Escapei de muitas perversidades e mentiras, mas o sonho parece não me abandonar, nem a consciência de existir me deixou. A metáfora dos punhais cabe para ilustrar as dezenas de golpes que me foram dados, sem compaixão. Mas estamos aqui, garantindo a retidão e a potência de criar independente de qualquer flecha. Adoro viver, sobrevém essa ideia durante uma massagem. E fico nessa nuvem a pairar sobre minhas caminhadas de caboclo do mato, dialogando com as lembranças, com certo treino que me foi dado pelo psicodelismo. Pergunto ainda, como chegarei aos oitenta? E aos noventa? Dos cem não passarei... viver mais cinco, mais dez, mais quinze? Quantos anos ainda restam? Não sei. Mas alcançar 75 anos é um feito admirável, uma façanha, nesse maravilhoso mundo novo, de amanhãs quase antecipados pelo que antevemos, antes da morte do sol e das viagens interplanetárias. Vamos, que o dia vem vindo e ele sempre chega com muitas surpresas.
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