quinta-feira, 22 de setembro de 2011

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mito em Contexto

keres

As Queres

O conceito de Queres variou bastante no mito grego. Desde a Ilíada, as filhas da Noite já eram confundidas com a Moira, o Destino Cego, e também com as Erínias, vingadoras do sangue parental derramado. As Queres são monstros que foram representadas como Gênios alados, sempre vestidas de preto e com longas unhas aduncas. Dizem as lendas que elas despedaçavam os cadáveres e bebiam o sangue dos mortos e feridos, por isso normalmente apareciam nas cenas de batalhas e momentos de muita violência.

A função das Queres não era restrita aos campos de batalha, elas também aparecem como destinadas a cada ser humano, personificando o gênero de morte e o gênero de vida determinado a cada um. Assim, o herói Aquiles pôde escolher entre duas Queres, uma que lhe proporcionaria uma vida longa e tranquila, mas inglória; outra que lhe daria uma vida de glória, mas o preço era a morte prematura, e esta foi a que ele escolheu. Zeus pesou na balança as Queres de Aquiles e Heitor na presença dos deuses, para saber qual dos dois pereceria no combate final diante das muralhas de Troia.

Na Teogonia, Hesíodo fala de uma Quere, irmã de Tânatos e de Moro, e fala também de várias Queres, irmãs das Moiras. Como o conceito de Quere é popular e vago, pode se apresentar tanto como divindade única, como um poder imanente ao indivíduo. Na Ilíada, inclusive, uma Quere é atribuída aos aqueus e outra aos troianos, o que se conclui que a noção de Quere podia ter um valor coletivo.

Platão considerava as Queres como gênios malévolos, iguais às Harpias, que poluem tudo aquilo em que tocam. A tradição popular identificou-as com as almas maléficas dos mortos, que se devem apaziguar com sacrifícios específicos, como acontecia no último dia dos festejosdionisíacos das Antestérias.

Solange Firmino

Notícias do nosso parceiro João Scortecci

A Scortecci já comprou estande na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo que acontece de 9 a 19 de agosto de 2012, no Anhembi.
O evento que é considerado o maior da América Latina coincide com o aniversário de 30 anos da editora, com evento comemorativo programado para o dia 13.

A Scortecci nasceu em agosto de 1982, uma sexta-feira 13, na Galeria Pinheiros, loja 13, na Rua Teodoro Sampaio 1704, em São Paulo, Capital. Em 13 de agosto de 2012 completa 30 anos.

 

João Scortecci

Em sua história, conserva os mesmos objetivos e propósitos desde a sua fundação: publicar livros, organizar concursos e prêmios literários, realizar recitais e eventos culturais, organizar antologias, promover o conhecimento através de cursos e palestras e fomentar o mundo literário e cultural. Ao longo de sua existência, a Scortecci foi laureada com os mais importantes prêmios literários brasileiros: Jabuti, APCA, ABL e FBN. A sua história está sendo escrita pelos seus autores e suas obras. Razão e essência de sua existência. A data especial será comemorada durante a 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no Anhembi.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O ESTACIONAMENTO

macaco na bicicleta

Num futuro, talvez não muito distante...

Era uma vez uma ilha.
Era uma vez um lugar dentro dessa ilha que chamavam de universidade. Várias pessoas iam diariamente para esse lugar exercer diversas funções: estudar, ensinar, limpar, administrar, pagar, receber, organizar, gerir, vigiar. De forma geral, se podia dividir as pessoas que frequentavam esse lugar entre os que lá trabalhavam e aqueles que só estudavam. Muitos dos que lá chegavam para estudar eram festejados por suas famílias como vencedores. Havia rituais de corte de cabelo, pinturas no corpo. Os que já tinham chegado antes faziam com que os novos, chamados calouros, pedissem dinheiro nos cruzamentos. Trabalhar lá também não era fácil, precisava-se passar por uma prova e quem era aprovado também merecia as felicitações da família e dos amigos.
Certo dia, um grupo dos que lá trabalhavam resolveu parar de trabalhar. Eles estavam insatisfeitos com o salário e as condições de trabalho. Essa parada era o que eles chamavam de greve. Na universidade quem manda são instâncias superiores muito distantes, então para poder negociar melhoras esses que lá trabalhavam resolveram parar de trabalhar, fechar alguns departamentos, setores, enfim, tudo aquilo que eles conseguissem. A ideia era provar que sem eles a universidade não funcionaria. Então fecharam a biblioteca e o restaurante universitário e mais alguns lugares menores. O restaurante era um lugar onde os estudantes faziam refeições pagando preços módicos. Era uma forma de ajudá-los economicamente. A biblioteca era um lugar onde ficavam os livros, era um lugar grande, feito para que os estudantes pudessem adquirir mais saber, mais conhecimento. Os que trabalhavam na universidade acreditavam que se fechassem esses dois lugares, logo suas reivindicações seriam aceitas por seus patrões distantes. A princípio, alguns estudantes reclamaram de que o restaurante estava fechado e eles teriam que gastar mais para se alimentar. No entanto, eram reclamações pífias, cada um foi se adaptando como pode, se alimentando em outros lugares só um pouquinho mais caros do que o restaurante da universidade, logo já nem se lembravam mais dele.
Triste destino também teve a biblioteca. Fechada, foi completamente abandonada. Ninguém se manifestou ou pediu sua reabertura, ou pressionou os patrões distantes dos funcionários que a fecharam, nada aconteceu. Todo aquele lugar que centrava o conhecimento da universidade parou de existir. Ninguém deu falta disso.
Por um tempo, os grevistas ainda tentaram falar da importância de suas funções, de como eles eram necessários para o funcionamento da universidade. Pouco adiantou. Os patrões distantes perceberam que a biblioteca e o restaurante eram lugares inúteis. Foram sumariamente demolidos e transformados em estacionamento, algo que realmente beneficiou muito mais as pessoas que frequentavam a universidade.
Quanto aos grevistas, foram remanejados, relocados, pois a lei não permitia que eles fossem demitidos. Alguns ainda tentam a greve. Toda vez que fecham algo, os patrões distantes transformam em estacionamento. Os estudantes têm adorado a ideia, inclusive já estão pedindo para que toda a universidade vire um belo, confortável e necessário estacionamento.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Parceria de qualidade!

Duas editoras que estão já há duas décadas no mercado se unem em grande parceria para tornar possível a realização de seu livro. Agora ficou mais fácil publicar, com preços menores e tiragens maiores, pois apenas dez exemplares não divulgam sua literatura como ela merece.

Conheça nossos preços imbatíveis e as vantagens que proporcionamos: os autores que publicarem por Blocos/Scortecci serão beneficiados inclusive pela somatória de divulgação nos portais das respectivas editoras — Blocos Online, Amigos do Livro, Portal do Escritor — além de blogs, twitters e facebooks, e também contará com um suporte que permitirá que ele participe de Bienais do Livro, no Rio e em São Paulo, e de outros grandes eventos literários nacionais. Não perca oportunidades.

Estamos com vários projetos já: o selo Primeiro Livro, o registro de nossas Antologias Digitais em papel, enfim, produção intensa a partir de agora.

Entrem em contato conosco:
blocos@blocosonline.com.br /
urha@uol.com.br

BLOCOS/SCORTECCI:
SERIEDADE E SUCESSO

Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral (Capivari, 1 de setembro de 1886 — São Paulo, 17 de janeiro de 1973) foi uma pintora e desenhista brasileira e uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira fase do movimento modernista brasileiro, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.

Nascida em 1 de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, em Capivari, interior de São Paulo, era filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, e neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em virtude da imensa fortuna acumulada em fazendas do interior paulista.

Seu pai herdou a fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses e foi educada conforme o gosto do tempo. Sua primeira mestra, a belga Mlle. Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. Sua mãe passava horas ao piano e contando histórias dos romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca.

Tarsila era tia do geólogo Sérgio Estanislau do Amaral.

Estudos em São Paulo e Barcelona

Tarsila do Amaral estudou em São Paulo, em colégio de freiras do bairro de Santana e no Colégio Sion. E completou os estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur.

Primeiro casamento e maternidade

Ao chegar da Europa, em 1906, casou-se com o médico André Teixeira Pinto, seu noivo. Rapidamente o primeiro casamento da artista chegou ao fim. A diferença cultural do casal era grande. O marido se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila, já que ele era conservador e para os homens da época, a mulher só deveria cuidar do lar. Revoltada com essa imposição absurda ela se separa e só conseguiu a anulação do casamento anos depois. Com ele teve sua única filha, a menina Dulce, nascida no mesmo ano do casamento. Tarsila também se separou logo após a filha nascer e volta a morar com os pais na fazenda, junto de Dulce.

Início da carreira

Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra em época posterior à Semana de Arte Moderna de 1922

Abaporu, uma de suas obras mais conhecidas e um ícone do Modernismo brasileiro. Óleo sobre tela, 1928

Começou a aprender pintura em 1917, com Pedro Alexandrino Borges. Mais tarde, estudou com o alemão George Fischer Elpons. Em 1920, viaja a Paris e frequenta a Academia Julian, onde desenhava nus e modelos vivos intensamente. Também estudou na Academia de Émile Renard.

Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses novos amigos passaram a frequentar seu atelier, formando o Grupo dos Cinco (Arte Moderna Brasileira).

Em janeiro de 1923, na Europa , Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas: frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando a academia desse mestre do cubismo, de quem Tarsila conservou, principalmente, a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.