Zygmunt Bauman, sociólogo e
filósofo polonês, morre aos 91 anos
Intelectual foi
um dos mais importantes do século XX e ficou conhecido como criador do conceito
de 'modernidade líquida'. Ele é autor de 'Amor líquido' (2003); causa não foi
divulgada.
O Sociólogo e filósofo polonês
Zygmunt Bauman, criador do conceito de modernidade líquida e considerado um dos
principais intelectuais do século XX, morreu nesta segunda-feira (9) em Leeds,
na Inglaterra, aos 91 anos, inforrmou o jornal "Gazeta Wybocza". A
causa da morte não foi divulgada.
Em seus livros como "Amor
líquido" (2003), Bauman discutiu como as relações da sociedade tendem a
ser menos frequentes e duradouras. Esse conceito da "modernidade
líquida", para ele, valia para campos tão distindos como arte,
relacionamentos, economia e política, por exemplo.
Ele trabalhava como sociólogo e
professor emérito de sociologia na Universidade de Leeds havia mais de 30 anos.
Sua obra se caracterizou obra por uma visão crítica da sociedade pós-moderna e
globalizada.
Ao longo de sua carreira como
escritor, que iniciou na década de 1950, Bauman desenvolveu uma sociologia
crítica e emancipadora. Abordou temas como as classes sociais, o socialismo, o
Holocausto, a hermenêutica, a modernidade e a pós-modernidade, o consumismo e a
globalização.
Dentre suas obras destacam se
"Modernidade líquida", "Amor líquido: Sobre a fragilidade dos
laços humanos, "Europa, uma aventura inacabada", "Ética
pós-moderna", "Tempos líquidos" e "Vida para consumo".
Entre outros prêmios e
reconhecimentos, Bauman foi agraciado com o Prêmio Amalfi de Sociologia e
Ciências Sociais (1992), o Theodor W. Adorno (1998) e o Príncipe de Astúrias de
Comunicação (2010).
Em seu livro mais recente,
"Obcym u naszych drzwi", publicado em 2016, o professor discutiu a
crise da imigração mundial e o pânico por ela causado. A última obra de Bauman
traduzida para o português foi "A riqueza de poucos beneficia todos
nós?", lançada em 2015.
Perfil
Zygmunt Bauman nasceu em Poznan,
Polônia, em 1925, em uma família judia. Em 1939, mudou-se com a família à União
Soviética fugindo dos nazistas. Mas tarde, após alistar-se no exército polonês
no front russo, retornou ao seu país de origem, onde durante anos deu aulas de
filosofia e sociologia na Universidade de Varsóvia.
Com 19 anos, filiou-se ao Partido
Comunista, do qual fez parte até 1967. Durante três anos, serviu no chamado
"exército interior", a força encarregada de "reprimir o
terrorismo no interior do país".
Ao longo de 15 anos, Bauman
sofreu a perseguição dos serviços secretos poloneses. Chegou a ser expulso da
universidade e foi proibido de publicar livros e artigos.
Em 1968, por causa de perseguiçaõ
a judeus, tanto ele como sua esposa, Janina, perderam seu trabalho na Polônia,
e se viram obrigados a exilar-se em Israel, onde Bauman começou a dar aulas na
Universidade de Tel Aviv.
Após trabalhar como professor de
sociologia nos Estados Unidos e no Canadá, em 1971 ele finalmente se transferiu
para a Inglaterra e se fixou como professor na Universidade de Leeds.
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/sociologo-zygmunt-bauman-morre-aos-91-anos.ghtml
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