Maria do Carmo Miranda da Cunha, (Várzea da Ovelha e
Aliviada, Marco de Canaveses, Portugal, 9 de fevereiro de 1909 — Beverly Hills,
Condado de Los Angeles, 5 de agosto de 1955), mais conhecida como Carmen
Miranda, foi uma cantora e atriz luso-brasileira. Sua carreira artística transcorreu
no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950. Trabalhou em rádio,
teatro de revista, cinema e televisão. Foi considerada pela revista Rolling
Stone como a 15ª maior voz da música brasileira. Um ícone e símbolo
internacional do país no exterior.
O primeiro grande sucesso veio com a marcha-canção Ta-hí
(Pra Você Gostar De Mim), de Joubert de Carvalho lançada em 1930 e que foi
recorde de vendas, ultrapassando a marca de 36 mil cópias, a música alcançou
uma popularidade tão grande que, em menos de seis meses, Carmen Miranda já era
a cantora mais famosa do Brasil. No ano seguinte, ela fez a sua primeira turnê
internacional, já como uma artista de renome, quando foi para a Argentina com
os cantores Francisco Alves, Mário Reis e com o bandolinista Luperce Miranda.
Ela voltou à Argentina mais oito vezes, entre os anos de 1933 e 1938. Carmen
Miranda tornou-se a primeira artista de rádio a assinar contrato com uma
emissora, quando na época todos recebiam somente cachês. E seu sucesso na
indústria fonográfica lhe garantiu um lugar nos primeiros filmes sonoros
lançados na década de 1930.
Foi em 1939, no filme Banana da Terra, que Carmen Miranda
apareceu pela primeira vez caracterizada de baiana, personagem que a lançou
internacionalmente. O musical apresentava clássicos como O que é que a baiana
tem?, que lançou Dorival Caymmi no cinema. Quando estava em temporada no
Cassino da Urca, Carmen foi contratada pelo o magnata do show business Lee
Shubert, para ser uma das atrações do seu novo espetáculo, The Streets of
Paris, que estrearia na Broadway. Este foi o episódio que transformou a vida de
quem mais tarde viria a ser conhecida como "The Brazilian Bombshell".
Em 1940, ela fez sua estreia no cinema americano no filme
Serenata Tropical, com Don Ameche e Betty Grable, a crítica aclamava suas
roupas exóticas e seu sotaque latino, que se tornou marca registrada. Nesse
período Carmen Miranda foi eleita a terceira personalidade mais popular nos
Estados Unidos, e foi convidada para se apresentar junto do seu grupo, o Bando
da Lua, para o presidente Franklin Roosevelt na Casa Branca. Carmem Miranda
chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados
Unidos. A sua fortuna foi estimada como algo equivalente a cerca de $2 milhões
de dólares pelo Los Angeles Times.
Fez um total de catorze filmes nos EUA entre 1940 e 1953,
nove deles somente na 20th Century Fox. Embora aclamada como uma artista
talentosa, sua popularidade diminuiu até o final da Segunda Guerra Mundial. O
seu talento como cantora e performer, porém, muitas vezes foi ofuscado pelo
caráter exótico de suas apresentações. Carmen tentou reconstruir sua identidade
e fugir do enquadramento que os produtores e a indústria tentavam lhe impor, mas
sem conseguir grandes avanços. Numa época em que Hollywood estava interessada
em vender musicais de "boa vizinhança" para evitar que as nações da
América Latina se alinhassem com o Eixo, Carmen Miranda tornou-se a
personificação de um exotismo latino-americano genérico que foi abraçado como
singular e peculiar pelo público dos EUA e rejeitado como inautêntico e paternalista
por brasileiros. De fato, por todos os estereótipos que enfrentou ao longo de
sua carreira, suas apresentações fizeram grandes avanços na popularização da
música brasileira, ao mesmo tempo, abrindo o caminho para o aumento da
consciência de toda a cultura Latina.
Carmen Miranda foi a primeira artista latino-americana a ser
convidada a imprimir suas mãos e pés no pátio do Grauman's Chinese Theatre, em
1941. Ela também se tornou a primeira sul-americana a ser homenageada com uma
estrela na Calçada da Fama. A sua figura, para muito além da música, seria uma
influência permanente na cultura brasileira, da Tropicália ao cinema.
Em 20 anos de carreira deixou sua voz registrada em 279
gravações somente no Brasil e mais 34 nos EUA, num total de 313 canções. Um
museu foi construído mais tarde no Rio de Janeiro, em sua homenagem. Em 1995,
ela foi tema do aclamado documentário Carmen Miranda: Bananas is my Business, dirigido
por Helena Solberg, uma interseção no cruzamento da Hollywood Boulevard e
Orange Drive em frente ao Teatro Chinês em Hollywood foi oficialmente nomeada
Carmen Miranda Square, em setembro de 1998. Até hoje, nenhum artista brasileiro
teve tanta projeção internacional como ela.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carmen_Miranda
Site oficial da cantora: http://www.carmenmiranda.com.br/
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