segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Aniversário de São Paulo em poesia e em prosa





HINO DE SÃO PAULO
Guilherme de Almeida

Paulista, pára um só instante
Dos teus quatro séculos ante
A tua terra sem fronteiras,
o teu São Paulo das bandeiras.

Deixa atrás o presente:
Olha o passado à frente!

Vem com Martim Afonso a São Vicente!
Galga a Serra do mar! Além lá no alto,
Bartira sonha sossegadamente
Na sua rede virgem do planalto.
Espreita-a entre a folhagem de esmeralda:
Beija-lhe a cruz de estrelas da grinalda!
Agora, escuta! Aí vem moendo o cascalho,
Bota-de-nove-léguas, João Ramalho.
Serra acima, dos baixos da restinga,
Vem subindo a roupeta
De Nóbrega e de Anchieta

Contempla os campos de Piratininga!
Este é o Clégio. Adiante está o sertão.
Vai! Segue a entrada! Enfrenta! Avança! Investe!

Norte-Sul-Este-Oeste,
Em “Bandeiras” ou “Monção”
Doma os índios bravios.

Rompe a selva, abre minas, vara rios:
No leito da jazida
acorda a pedraria adormecida:
Retorce os braços rijos.
E tira o ouro dos seus esconderijos!

Bateia, escorre a ganga,
Lavra, planta, povoa!
Depois volta a garoa.

E adivinha através dessa, cortina,
Na tardinha enfeitada de missanga,

A sagrada ColinaAo Grito do Ipiranga!
Entreabre agora os véus!

Do cafezal, Senhor dos Horizontes,
Verás fluir, por plaios, vales, montes,
usinas, gares, silos, cais, arranha-céus!


N.E.:O Hino do estado de São Paulo, também conhecido como Hino dos Bandeirantes, foi instituído pela lei nº 337, de 10 de julho de 1974, que revoga o artigo 3º da lei nº 9854, de 2 de outubro de 1967, determinando o poema Hino dos Bandeirantes, de autoria de Guilherme de Almeida, como letra do hino oficial.



25 de Janeiro
Dora Dimolitsas

Luzes piscando,
Carros passando,
Multidão gritando
É assim na Avenida Paulista
Em dia de festa. Palco na rua
Multidão de gente, alegre tranquila
Cantando e dançando
Esquecendo tudo o mais
Um recompor de energia
Uma recarga de bateria.
Assim é São Paulo
Um Ibirapuera com luzes e cores
Muitas atrações, lago para sonhar
É a cidade da garoa, cidade de gente boa
Das grandes soluções, e dos grandes problemas
Dos alagamentos e das enchentes

São Paulo um mundo, um universo, que de súbito,
Faz muitos se mobilizarem, para uma solução
Ou para fugir da situação, até o céu favorece
São Paulo o meu coração te conhece e te ama.
Parabéns São Paulo!




UMA E OUTRA

Thaty Marcondes

Mudou-se para a Vila Mariana aos 7 anos de idade, em frente à “Pracinha”, como era conhecida a Praça Doutor Carvalho Franco, naquele pedaço do bairro. O pai, militar autoritário, tinha idade para ser seu avô; a mãe, alcoólatra nas horas vagas e nas ocupadas também! Ela? Gordinha, triste, solitária, filha única daquele estranho casal. Logo matricularam-na em Colégio de Freiras, só para meninas, pois, filha de militar, naquela época, era criada debaixo de linha dura, educação rigorosa! A casa, alugada, tinha 3 andares: no nível da rua, a área social e a cozinha; no piso superior, 3 quartos e o banheiro; no piso inferior, abaixo da rua, lá atrás, um quartinho de empregada, um pequeno banheiro, o tanque e um quintal onde seu pai acomodou um orquidário. Continue a ler


APENAS UMA CIDADEZINHA QUE CRESCEU DEMAIS!

Vera Vilela


Segunda feira, 25 de janeiro de 1.993, São Paulo, 17:55 h:
Ana Luiza desce no terminal rodoviário do Tietê. Olha em volta e por instantes se sente compelida a entrar novamente no ônibus e tentar ali, se proteger. E pensa:
— Meu Deus, isso é muito grande, quanta gente! Jamais me acostumarei aqui.
Embarca em uma escada rolante, indicada pelo motorista, e procura pensar em todos os detalhes que ele lhe explicou. Assim não terá que pedir informação para mais ninguém. Afinal dizem que em São Paulo ninguém explica nada direito. Continue a ler


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