quinta-feira, 29 de março de 2012

A morte de Millôr Fernandes e suas frases maravilhosas...

Nota de falecimento: Millôr Fernandes (dia 27).

Morreu na noite dessa terça-feira, dia 27, no Rio de Janeiro, o escritor carioca Millôr Fernandes. Ele tinha 87 anos e teve falência múltipla de órgãos em sua casa. 
Segundo o jornalista da Band Ricardo Boechat, que conversou com o filho de Millôr, Ivan Fernandes, o corpo do escritor permanecerá hoje em uma funerária e será velado nesta quinta-feira, dia 29, a partir das 10h, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária da capital. Em seguida, às 15 h, o corpo será cremado.

Veja imagens da trajetória de Millôr Fernandes

Em 2011, o escritor foi internado duas vezes na Casa de Saúde São José, também no Rio, mas os motivos da internação não foram divulgados.
Em entrevista ao canal GloboNews na manhã de hoje, o jornalista Zuenir Ventura lamentou a morte do amigo. "É realmente uma perda. A perda de um gênio. É uma perda para o jornalismo, para o teatro, para a literatura, porque o Millôr fazia tudo", afirmou.

Talento multifacetado

Além de escritor, Millôr também foi desenhista, jornalista e dramaturgo de destaque.
Nascido em 27 de maio de 1924 - segundo sua certidão de nascimento, mas a família diverge sobre o registro da data correta - o escritor ficou órfão de pai um ano depois e aos dez anos perdeu a mãe. Com pouca idade, viu sua família se separar e cada irmão teve de ir morar com um parente.
"Morto meu pai. Nessa idade a orfandade passa impressentida. Mas a família - mãe com quatro filhos - cai de nível imediatamente", escreveu o jornalista na biografia apresentada por seu site oficial.
"Morta minha mãe. Sozinho no mundo tive a sensação da injustiça da vida e concluí que Deus em absoluto não existia. Mas o sentimento foi de paz, que durou para sempre, com relação à religião: a paz da descrença", acrescentou ainda sobre as perdas. 
Aos 14 anos, entrou na carreira jornalística e aos 19, na revista "O Cruzeiro", que viu em seis anos sua tiragem subir de 11 mil para 750 mil exemplares, tornando-se uma grande influência na formação da opinião pública no Brasil.
Em 1957, aos 33 anos, expôs seus primeiros desenhos no Museu de Arte Moderna.
Millôr também for um dos criadores do jornal "O Pif-Paf" que, apesar de ter durado apenas oito edições, é considerado o ínicio da imprensa alternativa no Brasil. Colaborou ainda ativamente com "O Pasquim", publicação de forte oposição ao regime militar.
O escritor ainda traduziu várias peças de Shakespeare, tornando-se referência no meio teatral. Também colaborou em jornais como "O Globo" e "O Estado de S. Paulo", além da revista "Veja".
Na virada do século, lançou seu site oficial "Millôr Online". Mesmo com a avançada idade, foi sempre ligado a internet, às redes sociais, e possuía conta no Twitter com mais de 360 mil seguidores.


Frases:

  1. As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades.
  2. Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.
  3. A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades.
  4. Certas coisas só são amargas se a gente as engole.
  5. Viver é desenhar sem borracha.

Literatura

Poesia

 Temática lua: Paulo Leminski

Prosa

Depoimento: Dora Tavares

Site de Leila Míccolis

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Um comentário:

Anônimo disse...

Sobre a fé/Deus, disse Millor: "Sabemos que VOCE aí de cima, não tem mais como evitar o nascimento e a morte. Mas não pode, pelo menos, melhorar um pouco o intervalo?" Pois é, um descrente que teve seu pedido atendido: viveu bastante para surpeender a muitos com sua genialidade!!!!!!
Sem muito lirismo, disse o que queríamos dizer:
"A boca é o aparelho excretor do cerébro.", "o egoísmo é a generosidade consigo mesmo.", "clássico é um escritor que não se contentou em chatear apenas os contemporâneos." , "Só os imbecis acham que o sexo é um ato físico.", etc
Grande perda.