Norte em missão oficial e no intuito de desposar Ana Amélia Ferreira do Vale, de 14 anos, o grande amor de sua vida, cuja mãe não concordou, ao que tudo indica por motivos de sua origem bastarda e mestiça. Frustrado, casou-se no Rio, em 1852, com Olímpia Carolina da Costa. Foi um casamento de conveniência, origem de grandes desventuras para o poeta, devidas ao gênio da esposa, da qual se separou em 1856. Tiveram uma filha, falecida na primeira infância.
Nomeado para a Secretaria dos Negócios Estrangeiros, permaneceu na Europa de 1854 a 1858, em missão oficial de estudos e pesquisa. Em 1856, viajou para a Alemanha e, na passagem por Leipzig, em 1857, o livreiro-editor Brockhaus editou os Cantos, os primeiros quatro cantos de Os Timbiras, compostos dez anos antes, e o Dicionário da língua Tupi. Voltou ao Brasil e, em 1861 e 1862, viajou pelo Norte, pelos rios Madeira e Negro, como membro da Comissão Científica de Exploração. Voltou ao Rio de Janeiro em 1862, seguindo logo para a Europa, em tratamento de saúde, bastante abalada, e buscando estações de cura em várias cidades européias. Em 25 de outubro de 1863, embarcou em Bordéus para Lisboa, onde concluiu a tradução de A noiva de Messina, de Schiller. Voltando a Paris, passou em estações de cura em Aix-les-Bains, Allevard e Ems. Em 10 de setembro de 1864, embarcou para o Brasil no Havre no navio Ville de Boulogne, que naufragou, no Baixio de Atins, nas costas do Maranhão, tendo o poeta, que já se encontrava agonizante, perecido no camarote, sendo a única vítima do desastre, aos 41 anos de idade.
Todas as suas obras literárias, compreendendo os Cantos, as Sextilhas, a Meditação e as peças de teatro (Patkul,Beatriz Cenci e Leonor de Mendonça), foram escritas até 1854, de maneira que, segundo Sílvio Romero, se tivesse desaparecido naquele ano, aos 31 anos, “teríamos o nosso Gonçalves Dias completo”. O período final, em que dominam os pendores eruditos, favorecidos pelas comissões oficiais e as viagens à Europa, compreende o Dicionário da língua Tupi, os relatórios científicos, as traduções do alemão, a epopeia inacabada Os Timbiras, cujos trechos iniciais, que são os melhores, datam do período anterior.
Sua obra poética, lírica ou épica, enquadrou-se na temática “americana”, isto é, de incorporação dos assuntos e paisagens brasileiros na literatura nacional, fazendo-a voltar-se para a terra natal, marcando assim a nossa independência em relação a Portugal. Ao lado da natureza local, recorreu aos temas em torno do indígena, o homem americano primitivo, tomado como o protótipo de brasileiro, desenvolvendo, com José de Alencar na ficção, o movimento do Indianismo. Os indígenas, com suas lendas e mitos, seus dramas e conflitos, suas lutas e amores, sua fusão com o branco, ofereceram-lhe um mundo rico de significação simbólica. Embora não tenha sido o primeiro a buscar na temática indígena recursos para o abrasileiramento da literatura, Gonçalves Dias foi o que mais alto elevou o Indianismo. A obra indianista está contida nas “Poesias americanas” dos Primeiros cantos, nos Segundos cantos eÚltimos cantos, sobretudo nos poemas “Marabá”, “Leito de folhas verdes”, “Canto do piaga”, “Canto do tamoio”, “Canto do guerreiro” e “I-juca-pirama”, este talvez o ponto mais alto de sua obra e de toda a poesia indianista. É uma das obras-primas da poesia brasileira, graças ao conteúdo emocional e lírico, à força dramática, ao argumento, à linguagem, ao ritmo rico e variado, aos múltiplos sentimentos, à fusão do poético, do sublime, do narrativo, do diálogo, culminando na grandeza da maldição do pai ao filho que chorou na presença da morte.
Pela obra lírica e indianista, Gonçalves Dias é um dos mais típicos representantes do Romantismo brasileiro e forma, com José de Alencar na prosa, a dupla que conferiu caráter nacional à literatura brasileira.
http://www.academia.org.br/academicos/goncalves-dias/biografia

sexta-feira, 29 de julho de 2016

LITERATURA DE CORDEL: A MEMÓRIA DO SERTÃO EM FOLHETOS

Ai! Se sêsse!…
(Zé da Luz)
Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dois se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?


Versos despreocupados, linguajar informal e livretos coloridos. Esses são os ingredientes principais para compor uma boa literatura de cordel.
Inspirada na literatura de cordel portuguesa, onde os autores declamavam seus textos para o público acompanhados do som de uma viola, e também na literatura francesa de colportage do século XVII, que tinha o objetivo de difundir a linguagem popular, a nossa literatura de cordel veio com os próprios colonos portugueses e nasceu no Nordeste do Brasil. Seus versos falam sobre a trajetória do povo do sertão.
Os textos são poéticos, rimados e publicados em pequenos livros de papel feitos manualmente pelos próprios autores. Eles são feitos com apenas uma folha dobrada estrategicamente para formar oito páginas, mas alguns podem chegar até 32. A venda também é feita pelos autores, geralmente em feiras nordestinas ou nas ruas, onde são expostos em um fio de barbante.
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Os temas são variados e representam, principalmente, a opinião do autor a respeito de algo na sociedade e no seu cotidiano. A linguagem não é impessoal e muito menos imparcial, são utilizadas várias técnicas de persuasão para convencer o leitor a acreditar nos acontecimentos narrados nos cordéis.
Os assuntos transitam entre aventuras, mitos, lendas, romances, boatos e histórias cômicas. É muito comum encontrar também cordéis que reproduzem desafios de ícones nordestinos como Lampião, Padre Cícero e Frei Damião. Os temas mais sérios como os religiosos, políticos e sociais também estão muito presentes. Grande parte dos autores aproveita para criticar a realidade e as condições em que vivem, sempre abusando da ironia e do sarcasmo.
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Podemos dizer que o cordel também tem caráter jornalístico, já que os desastres, as inundações, as secas, os cangaceiros, as reviravoltas políticas são retratadas em centenas de títulos por ano. Um bom exemplo disso é o cordel intitulado “A lamentável morte de Getúlio Vargas", que foi feito imediatamente após o cordelista Delarme Monteiro da Silva escutar a notícia do suicido do ex-presidente no rádio. O sucesso foi tanto que ele vendeu 700 mil exemplares em apenas dois dias. Outros assuntos da mídia que tiveram grande repercussão foram "O trágico romance de Doca e Ângela Diniz" e "Carta do Satanás a Roberto Carlos”, este último inspirado na música "Quero que vá tudo pro inferno”, do rei da Jovem Guarda.
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Entre os autores principais estão Leandro Gomes de Barros e João Martins de Atahyde. Leandro foi o pioneiro na publicação, edição e venda dos poemas e lançou o primeiro cordel em 1893. Ele foi o mais famoso e importante cordelista e vendeu mais de um milhão de exemplares do seu livreto “O Cachorro dos Mortos”.
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Já João, foi o que mais produziu, além dos seus inúmeros escritos, ainda comprou os direitos autorais das obras de Leandro quando ele faleceu. Cuíca de Santo Amaro, também foi um importante autor e talvez o mais radical de todos. Fazia denúncias contra corruptos de sua época e era amigo íntimo de Jorge Amado, que o incluiu como personagem em alguns de seus contos, como o famoso “A Morte de Quincas Berro D’água”.
Outra característica marcante da literatura de cordel são as xilogravuras. Esse método de ilustração é primeiramente esculpido em madeira e depois impresso no papel. As capas dos livretos são sempre ilustradas com esses desenhos e, atualmente, muitos xilógrafos nordestinos vendem suas gravuras individualmente.
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Esta manifestação popular já foi muito estigmatizada e sofreu muitos preconceitos pela informalidade de sua estrutura e linguagem. Com o passar dos anos, passou a ser cada vez mais respeitada e hoje é admirada por muitas pessoas em diferentes lugares do país, tendo ganhado, inclusive, uma Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Juntando poesia, gravura e protestos, a literatura de cordel representa uma das mais interessantes expressões da arte brasileira. Além disso, influenciou renomados escritores brasileiros como Jorge Amado, Guimarães Rosa e José Lins do Rego, mostrando que nem sempre o que é popular é de baixa qualidade.
Ave-Maria da Eleição 
Leandro Gomes de Barros
No dia da eleição
O povo todo corria
Gritava a opposição
Ave Maria.
Via-se grupos de gente
Vendendo votos nas praças
E a arna dos governos, [a urna do governo]
Cheia de graça.
Uns a outros perguntavam
O Sr. Vota comnosco
Um chaleira respondia
Este é com vosco.
Eu via duas panellas
Com miudo de 10 bois
Comprimentei-a dizendo
Bemdita sois.
Os eleitores com medo
Das espadas dos alferes
Chegavam a se esconderem
Entre as mulheres.
Os candidatos chegavam
Com um ameaço bruto
Pois um voto para elles
E' bemditos fructos.
O mesario do governo
Pegava a urna contente
E dizia eu me gloreio
Do teu ventre.
A opposição gritava
De nós não ganha ninguem
Respondia os do governo
Amen.


© obvious: http://lounge.obviousmag.org/memorias_do_subsolo/2013/01/literatura-de-cordel-a-memoria-do-sertao-em-folhetos-de-papel.html#ixzz4FojBMrtR 
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3 dicas para ler mais todos os dias



Fonte: Shutterstock
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Vinte e quatro horas não parecem suficientes para dar conta de todas as suas atividades diárias, não é mesmo? E, por isso, torna-se cada vez mais comum na sua vida abandonar algumas atividades que você tanto ama, como ler um bom livro. Pensando nisso, a Universia Brasilreuniu três dicas para que você leia mais, apesar da rotina corrida. Confira-as a seguir:


 1 – Se não puder ler, escute
Depois de um longo dia de trabalho é comum você não se sentir motivado para ler um livro ou até você simplesmente não ter tempo para sentar e ler com calma. Por isso, uma boa alternativa são os audiobooks. Seja no carro, no celular ou simplesmente no rádio da sua casa, por meio dos audiobooks, você consegue ouvir a história daquele livro e aproveita-la da mesma forma.

2 – 10 páginas por dia
Se você não é muito fã dos audiobooks, a melhor maneira de ler mais é criar uma rotina regrada de leitura. Estabeleça que você lerá dez páginas todos os dias, por exemplo, e tente cumpri-la. Escolha um número de páginas que sacie sua vontade, mas que também não te sobrecarregue. Assim, você tem o prazer de ler, mas não a dor de cabeça de ficar ainda mais cansado.

3 – Volte aos tempos de criança
Ler em voz alta pode parecer bobo agora que você é mais velho, mas a verdade é que estimula a sua vontade de continuar a leitura. É só você lembrar-se de quando era criança e fazia seus pais lerem a mesma história duas ou três vezes no dia. Por isso, se estiver um pouco desanimado para pegar um livro, tente usar essa técnica. Ela pode te ajudar bastante.

Voltando a postar coisas de Blocos e o que mais vier!

Blocos , está completando 20 anos em Julho e as felicitações vêm de todos os lugares do Brasil e do mundo.
Só temos a agradecer a todas as gentis palavras!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Com foco no mercado internacional, livros brasileiros terão apoio para tradução


O objetivo da iniciativa é difundir a cultura e a literatura brasileiras no exterior
Os projetos selecionados pelo edital do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior 2015-2017 foram divulgados, nesta terça-feira (3), pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC). O objetivo da iniciativa é difundir a cultura e a literatura brasileiras no exterior. 
A concessão do apoio tem a finalidade de custear, parcial ou totalmente, as despesas de editoras estrangeiras com a tradução e/ou a publicação da obra de autores brasileiros no exterior. São dois tipos de apoio: um de até US$ 8 mil para projetos de tradução e/ou publicação de inéditos ou de nova tradução e outro de até US$ 4 mil para projetos de reedição.
Foto: Divulgação/Internet 
Das 99 inscrições habilitadas, 22 foram selecionadas e receberão o recurso financeiro. Outros 12 projetos foram classificados, mas, no entanto, aguardam disponibilidade de recursos suplementar para serem confirmados. 
O processo seletivo foi realizado por uma comissão avaliadora, designada pela presidência da FBN, com base em critérios como a relevância da publicação da obra para a promoção e a divulgação da cultura e da literatura brasileira no exterior e a consistência da proposta. 
Os apoios aprovados serão pagos pela FBN à editora contemplada em duas parcelas: 50% do apoio após assinatura do Termo de Compromisso pelas duas partes e os outros 50% após o recebimento, pela FBN, de cinco exemplares da obra publicada pela editora ou download da obra publicada em formato digital.

Sobre o edital
O edital existe desde 1991. Até o momento, 327 autores brasileiros já tiveram suas obras traduzidas e publicadas no exterior. Nesse período, entre os escritores brasileiros mais traduzidos estão Clarice Lispector (40 bolsas), Machado de Assis (37 bolsas), Jorge Amado (25 bolsas), Rubem Fonseca (22 bolsas) e Alberto Mussa (17 bolsas).
Confira abaixo a lista dos projetos selecionados e classificados:

Projetos selecionados
1. Editora: Merve. Livro: "Metafísicas canibais". Autor: Eduardo Viveiros de Castro. País: Alemanha. Idioma: alemão. Pontuação total: 9. Apoio aprovado no valor de US$ 4.000,00. 
2.Editora: Suhrkamp. Livro: "A vida invisível de Eurídice Gusmão". Autora: Martha Batalha. País: Alemanha. Idioma: alemão. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 3.000,00. 
3.Editora: Adriana Hidalgo. Livro: "Esquilos de Pavlov". Autora: Laura Erber. País: Argentina. Idioma: espanhol. Pontuação total: 9. Apoio aprovado no valor de US$ 900,00. 
4.Editora: Yilin Press. Livro: "Tenda dos milagres". Autor: Jorge Amado. País: China. Idioma: chinês. Pontuação total: 9. Apoio aprovado no valor de US$ 2.000,00. 
5.Editora: Yilin Press. Livro: "A morte e a morte de Quincas Berro d'Água". Autor: Jorge Amado. País: China. Idioma: chinês. Pontuação total: 9. Apoio aprovado no valor de US$ 500,00. 
6.Editora: Hena Com. Livro: "Habitante irreal". Autor: Paulo Scott. País: Croácia. Idioma: croata. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 2.000,00. 
7.Editora: Kriller 71. Livro: "Um útero é do tamanho de um punho". Autora: Angélica Freitas. País: Espanha. Idioma: espanhol. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 1.500,00. 
8.Editora: Maresia Libros. Livro: "As fantasias eletivas". Autor: Carlos Henrique Schroeder. País: Espanha. Idioma: espanhol. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 600,00. 
9.Editora: Maresia Libros. Livro: "Cinzas do norte". Autor: Milton Hatoum. País: Espanha. Idioma: espanhol. Pontuação total: 8,5. Apoio aprovado no valor de US$ 2.000,00.
10.Editora: Dalkey Archive Press. Livro: "A saga dos brutos". Autora: Ana Paula Maia. País: Estados Unidos. Idioma: inglês. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 3.000,00. 
11.Editora: PEN America. Livro: "Revista Passages - Escritoras brasileiras". Autor: Várias autoras. País: Estados Unidos. Idioma: inglês. Pontuação total: 8,5. Apoio aprovado no valor de US$ 1.300,00. 
12.Editora: Hea Lugu. Livro: "Reinações de Narizinho". Autor: Monterio Lobato. País: Estônia. Idioma: estoniano. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 1.160,00. 
13.Editora: Ça et La. Livro: "Talco de vidro". Autor: Marcello Quintanilha. País: França. Idioma: francês. Pontuação total: 9. Apoio aprovado no valor de US$ 2.000,00. 
14.Editora: Fazi Editore SRL. Livro: "O professor". Autor: Cristovão Tezza. País: Itália. Idioma: italiano. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 2.500,00. 
15.Editora: Suisei-sha. Livro: "Joias de família". Autora: Zulmira Ribeiro Tavares. País: Japão. Idioma: japonês. Pontuação total: 8,5. Apoio aprovado no valor de US$ 900,00. 
16.Editora: Suisei-sha. Livro: "Órfãos do Eldorado". Autor: Milton Hatoum. País: Japão. Idioma: japonês. Pontuação total: 8,5. Apoio aprovado no valor de US$ 1.000,00. 
17.Editora: Timof Comics. Livro: "Tungstênio". Autor: Marcello Quintanilha. País: Polônia. Idioma: polonês. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 600,00. 
18.Editora: Cotovia. Livro: "O azul do filho morto". Autor: Marcelo Mirisola. País: Portugal. Idioma: português. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 1.300,00. 
19.Editora: Tinta-da-China. Livro: "A vida como ela é". Autor: Nelson Rodrigues. País: Portugal. Idioma: português. Pontuação total: 10. Apoio aprovado no valor de US$ 3.000,00. 
20.Editora: Tinta-da-China. Livro: "Chega de saudade". Autor: Ruy Catro. País: Portugal. Idioma: português. Pontuação total 9. Apoio aprovado no valor de US$ 3.000,00
21.Editora: Verso. Livro: "Guerra dos lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças". Autora: Raquel Rolnik. País: Reino Unido. Idioma: inglês. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 3.500,00. 
22.Editora: Mata. Livro: "Sargento Getúlio". Autor: João Ubaldo Ribeiro. País: República Checa. Idioma: checo. Pontuação total: 8. Apoio aprovado no valor de US$ 1.700,00.

Projetos classificados
1.Editora: Libella (Buchet Castel). Livro: "A maçã envenenada". Autor: Michel Laub. País: França. Idioma: francês. Pontuação total: 7,9. Apoio aprovado no valor de US$ 2.000,00. 
2.Editora: Hrvatsko Filolosko Drustvo. Livro: "Revista Knjizevnasmotra - Brasil". Autor: Vários autores. País: Croácia. Idioma: croata. Pontuação total: 7,8. Apoio aprovado no valor de US$ 3.000,00. 
3.Editora: Hoja de Lata. Livro: "Minas de ouro". Autor: Frei Betto. País: Espanha. Idioma: espanhol. Pontuação total: 7,7. Apoio aprovado no valor de US$ 1.500,00. 
4.Editora: Deep Vellum. Livro: "O que os cegos estão sonhando?". Autora: Noemi Jaffe. País: Estados Unidos. Idioma: inglês. Pontuação total: 7,7. Apoio aprovado no valor de US$ 3.000,00. 
5.Editora: Asphalte. Livro: "F.". Autor: Antônio Xerxenesky. País: França. Idioma: francês. Pontuação total: 7,6. Apoio aprovado no valor de US$ 2.000,00. 
6.Editora: Sadura. Livro: "A chave de casa". Autora: Tatiana Salem Levy. País: Suécia. Idioma: sueco. Pontuação total: 7,5. Apoio aprovado no valor de US$ 2.000,00. 
7.Editora: Strik. Livro: "As meninas". Autora: Lygia Fagundes Telles. País: Sérvia. Idioma: sérvio. Pontuação total: 7,5. Apoio aprovado no valor de US$ 2.500,00. 
8.Editora: Aviador Kustannus. Livro: "Cidade de Deus". Autor: Paulo Lins. País: Finlândia. Idioma: finlandês. Pontuação total: 7,4. Apoio aprovado no valor de US$ 3.000,00. 
9.Editora: Antipodes. Livro: "A hora da estrela". Autora: Clarice Lispector. País: Grécia. Idioma: grego. Pontuação total: 7,3. Apoio aprovado no valor de US$ 2.000,00. 
10.Editora: Tinta-da-China. Livro: "Crônicas escolhidas". Autor: Nelson Rodrigues. País: Portugal. Idioma: croata. Pontuação total: 7,2. Apoio aprovado no valor de US$ 3.000,00. 
11.Editora: Maresia Libros. Livro: "O evangelho segundo Hitler". Autor: Marcos Peres. País: Espanha. Idioma: espanhol. Pontuação total: 7,1. Apoio aprovado no valor de US$ 2.000,00. 
12.Editora: Kriller 71. Livro: "Amor". Autor: André Sant'Anna. País: Espanha. Idioma: espanhol. Pontuação total: 7. Apoio aprovado no valor de US$ 1.500,00.
http://www.capitalteresina.com.br/noticias/cultura/com-foco-no-mercado-internacional-livros-brasileiros-terao-apoio-para-traducao-40642.html

Centro Cultural Oscar Niemeyer ganhará nova biblioteca


O Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) ganhará nos próximos meses o um complexo de bibliotecas de referência na área cultural. Serão 30 mil títulos destinados aos públicos adulto e infantil. O anúncio foi feito pela titular da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, na manhã desta terça-feira, dia 31, na sede da secretaria. O CCON é uma unidade da Seduce.
Raquel explica que está tudo organizado para iniciar a compra dos livros e dos equipamentos e os recursos do Tesouro Estadual, no valor de R$ 5 milhões, já estão disponíveis. Ela também informa que até nesta sexta-feira, dia 3, será finalizado o regimento com os detalhes de funcionamento, gestão, de servidores e a estrutura da biblioteca.
“Uma concepção muito moderna de biblioteca num momento em que, lamentavelmente, algumas bibliotecas Brasil afora estão sendo desativadas. É auspicioso que em Goiás estejamos percorrendo este caminho. Queremos uma biblioteca de referência em cultura e artes com material específico”, diz a secretária.
Raquel ressalta que o projeto tem a parceria de professores da Universidade Federal de Goiás, que há três anos estudavam e faziam a seleção das obras que compõem o acervo. São 20 mil títulos para adultos e 10 mil infantis com foco nas artes plásticas, teatro, música, ou seja, na área cultural como um todo.
Acervo
A professora de Biblioteconomia da UFG, Maria das Graças Monteiro, que está no projeto, explica que a biblioteca é de acesso público e aberta a quem tiver interesse. “O acervo é composto por obras específicas nessas áreas de atuação do CCON, literatura e obras teóricas para estudiosos que precisam fazer algum trabalho”.
Ela ressalta que os dois pavimentos da biblioteca serão compostos por livros físicos e também por uma biblioteca virtual. “Vai agregar bases de dados referenciais e processos de pesquisas que poderá fazer virtualmente e que vai atender em especial, quadrinhos e revistas antigas”. Também haverá uma valorização e recuperação da referência da cultura goiana.
O chefe de gabinete do Oscar Niemeyer, Lisandro Nogueira, complementa ressaltando a importância dessa biblioteca para as crianças, que poderão ter acesso aos livros físicos e a algumas tecnologias para a leitura. “Nós não vamos abandonar a ideia do contato com o livro físico. Cada vez mais vamos conviver com o mundo digital, mas as crianças, desde cedo, precisam ter contato com o livro físico”. Ele também informou que em breve o CCON passará por uma reforma. (Foto reprodução Emais Goiás)

http://www.ohoje.com.br/noticia/cidades/n/119816/t/centro-cultural-oscar-niemeyer-ganhara-nova-biblioteca


segunda-feira, 21 de março de 2016

Outono!







Ruínas

Se é sempre Outono o rir das primaveras,
Castelos, um a um, deixa-os cair…
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!
E deixa sobre as ruínas crescer heras.
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino de Quimeras!
Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais altos do que as águias pelo ar!
Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!… Deixa-os tombar… deixa-os tombar…
Florbela Espanca
Retirado do site:https://cdeassis.wordpress.com/tag/fernando-pessoa/


quinta-feira, 3 de março de 2016

Cinco mal-entendidos




A lojinha de velhos vinis e CDs era larga mas atravancada, abafada, de teto baixo. Prateleiras e balcões cheios de velharias. Aqui e acolá, uma preciosidade. Uma mocinha bonita começou a passar lá de vez em quando, aparentemente quando saía do escritório para almoçar. Ficava mexendo nos vinis de jazz. Lauro, o dono da loja, fantasiou nela uma intelectual que lia poesia em inglês e sabia escolher vinhos. Um dia ela foi para o balcão de axé e lá se deteve. Ele não resistiu e foi perguntar se ela gostava daquilo. “Não,” disse a moça, “é que hoje o ventilador está virado pra cá.”

Paulo Jatobá, sertanejo, soldador, 47 anos, irrompeu furibundo num bar e fuzilou com cinco tiros seu vizinho Nestor Sá, 61 anos, aposentado, conhecido como Nestor Merdinha, o qual havia entreouvido numa conversa doméstica a esposa recente do dito Paulo, Marilinha da Silva, 20 anos, afirmar que era virgem, e saiu depreciando tanto o caráter da madame quanto a virilidade do esposo, por não ter entendido que se tratava meramente de uma comparação zodiacal entre donas-de-casa ociosas.

O pai leva o filho a um evento de mangás, RPGs, quadrinhos, com dezenas de estandes, milhares de pessoas, numa balbúrdia indescritível. A certa altura o garoto volta para junto dele, puxa sua camisa, excitado: “Pai, me dá cinco e cinquenta!”. Ele dá uma nota de dez, manda guardar o troco, volta a conversar com os amigos. Daí a pouco olha e vê o garoto num estande afastado, com expressão arrasada, quase chorando. Vai até lá e vê a vendedora segurando um álbum imenso, quase 500 páginas, e explicando ao guri: “São cento e cinquenta...”

A piriguete, em plena viagem turística acompanhando turnê da banda de forró Abaixa Que Eu Levanto, entra no hotel, pega a chave na recepção, sai batendo com os saltos altos no piso, rebolando dentro do shortinho. Entra no elevador, fala com autoridade para o ascensorista gordo e cinquentão: “Vamos para o quarto, por favor.” Ele responde: “Pois não, senhora. Em que andar fica?...”


César estava recebendo duas primas distantes, irmãs, que vieram passar férias com os pais dele. Mesmo tímido, levou as duas a um filme bem mulherzinha, depois a um terraço à beira mar para tomar cerveja e pendurar a conta até onde a vista desse. Apaixonou-se de imediato por uma delas. A certa altura (a música era ensurdecedora) criou coragem, aproximou-se do ouvido da outra e gritou: “Diga a sua irmã que ela é muito linda!”. Ela, também gritando: “O quêee?” Ele: “Muito liiinda!”. Ela deu um sorriso brejeiro, correu os dedos sobre o decote, ergueu os olhos para ele sem mexer a cabeça e disse: “Esperei tanto por isto...”

Mundo Fantasmo - Bráulio tavares


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SEGUNDA-FEIRA, 22 DE FEVEREIRO DE 2016

4057) Cinco mal-entendidos (23.2.2016)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Morre o escritor italiano Umberto Eco



Filósofo e romancista morreu aos 84 anos em sua casa, diz 'La Repubblica'.
Eco é conhecido como autor de 'O nome da rosa' e 'O pêndulo de Foucault'.


O filósofo, semiólogo e romancista italiano Umberto Eco, autor de "O nome da rosa" e "O pêndulo de Foucault", morreu nesta sexta-feira (19), segundo os jornais italianos "La Repubblica" e "Corriere della Sera". A informação foi dada por um familiar do escritor ao "La Repubblica", que diz que Eco morreu aos 84 anos em sua casa às 22h30 do horário local (19h30 pelo horário de Brasília).

A causa da morte não foi informada. Segundo a agência de notícias France Presse, o escritor lutava contra um câncer.
Umberto Eco nasceu na cidade de Alexandria, no dia 5 de janeiro de 1932. Quando pequeno, durante a Segunda Guerra Mundial, se mudou com sua mãe para um pequeno vilarejo na região montanhosa de Piemonte. Seu pai, um contador que vinha de uma família de 13 filhos, foi convocado para lutar em três guerras.

Seu pai queria que Umberto estudasse direito, mas ele decidiu entrar na Universidade de Turin para estudar filosofia medieval e literatura. Mais tarde, Umberto também foi professor na mesma Universidade.
Capa de edição italiana de 'O nome da rosa' (Foto: Divulgação)Capa de edição italiana de 'O nome da rosa'
(Foto: Divulgação)
Ele trabalhou como editor de cultura no canal de televisão RAI, onde conheceu um grupo de escritores, pintores e músicos que o influenciou em sua futura carreira de escritor.

Em setembro de 1962, Eco se casou com Renate Ramge, uma professora de arte alemã com quem teve dois filhos. Ele dividia seu tempo entre um apartamento em Milão, onde tinha uma biblioteca de 30 mil volumes, e uma casa de veraneio perto de Rimini, em que ficavam 20 mil exemplares.

Em 1992 e 1993, Eco foi professor na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Ele também lecionou nas universidades de Oxford, Columbia e Indiana, na Universidade de San Marino e na Universidade de Bologna, onde era presidente da Faculdade de Ciências Humanas.

Segundo o jornal britânico “The Guardian”, o autor uma vez disse que escrever era apenas uma ocupação parcial. “Sou um filósofo, escrevo romances nos fins de semana”, afirmou.

Ao mesmo jornal inglês, ele disse no ano passado que não sabia o que o leitor esperava. “Acho que Barbara Cartland [escritora britânica] escreve o que os leitores esperam. Acho que um escritor deveria escrever o que o leitor não espera. A questão é não perguntar o que eles precisam, mas muda-los... produzir o tipo de leitor que você quer para cada história”.
Obras
O escritor é conhecido por seu romance "O nome da rosa" publicado em 1980. O livro combina semiótica, ficção, análise bíblica, estudos medievais e teoria literária. Conta a história do frei Guilherme de Baskerville, enviado para investigar o caso de um mosteiro franciscano italiano, cujos monges são suspeitos de cometer heresias. A história, que se passa em 1327, envolve mortes misteriosas, crueldade e sedução erótica.
Acho que um escritor deveria escrever o que o leitor não espera"
Umberto Eco
Em 1986 foi lançado o filme de mesmo nome, dirigido por Jean-Jacques Annaud e estrelado pelo ator Sean Connery.
Entre suas obras mais conhecidas também estão os romances "O Pêndulo de Foucault" (1988) e "O Cemitério de Praga" (2010), além dos ensaios "A Estrutura Ausente" e "História da Beleza". Seu último romance "O número Zero" foi publicado no ano passado. Leia acrítica do blog Máquina de Escrever, do G1.

Eco já tinha quase 50 anos quando começou a escrever romances, após uma bem sucedida carreira acadêmica. Já era autor de vários livros de não ficção e de ensaios quando decidiu buscar novos desafios.
"Num certo momento, decidi escrever uma história. Eu não tinha mais filhos pequenos para os quais contar histórias", afirmou o autor à Reuters em 2011, sentado na beirada de uma poltrona, vestido de forma casual com jaqueta de "tweed", camisa de brim e gravata de tricô.
Quando a gente começa a escrever um livro, especialmente um romance, até a pessoa mais humilde do mundo espera virar um Homero"
Umberto Eco
"Quando a gente começa a escrever um livro, especialmente um romance, até a pessoa mais humilde do mundo espera virar um Homero [poeta épico da Grécia Antiga]", disse Eco em tom brincalhão.

Em uma entrevista à revista Vogue em 1995, Eco admitiu que não era um autor de fácil leitura. “As pessoas sempre me perguntam ‘como seus romances, que são tão difíceis, fazem sucesso?’. Ofendo-me com a pergunta. É como se perguntassem a uma mulher ‘como os homens se interessam por você?’... eu mesmo gosto de livros fáceis que me colocam para dormir imediatamente”, ironizou.

'Papa da globalização'
Em 2013, Eco foi agraciado com a medalha de ouro à cultura italiana na Argentina pela Società Itália Argentina (SIA), em um ato na sede do Ministério das Relações Exteriores da Itália.
Dias depois, ele comentou a escolha pelo Vaticano do Papa Francisco, nascido na Argentina, para ocupar o cargo na Igreja Católica. O escritor definiu Francisco como "o papa da globalização" e opinou que representa algo "absolutamente novo" na história da Igreja Católica.
"Estou convencido que o Papa Francisco está representando um fato absolutamente novo na história da Igreja e, talvez, na história do mundo", disse Eco em entrevista publicada à época pelo jornal argentino "La Nación".
As pessoas sempre me perguntam: ‘como seus romances, que são tão difíceis, fazem sucesso?’. Ofendo-me com a pergunta."
Umberto Eco
Saída de Berlusconi
O escritor foi defensor da saída de Silvio Berlusconi do cargo de primeiro-ministro na Itália, em meio ao escândalo sexuais, acusações de corrupção e crises financeiras no país. Berlusconi renunciou em novembro de 2011. "É o fim de um pesadelo", disse Eco naquele ano, numa entrevista destinada a promover seu novo romance, "O Cemitério de Praga".

"Teríamos tido esta crise econômica sem Berlusconi, mas o problema teria sido mais leve. Ele não é respeitado no exterior, então não pode representar o país", disse Eco à época para a agência Reuters, inflamado e agitando um charuto fino e apagado entre os dedos.
O escritor Umberto Eco na cerimônia dos vencedores do Prêmio Príncipe das Astúrias, em Oviedo, em 27 de outubro de 2000 (Foto: Reuters/Desmond Boylan)O escritor Umberto Eco, na cerimônia dos vencedores do Prêmio Príncipe das Astúrias, em Oviedo, em 27 de outubro de 2000 (Foto: Desmond Boylan / Reuters)
Livros impressos e jornais
O escritor acreditava que os livros impressos não desaparecerão por causa das versões eletrônicas. "Não conseguiremos nos livrar dos livros", afirmou em 2009, em uma entrevista coletiva horas antes de receber uma medalha de honra em Madri. "Eu não poderia ler Proust em formato digital. Seria impossível. Se eu tivesse que deixar um legado para o futuro, deixaria um livro, e não em formato digital", afirmou.

Mas com relação ao jornal impresso, não se mostrou tão otimista. "Eu gosto de abrir as folhas do jornal tomando o café de manhã, mas já não sei se isso é o que meu neto pensa", disse na mesma entrevista.
O escritor foi além ao afirmar que, "para fazer um jornal, são perdidas 40 páginas com publicidade". "Os jornais são obrigados a conseguir muitas notícias para sobreviver e não estão dispostos a abandonar a batalha. Hoje há uma censura por excesso de informação", acrescentou.

Na ocasião, Eco também afirmou que os intelectuais "não têm virtudes proféticas, que a figura do intelectual é um mito da esquerda". No entanto, acreditava que "o intelectual tem que influenciar mais em longo prazo, não de forma imediata".

Reveja entrevistas com o escritor:

http://ghttp://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/02/morre-o-escritor-italiano-umberto-eco-dizem-jornais.tml1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/02/morre-o-escritor-italiano-umberto-eco-dizem-jornais.html