quinta-feira, 11 de março de 2010

José Albano, Rogel Samuel e Rubens da Cunha.


Soneto

Poeta fui e do áspero destino
Senti bem cedo a mão pesada e dura.
Conheci mais tristeza que ventura

E sempre andei errante e peregrino.
Vivi sujeito ao doce desatino
Que tanto engana, mas tão pouco dura;
E inda choro o rigor da sorte escura,

Se nas dores passadas imagino.
Porém, como me agora vejo isento
Dos sonhos que sonhava noite e dia,

E só com saudades me atormento;
Entendo que não tive outra alegria
Nem nunca outro qualquer contentamento
Senão de ter cantado o que sofria.
   

José Albano - Do livro Os Mais Belos Sonetos Brasileiros, de Edgard Rezende; Livraria Editora Freitas Bastos, 1946, RJ - Enviado por Leninha

O ano do tigre de aço

Rogel Samuel
Entrou firme o ano do tigre de aço, segundo o calendário tibetano. Terremotos, enchentes, mortes.
Mas, o que significa o “tigre de aço”?
Para os grandes mestres tibetanos, a característica desse tigre é a tenacidade em conseguir tudo o que estiver na mente. A obstinação, incansável, em perseguir seus objetivos.
Pois os tigres são implacáveis, e caçam à noite, e se aproximam em silêncio de sua presa, nadam, escalam, uma espécie de peso pesado dos predadores. São capazes de caçar um urso!
Vivem em climas frios e florestas e savanas, como os belos tigres de bengala.
Há casos de tigres capazes de abater um elefante, um jacaré e até um rinoceronte.
Ele é um animal solitário. Só se une para acasalar.

A DITADURA DO PRATA

Rubens da Cunha
O Brasil sempre foi um País colorido. Nossos símbolos, nossos arquétipos são sustentados pelas cores vivas, quentes. O Carnaval explora nossa exuberância como ninguém. O folclore de todos os Estados são festas para os olhos. As comidas, as frutas, as pedras berram em amarelos, vermelhos, verdes e azuis. A bandeira nacional explode em cores vibrantes, representativas de nossa tropicalidade. A floresta amazônica, o oceano atlântico, as vastas distâncias de Norte a Sul, aquela falta de pecado no lado debaixo do Equador, tudo se reverbera em cores nada sóbrias. A pele brasileira também é muito colorida, matizada em tons e sobretons diversos. Penso que essa nossa exuberância natural seja uma das responsáveis pelos clichês e pela superficialidade com que alguns estrangeiros nos olham. Basta dar uma olhada no cinema, em como somos representados, não raro, há sempre uma arara compondo o cenário, como se essa ave fosse uma espécie de cachorro para os brasileiros, todos tem um exemplar em casa.

Um comentário:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

como um tigre (decadente! rsss) solitário leio esta postagem excelente e agradeço, fico muito feliz, beijos!