terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A história de Blocos



Urhacy Faustino e Leila Míccolis



BLOCOS on line está na Internet desde a primeira quinzena de julho de 1996, e de início definiu-se como uma "versão resumida" de Blocos - jornal cultural, que circulava há cinco anos na época. Logo compreendemos que isto era inviável: não podíamos dizer que BLOCOS on line fosse a continuação ou a versão cibernética do jornal impresso, porque a leitura por intermédio de hipertextos, links e até de simultânea participação coletiva (através de programas como o ICQ, o mIRC, etc.), tornava-o muito diferente do jornal periódico do qual se originou. Hoje podemos dizer que conservou, apenas, a proposta ideológica: BLOCOS on line privilegia a cultura alternativa contemporânea, principalmente a literária, ou seja, a cultura que não é patrocinada por grandes editoras, e que, por isso, quase nunca tem espaço na mídia, atrelada a interesses mais econômicos do que culturais. Neste contexto, BLOCOS on line disponibiliza uma série de informações valiosas, prestando serviço, a nível de informação de concursos nacionais e internacionais, eventos, mostras e divulgação de notícias de interesse de poetas, professores de literatura, escritores, artistas em geral. BLOCOS on line, no entanto, não tem apenas valor informativo. Ele é um documento sócio-literário dos acontecimentos da contemporaneidade, preservando a memória de iniciativas, que, se não registradas, perdem-se irremediavelmente, por serem manifestações ou orais ou pouco convencionais, ainda de difícil decodificação por parte de seguimentos literários tradicionais. Além desses aspectos, BLOCOS on line incentiva o intercâmbio cultural, disponibilizando e-mails de poetas. Ainda neste sentido, incentiva novos valores, mantendo várias seções de poesia, colocando, escritores iniciantes e até inéditos, lado a lado com nomes consagrados da literatura nacional.
Na parte de prosa, BLOCOS on line tem como colaboradores fixos: Carlos Nejar, membro da Academia Brasileira de Letras e Zanoto, jornalista de "Correio do Sul", Varginha/MG. Ambos, nomes consagrados da literatura nacional, encampam este projeto, como prova de que "cultura alternativa" não precisa estar isolada de nenhum segmento literário, porque alternativas são suas propostas e não o tipo de público a que se destina. No link "artigos", temos sempre abordagens sérias e polêmicas junto com duas seções de humor: "Horoscopulações" e "Bois de Paulette", porque informalidade e ironia sempre foram armas poderosas da literatura/cultura independente.
Dividimos a historia de BLOCOS em cinco etapas; a primeira, a inicial, que durou alguns meses apenas. Em um segundo momento, mudamos BLOCOS on line de provedor e Luiz Paulo Serôa juntou-se à equipe, disponibilizando nosso sonho: com todos os seus problemas pessoais, seus trabalhos, suas atribulações, Serôa, nosso engenheiro-poeta, sozinho, manteve Blocos no ar, sem nunca negligenciá-lo. Muitas transformações ocorreram, BLOCOS mudou de apresentação, e cresceu bastante. Começou a ganhar prêmios nacionais e ressaltamos, também, o que consideramos uma espécie de premiação: o número de acessos que BLOCOS conseguidos, desde novembro de 1996: mais de 10.000, número bastante significativo, embora não representasse rigorosamente a contagem de visitas, uma vez que, só em maio deste 1997, conseguimos um contador brasileiro, já que o anterior, europeu, dava bastante problemas, permanecendo mais fora do ar do que funcionando.
A terceira etapa caracteriza-se por uma transformação radical de BLOCOS. Incentivado por Gilberto Weissmüller, físico de formação, especializado em informática, Urhacy muda todo o desgin, cria backgrounds exclusivos para Blocos, gifs especiais, imprime sua feição artística nele. Leila aprende a atualizar o conteúdo, convida novas pessoas para colaborarem, como Felipe Holder, o Abuzadinho de "A Gréia", e a seleção poética passa ser mensal. Conseqüência deste segundo ano de existência on line: ao todo 50 prêmios, sendo 10 nacionais e 40 estrangeiros (EUA, Canadá, Alemanha, Suécia, Portugal, Inglaterra, Itália, Áustria), além de chegar a quase ao triplo de acessos do primeiro ano.
Em agosto/98, através de Daniel Galera — do "Proa da Palavra" —, a ZAZ visita nosso site, gosta dele e nos propõe uma parceria. Sendo o Zaz um dos maiores provedores do ranking brasileiro, temos agora a oportunidade de expandir BLOCOS on line ainda mais, em todos os aspectos. Esta parceria se concretiza em setembro, e eis-nos aqui, felizes por ver a literatura ganhando espaço, sendo mais amplamente divulgada e atingindo, a cada dia, um público maior.
Em dezembro/2000 partimos para domínio próprio, acrescentando mais seções como a Minissérie Literária (histórias em capítulos), ampliando a parte de Webdesigner, a cargo de Urhacy Faustino e Felipe Magalhães (inclusive com poemas animados em flash), e incrementando o site com mecanismos de busca, mapa do site na barra, o que facilita e agiliza em muito a navegação.
Por fim, em maio de 2002, através do novo layout da página inicial de Blocos, criado por Felipe Magalhães - belíssima, por sinal - estamos inaugurando nossa fase mais recente, inclusive partindo para uma maior comercialização do site, até para conseguirmos fazer com que ele cresça cada vez mais e divulgue cada vez mais nossos autores e, também, escritores internacionais de 102 países, até agora. Em abril de 2002 tínhamos média de 755 visitantes diários; em abril de 2003, a média registrada foi de 1729. No momento, agosto de 2005, nossa média é de 3.379 visitantes, já tendo registrado, inúmeras vezes, mais de 6.000 acessos diários.
Não tem tabelas de preços, nem custos de edições; recomenda livros de outras editoras, não omite os mails dos poetas com quem tem contato e não divulga apenas os autores que publica... ou seja, não prioriza o lado comercial. Embora não gostando de definições que limitam mais do que explicam, podemos dizer que BLOCOS on line é um site que privilegia o circuito alternativo — principalmente literário — circuito este que sempre deu muito mais valor ao intercâmbio cultural, à solidariedade e às propostas ideológicas nas quais acredita do que ao lucro econômico, a qualquer preço (inevitável o jogo de palavras). Somos escritores, amamos o que fazemos, por isso abrirmos BLOCOS on line a todos os que compartilham do mesmo sonho de contribuir para um mundo melhor, a partir da palavra escrita, verbal ou virtual. De repente, juntos, talvez seja possível concretizar-se este ideal.


Um comentário:

Ninguém disse...

Sempre escrevi, desde cedo. Mas se não fosse Leila Míccolis, por meio de Blocos, possivelmente eu continuasse com meu material literário nas gavetas e nos arquivos de meu pc. Obrigado, Leila; grato, Urhacy, pois desde 2005, a partir da motivação dada a mim, mantenho-me na estrada das palavras de modo profissional. (Fabbio Cortez)