Em seguida, pois, tudo se faz, se fará, se fez online.
Todos os canais estão, estarão online.
Tudo se dará online.
Lemos tudo, sabemos tudo, invadiremos tudo – online.
Todos os nossos compositores, intérpretes estão estarão online.
Os nossos textos, os nossos poemas, os nossos nome lá.
Ouvimos música, vemos filmes, lemos romances online.
A vida não será mais possível fora da web.
Estaremos confinados nesse grande, imenso, imensurável universo virtual.
Tudo que teremos, tudo que quisermos se abre na tela.
Toda a nossa cultura, os nossos museus, os nossos medos, as nossas alegrias.
Tudo, todo o prazer, o nosso corpo, as nossas emoções, as nossas memórias, os nossos sonhos.
Vamos abandonar as ruas, encapsularmo-nos nos nossos quartos, nas mínimas celas de nossas individualidades.
Jamais sairemos, jamais nos desconectaremos, estaremos dia e noite conectados, acordados no sentido de um acordo, interconectados com tudo e com todos, nos submundos onlines.
O passado, o presente e o futuro estarão nas invisíveis veias das nossas conexões.
Não haverá morte, nem vida, nem amor, nem ódio, somente as tecnologias aceleradas.
Encomendaremos e receberemos tudo online, mesmos nossos alimentos espirituais e materiais.
As infalíveis máquinas, as inimagináveis máquinas, as máquinas.
Em seguida, pois, tudo se faz, se fará, se fez online.
Os nossos companheiros, as amadas e famílias.
Não haverá liberdade, impossível aprisionar o não real, o virtual.
Não teremos corpos, doenças, nascimento, envelhecimento e morte.
Não sentiremos dor, sofrimento, isolamento, abandono.
Seremos o todo perdido.
O virtual final.
ROGEL SAMUEL
2 comentários:
Esse texto nos leva a fazer uma viagem virtual dentro de nós. Reflete nosso universo, e põe a refletir nossa condição humana.
Compartilhado!
obrigado
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