sexta-feira, 30 de abril de 2010

Homenagem

Dia Nacional da Mulher - Lei Nº 6.791 - 09/06/1980 
Foi no dia 30 de abril que nasceu a fundadora do Conselho Nacional da Mulheres, Sra. Jerônima Mesquita. 
Como homenagem àquela mulher, grande filantropa, foi escolhido o dia de seu nascimento para se comemorar o Dia Nacional da Mulher.  Em poesia e em prosa.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Dia do Índio e outras datas

DISCURSO DE ÍNDIO



"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" só há 500 anos". O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento ao meu país, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.
Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais que, "somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América".
Teria sido isso um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento! Teria sido espoliação?
Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão. Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, e de outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?
Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.
Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300, isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra. Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência irracionalidade dos conceitos capitalistas.
Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica..."

Cacique Guaicaípuro Guatemoc

***
Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Européia, o Cacique Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa.
Agora resta que algum Governo Latino-Americano tenha a dignidade e coragem suficiente para impor seus direitos perante os Tribunais Internacionais. Os europeus teriam que pagar por toda a espoliação que aplicaram aos povos que aqui habitavam, com juros civilizados.
Publicado no Jornal do Comércio - Recife/PE
Enviado por Latuf Isaias Mucci



Dias outros


Nascimento de Manuel Bandeira (1886, Recife/PE):
poesia prosa
Nascimento de Lygia Fagundes Telles (1923, SP/SP)
poesia (diversos autores) sobre o dia do índio
Falecimento de Lord Byron (Missolongo, 1824)
Frases da semana
 "A amizade é o amor sem asas" - Lord Byron
 "Um banco é um estabelecimento que nos empresta um guarda-chuva num dia de sol e nos pede de volta      quando começa a chover" - Robert Frost
 "Quem segue tendências é alguém muito, muito tendencioso'' - Sonia Biondo

Poesia
 Temática: "Brasis": Francisca Clotilde
 Poesia ilustrada: Clevane Pessoa para uma tela de João Werner
Prosa
Crônica: Janice Mansur
 Coluna quinzenal de Thaty Marcondes
 Coluna trimensal de Marli Berg: Livros em Blocos

Site de Leila Míccolis
Coluna mensal de Bárabara Bandeira: "RaBicho", em defesa da vida anima

quinta-feira, 15 de abril de 2010

NOVIDADES, NOTÍCIAS E COMUNICADOS

 


Boletim 5/2010 Blocos Online: 51.008 arquivos, em 16/04/10

FRASES PREMIADA DA QUINZENA:

“Ajudar Blocos é fortalecer, incentivar e contribuir para a cultura brasileira”.

Lúcio José Dias  Alves (Fortaleza/CE)

SE BLOCOS TEM IMPORTÂNCIA EM SUA VIDA, SE VOCÊ ACHA QUE VALE ALGUMA COISA PIONEIRAMENTE, HÁ 13 ANOS, DIVULGAR CULTURA NA WEB, LEIA O TEXTO DA CAMPANHA ABAIXO
E RETWITTE
OKRUTE
REPASSE A GRUPOS
FALE PARA OS AMIGOS
DIVULGUE AO MÁXIMO:

Depois de oito anos sendo mantido pela iniciativa privada, em 2010 Blocos Online não encontrou uma empresa que o patrocinasse, obrigando-nos, desta forma, a recorrer a você, nosso leitor. Ficaremos pelos próximos cinco meses — até agosto — recebendo doações a fim de conseguir fundos necessários para a manutenção do portal, medida que, de certa forma, é também uma forma de verificar a importância de um dos maiores portais de poesia do Brasil para você. Não estipulamos valor prévio para os depósitos, que deverão ser feitos através da conta corrente: 16300-7 Agência 2143 Banco Bradesco (nº 237), em nome de Blocos Editora, Assessoria, Consultoria e Produções Artística Ltda., CNPJ 30123830/0001-77. Solicitamos que o comprovante seja escaneado e nos enviado por e-mail para: blocos@blocosonline.com.br Caso o doador queira, poderemos emitir nota fiscal em favor do contribuinte ou de sua empresa. Certos de que poderemos contar com o apoio de todos, inclusive na divulgação desta campanha — o link da página é: http://www.blocosonline.com.br/home/conteudo/campanhablocos.php — agradecemos.

Outra maneira de ajudar financeiramente o portal é participando do vol. 10 da Saciedade dos Poetas Vivos Digital, temática BEIJOS. Se você é poeta, dos bons, e interessado na manutenção de um dos maiores espaços literários brasileiros, escreva solicitando o envio do projeto, que conta com o respaldo de nomes famosíssimos de nossa poesia. Escolheremos 15 autores apenas.

Para inteirar-se de outros informes do portal, inclusive os países em que você foi lido através de Blocos Online, a página temática de maio, etc., clique em:
http://www.blocosonline.com.br/sobre_portal/boletimquinzenal.php

PRÓXIMO INFORMATIVO – Circulará no dia 3 de maio, ou em outros dias, no caso de “edições extraordinárias”.

Querendo desinscrever-se do portal, envie e-mail para:

blocosnoticias-unsubscribe@yahoogrupos.com.br

Renascimentos…

Falecimento de Dante Milano (1991, Rio de Janeiro/RJ)
Nascimento de Paulo Eiró ( 1836, Santo Amaro/SP)
Nascimento de Abgar Renault (1901, Barbacena/MG)
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Temática brasileira: Alvinópolis/MG, Virginia Schall
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Delito (*)

Apresento minha reflexão:
Poeira acumulada nos dias.
No passado contestei
a arrumação das gavetas,
e os artigos guardados de paz e guerra.
Só agora compreendo o motivo,
a ordem necessária para
que a vida possa fluir na terra.
No presente,
gavetas vazias.
Conteúdo a  ser reciclado
movimento do hoje
para que se salve o amanhã,
para que talvez não se veja
horizontes desabitados de pássaros
ou oceanos exauridos de peixes
natureza  num choro sem igual.
Plataforma de petróleo
em vez de banco de coral.
Quem ouvirá?
A explosão é iminente,
O sol se faz ardente,
nos queima  forte em buraco atmosférico.
A necessidade de arrumar gavetas persiste.
Insisto em retirar poeira, em lavar os pratos
Até que o detergente
devore o último traço de fome  existente.
Imagino os rostos distantes,
os estômagos rosnantes
de tantos necessitados pela terra.
Penso nas mãos que só alcançam o vazio.
Minha negligência.
Sou ré convicta
Culpada de tanto poluir,
De acumular entulho egoísta
De assassinar a fauna e a flora.
Da gaveta organizada
Retiro o papel e a caneta:
Em documento escrito
minha falta de defesa.
Denuncio a dor que infligi
E aceito assim meu veredicto:
Sou sentenciada a agir:
Minha indiferença
deixarei de uma vez por todas ir…
Sandra  Lira Rodrigues
(*) N.E.: poema escrito originariamente em inglês e traduzido pela própria autora em em 13 de abril de 2010.
……………………….
 O Chapéu na literatura

Chapéus protegem do sol e, além disso, chapéus encantam - aumentam o charme, o glamour e... até a altura da pessoa. Sim, alguns historiadores consideram que o hábito de Napoleão Bonaparte usar chapéu era uma pequena estratégia para parecer mais alto.
Chapéus também marcaram grandes personagens da literatura. Sherlock Holmes, o famoso detetive inglês, usava chapéu. Ernest Hemingway em sua obra O Sol também se levanta, imaginou a protagonista, Brett Ashley, usando um chapéu masculino.
No livro: A Insustentável leveza do ser, de Milan Kundera, lemos: “Por isso, quando Sabina colocou diante dele o chapéu-coco na cabeça, Franz sentiu-se constrangido...”
Sim, parece que os escritores imaginam belas mulheres usando chapéus masculinos, vejamos o capítulo 9, de Madame Bovary de Flaubert:
“Cem passos adiante, ela parou de novo, e, através do véu do chapéu de homem, que lhe descia para os quadris, distinguia-se-lhe o rosto de uma transparência anilada...”
Livros infantil também enfatizam chapéus, entre eles o capuz “Chapeuzinho vermelho”, a cartola do Chapeleiro Maluco, e um livro mais recente “Daniel adora chapéus, de Mónica Tritone, um chapéu de verdade vem junto com o livro.
Chapéus, chapéus, chapéus! Eu estou torcendo para que a moda do chapéu volte a enfeitar nossas cabeças. E você?
Isabel Furini

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Beauvoir, Maiakovsky, Barros, Frazão, Rodrigues, Meireles

 

Falecimento de Simone de Beauvoir (1986, Paris), depoimento de Lygia Fagundes Telles

 

Simone de Beauvoir

 

Falecimento de Vladimir Maiakovski (1930, Moscou)

Vladimir Maiakovski

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Dia da América e Panamericano, Nel Meireles

Temática ecológica: Sandra Lira Rodrigues

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Auto-Retrato Falado

Venho de um Cuiabá garimpo e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda de bananas no Beco
              Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá, entre bichos do chão,
              pessoas humildes, aves, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
              entre pedras e lagartos.
Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz.
Já publiquei 10 livros de poesia; ao publicá-los me
              sinto como que desonrado e fujo para o
              Pantanal onde sou abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não
me achei - pelo
              que fui salvo.
Descobri que todos os caminhos levam à ignorância.
Não fui para a sarjeta porque herdei uma fazenda de
              gado. Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer no moral, porque só
              faço coisas inúteis.

                   Manoel de Barros

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O Revólver dos Beatles

No ano de 1966 ganhei dos Beatles um revólver. As pessoas da casa nunca tinham visto uma arma tão estranha. Não era de aço, não tinha cano nem tambor. Mas como era certeira! Se o apontasse para o taxista ele não corria perigo. A senhora Eleonor Rigby (uma inglesa que morava no apartamento ao lado) não precisava esconder a carteira dentro do sutiã, o dorminhoco do segundo andar podia dormir tranqüilo, e aqui e acolá se estabelecia a ordem. Os marinheiros navegavam em submarinos amarelos, as moças diziam o que queriam dizer, e os dias sempre amanheciam ensolarados.
Embora não tivesse calibre nem balas, o revólver que ganhei dos Beatles era mais poderoso do que qualquer canhão. Dos seus tiros os pássaros não fugiam e ao som do tiroteio qualquer passarinho podia cantar. O revólver não tinha dono. E por mais que o Dr. Robert (o americano do oitavo andar) afirmasse que ele era só seu, a verdade é que não era só dele. Era nosso e de quem o quisesse na sua vida. E como se quis! Mas como do amanhã ninguém sabe, chegou o dia que o colocaram de lado. Trocaram-no por um tal revólver de um certo Dr. Colt. Um homem sisudo, amargo que nem fel. Dizem que sofria dos males da bílis e das alucinações das enxaquecas.
Não sei se por causa do amargor dos tempos ou de uma sociohepatite endêmica, as pessoas guardaram o revólver dos Beatles nas gavetas e encaixaram o do Dr. Colt nas cartucheiras. Os marinheiros pintaram de cinza o submarino amarelo; a senhora Eleonor Rigby mandou colocar três trancas na porta; o taxista que a servia deu de ter medo dela e dos outros passageiros; o dorminhoco passou a sofrer de insônia; John Lennon foi abatido na porta de casa e a polícia e os bandidos se espalharam por aqui e acolá.
Durante todos esses anos preservei na vitrola o revólver que ganhei dos Beatles. Vez por outra o empunho... quando os tempos estão sombrios e o mundo precisa dar uma chance à PAZ .

Marcia Frazão

terça-feira, 13 de abril de 2010

Notícia de última hora, participem!

SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 10

Após nove antologias com o maior sucesso, tendo o respaldo de nomes como Affonso Romano de Sant'Anna, Lêdo Ivo, Thiago de Melo, Antonio Carlos Secchin, Geraldo Carneiro, Glauco Mattoso, Alice Ruiz, Renata Pallottini, entre outros, a SACIEDADE DOS POETAS VIVOS, vol. 10, já está começando a ser organizada por Leila Míccolis, reunindo 17 poetas de qualidade, também com o intuito de ajudar a manter os onerosos custos do portal Blocos Online. O tema desta vez será BEIJOS (valendo assuntos afins: lábios, beijo roubado, beijo de amor, beijo de Judas, beijo de amizade, etc.). Os interessados devem escrever de imediato para Leila, no e-mail: blocos@blocosonline.com.br

Um beijo do Blocos!

Dia do beijo em poesia em prosa

Frases da semana (Seleção de Leila Míccolis)

"O beijo é uma estrofe que duas bocas rimam" - Coelho Neto

"Um homem rouba o primeiro beijo, implora o segundo, exige o terceiro
recebe o quarto, aceita o quinto, e suporta os restantes" - Helen Rowland

ABL em Blocos

2º Ciclo de conferências: "Centenário de Morte de Joaquim Nabuco": Alfredo Bosi: "Joaquim
Nabuco memorialista". Entrada franca

Poesia

 Temática autobiográfica: Manoel de Barros

 Temática futebol: Chico Abelha

 Prosa poética: Pedro Zeballos

Falecimento Delfina Benigna da Cunha (1857, RJ)

sábado, 10 de abril de 2010

Depois da tempestade, virá mesmo a bonança? - Leila Míccolis


Não consigo falar de outra coisa, neste momento, a não ser das chuvas que inundaram e devastaram Maricá. Soube pela Melissa que ontem (dia 8) Maricá apareceu em jornais da TV - triste quinze segundos (nem 15 minutos foram) de fama da cidade... Um amigo me diz que Saquarema também foi muito fustigada, e comenta que está perplexo com tudo o que anda ocorrendo. Leio hoje que Copacabana teve ondas de 2 metros de altura e, Santa Catarina, de 4 metros.
Chico me falava anteontem "do jeito de se aglomerar que o ser humano arrumou..." Sim, é isso, além dos milhões a mais na população, da exploração da plataforma marítima, do solo terrestre e aéreo, da depredação sistemática do habitat pelo animal homem, e mais ainda: fico pensando se tudo isto já não faz parte do alinhamento galático que ocorrerá em 21 de dezembro de 2012. Falam das profecias de Nostradamus, mas, para além de previsões esotéricas e interpretações apocalípticas, o alinhamento é um fato cientificamente constatado: ocorrerá. E os sites mais sensatos, por menos alarmistas que sejam, prevêem catástrofes já por conta deste fenômeno que, quando ocorrer, será imprevisível em suas consequências para o planeta.
Não sei. O que sei é que, possivelmente, agora que parece que as chuvas mais fortes passaram, os políticos se dirijam ao povo como se falassem com uma criança assustada: "pronto, já passou, agora você pode voltar a brincar na rua sem medo"... — como se não houvessem vítimas, doenças causadas pelas águas barrentas, novos perigos, e, principalmente, como se não nada pudesse ser feito pela administração pública para minimizar novos danos e mortes.
A trágica situação me faz lembrar um poema de minha amiga Eunice Arruda sobre as chuvas de verão, que este ano tornaram-se catastróficas em pleno outono, mês que deveria ser ameno:


CHUVAS

Algumas pessoas
morreram
num dia rude de dezembro
depois das
chuvas
Pela televisão as imagens
da cidada afogada
Algumas pessoas morreram
fazendo os gestos estranhos
dos que pedem socorro

Chegou o sábado!

Falecimento de Cora Coralina (1985, Goiás Velho/GO)

Poesia

Temática vida: Cora Coralina e Dias Miranda

Poesia Premiada: Flávia Perez

Temática meses do ano: abril, por José Henrique de Sá Leitão

Prosa

Coluna quinzenal de Rogel Samuel

Coluna quinzenal de Rubens da Cunha: "Poeticidades e outras falas"

Crônica: "200 anos de enchentes", André Luis Mansur

Coluna trimensal de Marli Berg: Livros em Blocos

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A VIDA É BREVE – Rubens da Cunha

image

Nada se salva quando suamos desgraça.” Esta frase é do romance “A Vida Breve”, do uruguaio Juan Carlos Onetti. Trata-se de um romance paradigmático do século 20, com personagens intensos, que transitam entre relacionamentos, escolhas erradas, traições.
A frase carrega em si uma verdade explícita, que, no mundo contemporâneo, poderia ser facilmente abduzida por um manual qualquer de auto-ajuda e se tornaria mais um clichê pró-felicidade 100%. É evidente que nada se salva quando suamos desgraça, mas também nada se salva quando suamos felicidade, fé, ódio, amor, quer dizer, quando nos reduzimos a uma coisa só, a um campo de visão apenas, quando elegemos uma verdade única e imutável.
Tenho visto muito isso ultimamente: gente cada vez mais escudada por uma ideia fixa, seja negativa ou positiva. Já diz o ditado: quem tem um filho não tem nenhum. O mesmo se pode dizer das ideias, dos sentimentos, dos caminhos escolhidos.
Penso que o suor humano deva ser misturado, deva ser vitimado pela dúvida, pela inconstância, pela alegria tanto quanto pelo desespero, pela angústia, enfim, somos mais completos quando somos múltiplos, “umasómultiplamatéria”, para usar a expressão de outra grande: Hilda Hilst.
Dentro do romance “A Vida Breve”, esta frase vem acompanhada de uma interessante teoria do personagem que a pronunciou. De acordo com ele, quando suamos desgraça é preciso que a gente queime toda a roupa velha. Tem de queimar, destruir, não pode doar, pois se a roupa for passada para outro ela “arrastará seu novo dono e nos perseguirá”, a roupa retornará a nós para devolver seu veneno.
O personagem recomenda também que, além de queimar a roupa, é preciso tomar um banho bem quente e beber um copo de sulfato de magnésio, o famoso “salamargo”, dormir e pronto: no outro dia, “tão novo como um recém-nascido, tão alheio a seu passado como o monte de cinzas que deixa atrás de si”.
Não há dúvida que se empenhar em conseguir ser menos obcecado por algo único passa por queimar tudo, largar velharias, abandonar dogmas, desistir de sonhos, experimentar novas aberturas. Claro, nem sempre precisa ser tão radical. Pode-se abrir uma nova porta sem necessariamente fechar a antiga, mas é preciso perceber quando a velha porta aberta nos fecha novos caminhos. Enfim, é sempre algo angustiante, algo que nos tira a certeza.
Os personagens de “A Vida Breve” vivem dentro desse universo de agarrar-se ou desgarrar-se, apegar-se ou desapegar-se. Talvez, por isso, seja um romance tão atual, pois retrata os avessos e os direitos da humanidade, ao mesmo tempo em que é também um romance difícil, pois estamos cada vez mais inseguros, mais necessitados de portos seguros, de visões e conceitos únicos.
Está cada vez mais difícil ser “a metamorfose ambulante” do velho Raulzito, mas precisamos tentar: ideias únicas e roupas velhas já levaram o mundo a grandes guerras e grandes violências. E como prenuncia tão bem o romance de Onetti, a vida é breve para ficarmos presos a ninharias. Temos é que viver a largueza da brevidade da vida.

A chuva e suas alegorias…

enchentes

 

 Crônica: "200 anos de enchentes", André Luis Mansur

 Coluna trimensal de Marli Berg: Livros em Blocos

Falecimento de Pablo Picasso (1973/França)

Poesia: Manoel de Barros

Prosa: Dora Tavares

Poesia Premiada: Flávia Perez

Temática meses do ano: abril,

por José Henrique de Sá Leitão

terça-feira, 6 de abril de 2010

Blocos em Campanha!


Depois de oito anos sendo mantido pela iniciativa privada, em 2010 Blocos Online não encontrou uma empresa que o patrocinasse, obrigando-nos, desta forma, a recorrer (como fez a Wikipédia) à você, nosso leitor.
Ficaremos pelos próximos cinco meses — até agosto — recebendo doações a fim de conseguir fundos necessários para a manutenção do portal, medida que, de certa forma, é também uma forma de verificar a importância de um dos maiores portais de poesia do Brasil para você.
Não estipulamos valor prévio para os depósitos, que deverão ser feitos através da conta corrente: 16300-7 Agência 2143 Banco Bradesco (nº 237), em nome de Blocos Editora, Assessoria, Consultoria e Produções Artística Ltda., CNPJ 30123830/0001-77. Solicitamos que o comprovante seja escaneado e nos enviado por e-mail para: blocos@blocosonline.com.br
Disponibilizaremos lista de doadores e também, para doação acima de R$ 500,00 (quinhentos reais), caso o doador queira, poderemos emitir nota fiscal em favor do contribuinte ou de sua empresa.
Certos de que poderemos contar com o apoio de todos, inclusive na divulgação desta campanha — o link desta página é: http://www.blocosonline.com.br/home/conteudo/campanhablocos.php — agradecemos.
Os editores

domingo, 4 de abril de 2010

Domingo de Páscoa



A Páscoa (do hebraico Pessach, significando passagem através do grego Πάσχα) é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação (ver Sexta-Feira Santa) que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 da Era Comum. O termo pode referir-se também ao período do ano canônico que dura cerca de dois meses, desde o domingo de Páscoa até ao Pentecostes.
Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito.
A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário, segundo os cálculos que se indicam a seguir.
A última ceia partilhada por Jesus Cristo e seus discípulos é narrada nos Evangelhos e é considerada, geralmente, um “sêder do pesach” – a refeição ritual que acompanha a festividade judaica, se nos ativermos à cronologia proposta pelos Evangelhos sinópticos. O Evangelho de João propõe uma cronologia distinta, ao situar a morte de Cristo por altura da hecatombe dos cordeiros do Pessach. Assim, a última ceia teria ocorrido um pouco antes desta mesma festividade.
Os termos "Easter" (Ishtar) e "Ostern" (em inglês e alemão, respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pessach (Páscoa). As hipóteses mais aceitas relacionam os termos com Eostremonat, nome de um antigo mês germânico, ou de Eostre, uma deusa germânica relacionada com a primavera que era homenageada todos os anos, no mês de Eostremonat, de acordo com o Venerável Beda, historiador inglês do século VII.

sábado, 3 de abril de 2010

Sábado Santo



O Sábado Santo, também chamado Sábado de Aleluia, é o dia antes da Páscoa no calendário de feriados religiosos do Cristianismo. Nas Filipinas, nação notoriamente católica, chama-se a este dia Sábado Negro. O Sábado de Aleluia é o último dia da Semana Santa.
Na tradição católica, é costume os altares serem desnudados, pois, tal como na Sexta-Feira Santa, não se celebra a Eucaristia. As únicas celebrações são as que fazem parte da Liturgia das Horas. Além da Eucaristia, é proibido celebrar qualquer outro sacramento, excepto o da Confissão. São permitidas exéquias, mas sem celebração de missa. A distribuição da comunhão eucarística só é permitida sob a forma de viático, isto é, em caso de morte.
Muitas das igrejas de comunhão anglicana seguem estes mesmos preceitos. Já a Igreja Ortodoxa, bem como os ritos católicos orientais, seguem as suas próprias tradições e possuem terminologia própria para estes dias e respectivas tradições e celebrações. Como é de esperar, apesar de a Páscoa e os dias relacionados serem importantes para todas as tradições cristãs, do Mormonismo ao Catolicismo, as celebrações variam grandemente.
Antes de 1970, os católicos romanos deviam praticar um jejum limitado: por exemplo, abstinência de carne de gado, mas consumo de quantidades limitadas de peixe, etc. Em alguns lugares, a manhã do Sábado de Aleluia é dedicada à "Celebração das Dores de Maria", onde se recorda a "hora da Mãe", sem missa.
É no Sábado de Aleluia que se faz a tradicional Malhação de Judas, representando a morte de Judas Iscariotes.
No Sábado Santo, é celebrada a Vigília pascal depois do anoitecer, dando início à Páscoa.
Sábado: remonta à Criação, passa pelo Êxodo e vai até ao fim do Apocalipse.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sexta-feira da paixão e etc.

A Sexta-feira Santa, ou 'Sexta-feira da Paixão', é a Sexta-feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.
Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A mesma tradição refere ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo.
A Sexta-feira Santa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo a primeira Sexta-feira de lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de março e 25 de abril.

Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo
Dia do Propagandista
Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil