terça-feira, 31 de dezembro de 2013

RETROSPECTIVA 2013

 
Os fatos culturais mais marcantes do ano

BRASILEIRO RECEBE 1º LUGAR EM CONCURSO DE COMPOSIÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS - Uma das mais prestigiosas orquestras americanas, a Susanville Symphony, sediada na Califórnia, premiou o compositor ANDERSEN VIANA no âmbito do Concurso 2012 de Composição - Susanville Symphony. A obra “Peça de Concerto in blue” obteve o Primeiro Lugar na categoria internacional. Esta premiação foi outorgada ao compositor baseada nas qualidades artísticas e técnicas da música. O envio das obras por cerca de 50 compositores de todo o mundo foi feito anonimamente. Além de quantia em dólares, a obra será interpretada pela orquestra em abril próximo dentro da série “THE MODERN COMPOSER”. De acordo com o director artístico da orquestra Benjamin J. Wade, “ Nós escolhemos esta obra pela variedade de melodias, frases memoráveis, um novo olhar da música orquestral moderna formando um conjunto estético incrivelmente agradável. À mente não é permitido a monotonia…” “Peça de Concerto in blue” reúne elementos jazzísticos e ritmos oriundos da música de tradição oral do Brasil, procurando ao mesmo tempo, uma afirmação de uma multiculturalidade artística que pudesse ser compreendida universalmente. A obra pode ser ouvida no site https://soundcloud.com/andersen-viana/concert-piece-in-blue-by Referências: http://www.susanvillesymphony.com/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Andersen_Viana  

Contato com o compositor: E-mail: vianabr@andersen.mus.br
Notícia enviada por Regina Viana

REVISTA ESPINHO D'ÁGUA ACEITA COLABORAÇÕES LITERÁRIAS - Lançada neste mês de março, a Revista Espinho D'água, publicação digital gratuita, agregada ao site http://revistaespinhodagua.com, tem como objetivo a promoção, discussão e compartilhamento de temas e informações relacionadas à literatura, música, cinema, artes visuais e o cotidiano urbano contemporâneo nacional e estrangeiro, valendo-se de uma linguagem descomplicada e agradável, mas com conteúdo analítico e reflexivo. Editado por quatro artistas, entre escritores e artistas visuais, além de contar com eventuais colaboradores e convidados, de acordo com o tema proposto em cada edição, a publicação digital tem como escopo o alcance do público em geral, com especial atenção aos escritores e artistas novos e independentes, tanto como leitores, como para a promoção de suas obras ou eventos, de forma inteiramente gratuita. A revista se propõe a entreter e questionar, promover, informar e agregar novos pontos de vista sobre assuntos de interesse artístico, social e comportamental da sociedade. Acessem o site e, depois, para contatos e mais informações: revista@revistaespinhodagua.com
Notícia enviada por Wilson Pereira dos Santos

NOTA DE FALECIMENTO: PACO CAC, pseudônimo de PAULO CEZAR ALVES CUSTÓDIO (1952) - Em 4 de abril, através do facebook, a filha de Paco Cac, Pilar de Freitas, escrevia: "É com muito pesar que venho aqui informar. O poeta, militante, professor, pesquisador, vascaíno, carioca e acima de tudo meu pai, faleceu nesta quarta, 3 de abril de 2013. Aos que oram, orem. Aos que não, recordem. Aos amigos e familiares, guardem sempre a memória da vida, os poemas compartilhados e os sambas cantados. Iremos cremá-lo em Brasília. Em seguida faremos uma cerimônia no Rio, aonde ele realmente gostaria de ficar". A cremação aconteceu no dia 5, e m Goiás, e a homenagem a Caco Pac, no Rio, foi no dia 13 de abril: "Cerimônia de cinzas do Paco Cac no Rio de Janeiro: Ponto de encontro no Museu da República (Palácio do Catete). Entrada que dá para a rua do Catete. Faremos uma homenagem no museu, depois seguiremos para o mar". No início de fevereiro, Paco Cac, companheiro de muitos anos de jornada poética, no dia 8 de fevereiro nos fez uma bela dedicatória em seu catálogo de Revistas Literárias Brasileiras - Século XX (vol. 2), nos enviou o exemplar dia 25 do mesmo mês e recebemos a remessa no início de março, um mês antes de sua morte. Leiam as poesias de Paco Cac em Blocos Online.
Notícia enviada pelo facebook

NOTA DE FALECIMENTO - Dia 28 de abril faleceu Paulo Vanzolini (SP, 25/4/1924 - 28/04/2013), compositor que, embora bissexto, criou grandes composições como Ronda, Na boca da noite,Praça Clóvis, Volta oor cima, entre outras. Nunca estudou música, a que se dedicava por hobby. Cientista, médico e zoólogo, foi diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), onde trabalhou por mais de 40 anos. Em 2008, doou o acervo de sua biblioteca, com mais de 25 mil itens – incluindo obras raras, periódicos e mapas – ao museu. Segundo o governo de São Paulo, o valor do acervo é estimado em US$ 300 mil. Foi premiado pela Ordem Nacional do Mérito Científico com a classe Grã-Cruz por sua contribuição na área das Ciências Biológicas. Pelo mesmo motivo, recebeu também um prêmio da Fundação Guggenheim, de Nova York.

NO DIA DA ECOLOGIA E DO MEIO AMBIENTE PROJETO AJUDA A PRESERVÁ-LOS - Para o dia 5 de junho, Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente, recebemos a seguinte notícia: Você sabia que trocar livros é uma ótima forma de preservar o meio ambiente? Segundo o site Eco-Libris, mais de 30 milhões de árvores são cortadas, anualmente, para produzir apenas os livros norte-americanos. Para gerar 1 tonelada de papel são necessárias 2 a 3 toneladas de madeira, uma grande quantidade de água (mais do que qualquer outra atividade industrial) e muita energia (está em quinto lugar na lista das que mais consomem energia). Não deixe seus livros parados na estante. Cada exemplar pode percorrer centenas de mãos, ajudando o meio ambiente e difundindo o conhecimento. Se você ainda não trocou, veja como funciona: http://www.trocandolivros.com.br/como-funciona

PSIU POÉTICO 2013 - O Grupo de Literatura e Teatro Transa Poética, em parceria com a Prefeitura de Montes Claros-MG, Secretaria de Cultura,Centro Cultural Hermes de Paula Unimontes-Universidade Estadual de Montes Claros, Fundação Cultural Genival Tourinho, divulga as homenageados para o 27º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, PSIUPOÉTICO – SIGNOS & CULTURAS. Relação de homenageados tem sete nomes – entre eles, o baiano Almandrade Acaba de ser divulgada a lista de homenageados da 27ª edição do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético. Este ano, além da pré-lista que contemplava 34 nomes, e de onde foram retirados apenas sete artistas, o evento também presta homenagem aos chilenos Pablo Neruda e Salvador Allende, em razão dos 40 anos do golpe militar de 1973. Os homenageados da edição 2013 que estarão no Psiu Poético de 04 a 12 de outubro de 2013, são: o redator publicitário, jornalista, tradutor e letrista de música popular Luiz Roberto Guedes; o poeta, artista plástico, arquiteto, Mestre em Desenho Urbano e professor de Teoria da Arte das Oficinas de Arte do Museu de Arte Moderna da Bahia, Almandrade; o cantor, compositor, violonista e escritor Reynaldo Bessa; o poeta, ator e videomaker Artur Gomes; o professor de Literatura da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), contista, ensaísta e poeta Osmar Pereira Oliva; o destaque da poesia experimental e visual brasileira Amarildo Anzolin; e a jovem Alice Melo Lopes, promessa das artes que, aos 11 anos, já participou do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético em duas edições.

NOTA DE FALECIMENTO - Faleceu dia 9 de outubro, a poeta e atriz carioca Norma Bengell (Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães D'Áurea Bengell , Rio de Janeiro, 21/9/1935 - 9/10/2013) foi uma das maiores musas do cinema e do teatro brasileiros nas décadas de 50, 60 e 70. Atriz, vedete, cineasta, cantora e compositora, Norma começou a carreira na música no início dos anos 50. Ela foi lançada no meio artístico por Carlos Machado, produtor de musicais, e foi vedete na Boate Nigth and Day, no Rio. Em 1959, lançou o primeiro disco, com músicas de Tom Jobim e João Gilberto. Fez sucesso com sua gravação das versões "A lua de mel na lua" e "E se tens coração". Norma estreou no teatro em "Cordélia Brasil", em 1968, sob a direção de Emilio Di Biasi. Nos anos seguintes, participou das peças "A Noite dos Assassinos" (1969), de José Triana, com direção de Eros Martim; "Os Convalescentes" (1970), com direção de Gilda Grilo; "Vestido de Noiva" (1976), de Nelson Rodrigues, sob a direção de Ziembinski. Em sua última atuação no teatro, participou da montagem de "Dias Felizes", de Samuel Beckett, em 2010. No cinema, participou de 64 filmes. Estreou nas telas aos 23 anos, no longa-metragem "O Homem do Sputnik", estrelado por Oscarito, onde fez sucesso parodiando a famosa atriz francesa Brigitte Bardot. Norma Bengell fez história em 1962 ao exibir o primeiro nu frontal do cinema brasileiro aos 27 anos, no filme "Os Cafajestes", de Ruy Guerra. Nos anos 80, lançou-se diretora de cinema com "Eternamente Pagu". Na televisão, Norma começou sua carreira na TV Bandeirantes, com "Os Adolescentes" (1981) e "Os Imigrantes" (1982). Em 1983, foi para a TV Globo, onde fez a minissérie "Parabéns pra Você", e as novelas "Partido Alto" (1984) e "O Sexo dos Anjos" (1989). Seu último trabalho na TV foi em 2009, no programa humorístico "Toma Lá, Dá Cá". Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/10/morre-no-rio-atriz-norma-bengell.html
Norma Bengell participou da antologia de poesia "Mulheres da Vida", organizada por Leila Míccolis, Ed. Vertente, 1978, SP. Leia dois de seus poemas constantes desta obra clicando aqui.

NOTA DE FALECIMENTO - Faleceu em 21 de outubro de 2013 a poeta e ativista cultural Cecília Fidelli, que nos anos 80 criou e divulgou uma publicação alternativa mimeografada chamada Reviragita. Ela mantinha o blog: http://ceciliafidelli.blogspot.com.br/ Preste sua homenagem a ela, lendo-a em Blocos.
Notícia enviada por Selmo Vasconcellos

Feliz Ano Novo! Muita paz, livros,poesia e prosa!

 

domingo, 29 de dezembro de 2013

Nascimento de Portinari

 

Nascimento de Portinari (1903, Brodowski/SP)

 

Futebol – Portinari

A obra desse artista é vasta e diversificada. Produziu mais de 4.500 trabalhos, entre pinturas murais, painéis, telas, desenhos e gravuras, passando por tipos regionais, trabalho, retratos e tantos outros temas, porém as crianças tiveram sua predileção. Ele dizia: “Sabem por que é que eu pinto tanto menino em gangorra e balanço? Para botá-los no ar, feito anjos” (ROSA, 1999, apud REDDIG, 2007, p. 89/90). Sua preocupação sempre foi “expressar o homem por meio de diferentes linguagens e formas” (ibidem). Trecho retirado do site: http://www.museudainfancia.unesc.net/memoria/expo_ibero/acervo_portinari.htm

sábado, 28 de dezembro de 2013

Ouvir estrelas

Falecimento de Olavo Bilac (1918, RJ): poesia prosa

 

Ouvir Estrelas

 

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...


E conversamos toda noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.


Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizes, quando não estão contigo?"


E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

 

                                           Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Tudo passa, diz Vieira, no Natal

natalpassa

Era o Primeiro Domingo do Advento, em 1655, e o Padre Antonio Vieira, do púlpito, pregava.
O revolucionário Padre não postulava valores verdades eternas, mas passageiras.
O advento, ou "chegada", é o primeiro tempo do a no litúrgico, o que antecede o Natal.

Tempo de perdão, de preparação e alegria, e expectativa, quando se espera o nascimento de Cristo.

Corresponde às quatro semanas que antecedem ao Natal .

Um vento que vinha do mar.
Pássaros da madrugada.
Na orla da praia os pés afundavam na areia.
Ao longe, ouviam-se estalidos de trovoadas obscuras, como canhões.

Vieira voltou-se para a estrada.
O mundo se tinha apagado, como se morto.
Na noite escura, um silêncio ausente, sinistro.
E ele continuava, passos pela estrada do falar.
No céu, apareceu o cometa, que apontava.
Os viajantes crentes foram chegam ao mesmo tempo.
Dos campos da vizinhança, foram chegando.
De repente, aparecia-lhes Vieira.
Mas o Padre, do alto do púlpito, pregava:

“Tudo passa, e nada passa.”
“Tudo passa para a vida, e nada para a conta.”
“A verdade e desengano de que tudo passa (que é o nosso primeiro ponto) posto que seja por uma parte tão evidente, e que parece não há mister prova, é por outra tão dificultoso, que nenhuma evidência basta para o persuadir”.“Lede os filósofos, continuou, lede os profetas, lede os apóstolos, lede os santos padres, e vereis como todos empregaram a pena, e não uma senão muitas vezes, e com todas as forças da eloqüência, na declaração deste desengano, posto por si mesmo tão claro.”
“Sabiamente falou quem disse que a perfeição não consiste nos verbos, senão nos advérbios: não em que as nossas obras sejam honestas e boas, senão em que sejam bem feitas.”
“E para que esta condicional tão importante se estendesse também às coisas naturais e indiferentes, inventou o apóstolo S. Paulo um notável advérbio.”
“E qual foi?
“Sois casado? (diz o apóstolo) pois empregai todo o vosso cuidado em Deus, como se o não fôreis.”
“Tendes ocasiões de tristezas? pois chorai, como se não choráreis. Não são de tristeza, senão de gosto? pois alegrai-vos, como se não vos alegráreis.”
“Comprastes o que havíeis mister, ou desejáveis? pois possuí-o, como se não possuíreis. Finalmente usais de alguma outra coisa deste mundo? pois usai dela, como se não usáreis. De sorte que quanto há, ou pode haver neste mundo, por mais que nos toque no amor, na utilidade, no gosto, a tudo quer S. Paulo que acrescentemos um, como se não, tanquam non.”
“Como se não houvera tal coisa, como se não fora nossa, como se não nos pertencera.”
“E por quê?
“Vede a razão: Præterit enim figura hujus mundi. Porque nenhuma coisa deste mundo pára, ou permanece; todas passam.”
“E como todas passam e são como se não foram, assim é bem que nós usemos delas, como se não usáramos: Tanquam non utantur.”
“Por isso a essas mesmas coisas não lhes chamou o oráculo do terceiro céu coisas, senão aparências, e ao mundo não lhe chamou mundo, senão figura do mundo: Præterit enim figura hujus mundi.”
“Considerai-me o mundo desde seus princípios, e vê-lo-eís sempre, como nova figura no teatro, aparecendo e desaparecendo juntamente, porque sempre está passando”.

Vieira foi um ativista que muito viajou no séc. XVII, percorreu a Europa, o Norte e Nordeste do Brasil, preso por corsários, sofreu naufrágios, exílios e prisões.
Um gigante.
Mas tudo, infelizmente, passa.

                                                                                               Rogel Samuel

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Dia do Vizinho

 

Nas pequenas cidades, a ligação com os vizinhos é mais forte do que com os próprios parentes. Assim, é normal os vizinhos serem compadres e ou se casarem. Nas grandes metrópoles como São Paulo, as pessoas são anônimas e no cotidiano têm receio e mesmo medo de estreitarem relações. Ao contrário das que moram no interior, chegam a passar meses ou anos sem estabelecerem contato com os vizinhos.

Alguns nem se conhecem. Nos edifícios, os condôminos se isolam em seus apartamentos. Parece que ninguém quer perturbar o vizinho, violar sua intimidade, evitando uma aproximação social saudável.

Por outro lado, nada é mais irritante que um vizinho barulhento, inconveniente e “invasor”. Isso gera muitas discussões entre os moradores da mesma rua e dos condomínios. A melhor atitude é usar a diplomacia.

Uma conversa tranqüila e ponderada com o vizinho muitas vezes gera uma boa amizade, porque a política da boa vizinhança sempre ganha. Um relacionamento amigável com o vizinho é importante e sensato, visto que, numa emergência, é com ele que se pode contar.

É preciso, portanto, que haja respeito mútuo, para que exista harmonia entre os vizinhos, observando-se os direitos e as obrigações.

Retirado do site: http://promoview.com.br/datas-comemorativas/80731-23-de-dezembro-dia-do-vizinho/

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Cinema, poesia e prosa

Cinema

Último dia do Festival 12º NÓIA - Festival Brasileiro de Cinema Universitário

 

 

Poesia

Temática cidades internacionais: Bagdá (Iraque), Francisco Orban

Bagdá/Rio

 

Fico em casa, entre as telhas do tempo
desorganizadas
Amparado só pelas estrelas
Assolado pelas palavras
que chegam
Não é a minha língua
o que se fala pela tarde
onde se ouvem as balas e os tambores
Não é a língua da partilha o que se ouve
mas a solidão da carne
estraçalhada
Fico em casa
assistindo a nova guerra
feita para matar
ferir a madrugada e fazer harpas milenares
desaparecerem  do mundo
Mas como falar sobre  razão
entre as palafitas dos sonhos
da minha geração perdida
olhando o menino sem braços
que chora em Bagdá
os meninos das ruas do Rio de Janeiro
os meninos e as meninas
da minha cidade ferida

                   Francisco Orban

 

 

 

Prosa

Temática Terceira idade: Chico Lopes

 

“Meu conselho aos jovens: envelheçam, antes que seja tarde!"
Nelson Rodrigues

Gosto do conselho do Nelson. Mas envelhecer é dramático. O pior mesmo é a perda das energias. Você atinge uma serenidade diferente, uma indiferença densa em relação a um monte de besteiras do mundo, mas o preço é uma letargia, uma falta de vontade para agir e realizar que, aos poucos, vai ficando mais e mais dramática. E também seu corpo se deteriora, os sentidos ficam menos agudos. Talvez haja uma compensação pra escritores, pois a memória de fatos mais remotos se aguça. Na balança geral, no entanto, as perdas são notórias. Não adianta mistificar: espírito e corpo andam juntos, e juntos envelhecem. Impossível ter espírito "jovem", como se diz por aí, demagogicamente, na "Melhor Idade", nada mais que uma propaganda de médicos, geriatras e farmacêuticos – é a Melhor Idade só pra eles...

                                                                                                                                                                                                                                                                    Chico Lopes

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Feliz Natal!

Que nossos leitores e amigos, possam receber o Natal com muita paz, amor e saúde! Que a semana seja um prenúncio de boas chegadas, bons amigos, boas notícias e muita luz!

 

gif animado 2

De volta após a tempestade Terra

FICAMOS SEM ATUALIZAR O PORTAL POR 30 DIAS, DEVIDO AO TERRA TER
                      MIGRADO O PORTAL PARA NOVA PLATAFORMA

 

Nascimento de Olavo Bilac (1965, RJ):  poesia prosa

 

Frases da semana

 

"Saudade: presença dos ausentes" - Olavo Bilac

 

"Saudade é tudo o que fica / daquilo que não ficou" - Luis Otávio

 

Cinema

 

Festival 12º NÓIA - Festival Brasileiro de Cinema Universitário (16 a 20 de dezembro)

 

Literatura

 

Poesia

 

Temática mensal: Ano Velho / Ano Novo

 

Prosa

 

Temática mensal: Ano Velho / Ano Novo

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Falha do Portal Terra, prejudica site Blocos Online desde 22/11/13

Desde o dia 22 de Novembro de 2013, o site da Blocos vem sendo prejudicado pela incompetência técnica do portal Terra.com.br.

Desde o dia 22 estamos reclamando incessantemente e nada acontece. Um pessoal sem o mínimo preparo que nem sabe esclarecer ao certo o que pode estar acontecendo, está transformando, a história de 17 anos de Blocos, numa palhaçada.

De nossa parte, pedimos aos nossos leitores e principalmente aos participantes do Livro Digital Poesia para mudar o mundo, nossas sinceras desculpas com a certeza de que, sérias decisões serão tomadas contra esse portal formado de pessoas desprovidas até mesmo de informações cabíveis.

 

Mônica Banderas (responsável pelo Blog da Blocos)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Falha do Portal Terra, prejudica site Blocos Online desde 22/11/13

Desde o dia 22 de Novembro de 2013, o site da Blocos vem sendo prejudicado pela incompetência técnica do portal Terra.com.br.

Desde o dia 22 estamos reclamando incessantemente e nada acontece. Um pessoal sem o mínimo preparo que nem sabe esclarecer ao certo o que pode estar acontecendo, está transformando, a história de 17 anos de Blocos, numa palhaçada.

De nossa parte, pedimos aos nossos leitores e principalmente aos participantes do Livro Digital Poesia para mudar o mundo, nossas sinceras desculpas com a certeza de que, sérias decisões serão tomadas contra esse portal formado de pessoas desprovidas até mesmo de informações cabíveis.

 

Mônica Banderas (responsável pelo Blog da Blocos)

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Falha do Portal Terra, prejudica site Blocos Online desde 22/11/13

Desde o dia 22 de Novembro de 2013, o site da Blocos vem sendo prejudicado pela incompetência técnica do portal Terra.com.br.

Desde o dia 22 estamos reclamando incessantemente e nada acontece. Um pessoal sem o mínimo preparo que nem sabe esclarecer ao certo o que pode estar acontecendo, está transformando, a história de 17 anos de Blocos, numa palhaçada.

De nossa parte, pedimos aos nossos leitores e principalmente aos participantes do Livro Digital Poesia para mudar o mundo, nossas sinceras desculpas com a certeza de que, sérias decisões serão tomadas contra esse portal formado de pessoas desprovidas até mesmo de informações cabíveis.

 

Mônica Banderas (responsável pelo Blog da Blocos)

sábado, 23 de novembro de 2013

Falha do Portal Terra, prejudica site Blocos Online desde 22/11/13

Desde o dia 22 de Novembro de 2013, o site da Blocos vem sendo prejudicado pela incompetência técnica do portal Terra.com.br.

Desde o dia 22 estamos reclamando incessantemente e nada acontece. Um pessoal sem o mínimo preparo que nem sabe esclarecer ao certo o que pode estar acontecendo, está transformando, a história de 17 anos de Blocos, numa palhaçada.

De nossa parte, pedimos aos nossos leitores e principalmente aos participantes do Livro Digital Poesia para mudar o mundo, nossas sinceras desculpas com a certeza de que, sérias decisões serão tomadas contra esse portal formado de pessoas desprovidas até mesmo de informações cabíveis.

 

Mônica Banderas (responsável pelo Blog da Blocos)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Dia da Consciência Negra, por Adão Ventura e Maria Luiza Falcão


NEGRO FORRO
minha carta de alforria
não me deu fazendas,
nem dinheiro no banco,
nem bigodes retorcidos.
minha carta de alforria
costurou meus passos
aos corredores da noite
de minha pele.

                Adão Ventura

POR UM SORVETE
Sexta-feira, 1º de novembro de 2013, dia de Todos os Santos. Caminhando na Av. Amazonas, centro de Belo Horizonte, decidi parar numa loja do Bob's e tomar um sorvete. A loja é a de número 800 (tem uma plaquinha na parede indicando). Na fila do caixa, vi um menino com uma pequena caixa na mão. Ele também me viu e, educadamente, perguntou se eu poderia comprar um sorvete para ele. Assenti e aguardei minha vez. Fiz questão de pegar o ticket e entregar na mão dele. Imaginei que seria bom para ele fazer seu próprio pedido no balcão de atendimento, afinal, de posse da notinha, ele era um cidadão, um cliente igual a todos que ali estavam. Paguei pelo meu sorvete e com meu ticket busquei atendimento. No balcão, algumas pessoas eram atendidas, outras como eu aguardavam. O menino estava lá. Embora chegando depois dele, fui logo atendida. O menino estendia a mão, pedia, mas... nada. Achei estranho aquilo e decidi ficar por perto observando. Para minha revolta e profunda decepção, o que imaginei de início estava mesmo acontecendo. O menino estava sendo flagrantemente discriminado por dois atendentes, uma moça e um rapaz. Aguardei ainda um pouco mais, mas vendo que tantas pessoas eram atendidas em detrimento do menino, não suportei. Fui até o balcão, pedi o ticket ao menino (ele tinha dois, pois havia conseguido mais um com outro cliente) e fiz o pedido. A moça viu que eu assumia o pedido pelo menino e, meio sem graça, tomou os tickets para me servir. O rapaz, muito grosseiramente perguntou se eu havia pago os sorvetes, ao que respondi afirmativamente. A moça entregou-me o sorvete, mas eu fiz questão de que ela entregasse os dois nas mãos do menino. Ele, mais uma vez gentil, me agradeceu e se foi. Entrei na loja e terminei meu próprio sorvete. Mas o pensamento e a revolta tiraram todo gosto, do sorvete e do lugar. Pensei em me queixar à gerência, mas não o fiz. Não por mim, mas pensei que aquele menino pudesse, em outra oportunidade, ser até expulso daquele lugar.
Aquele menino não era negro, não estava maltrapilho, nem sujo, tão pouco mal vestido. Dignamente portava uma pequena caixa com balas que certamente vendia nos pontos de ônibus da região. Um trabalhador, tal qual àqueles presunçosos jovens atendentes que, com seus uniformes e carteiras de trabalho assinadas, se julgaram tão superiores aquele pequeno trabalhador.
Que Todos os Santos guiem e abençoem os dignos trabalhadores deste país, e perdoem – se for possível – os que, mergulhados no egoísmo, desprezam seus semelhantes. Amém!


                                                                                    
                                                                                                    Maria Luiza Falcão

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Fla-Flu literário (***)

 
 
futebol e livros
 
Um Fla-Flu literário (Ed. Bertrand Brasil/Difel, Rio), de Mauro Rosso, é um desses livros que eram necessários mas ninguém sabia, só ficou sabendo depois que ele apareceu. Seu conceito é simples. Nos primeiros anos do século 20, quando o futebol estava começando a se consagrar como esporte no Brasil (embora um esporte de elite, não o esporte popular de hoje), havia gente a favor e gente contra, principalmente na imprensa. Mauro Rosso escolheu o grande Coelho Neto como exemplo dos a-favor, e o grande Lima Barreto como exemplo dos contra. E reproduz, com fartos comentários e análises, textos dos dois escritores, numa polêmica divertida e esclarecedora.
Uma das ironias do passar do tempo é que Coelho Neto, na época considerado por alguns o maior escritor brasileiro, está hoje completamente esquecido, acho que só quem lembra dele somos eu e Mauro Rosso. E Lima Barreto, o bebum, o maluco, o marginal, é reeditado sem parar, adotado nos vestibulares e estudado nas academias. Para ver o que era a literatura brasileira de 1910 ou 1920, é muito educativo ver lado a lado os textos dos dois. Coelho Neto é gongórico e multíloquo (estranhou? pois era assim que ele escrevia), enquanto os textos de Lima Barreto parecem ter sido escritos semana passada. O que dá a todos nós, redatores profissionais, um recado sobre temas como o futuro da língua e as chances de permanência estilística.
Lima criou em 1919 uma “Liga Contra o Futebol”, o qual denomina “o esporte dos pontapés”. Entre outras coisas, porque o via (corretamente, na época) como um esporte das elites, dos estudantes ricos, dos filhinhos de papai, um meio social de onde negros e pobres eram excluídos. Tinha seguidores, como Carlos Sussekind de Mendonça, que publicou em 1921 o livro O sport está deseducando a mocidade brasileira . Coelho Neto amava o futebol por estas mesmas razões, ou melhor, por razões mais compreensíveis, mas indissociáveis destas. Seus filhos “Prego” e “Mano” foram jogadores famosos, e foi a morte deste último por problemas cardíacos que desgostou o pai e acabou por afastá-lo dos campos.
O livro transcreve dezenas de artigos de ambos, mostrando o ambiente social e político que cercou a prática amadorística do futebol nas primeiras décadas do século, no Rio de Janeiro. No final, há um curto mais informativo apêndice intitulado “Futebol e os intelectuais em São Paulo”, no qual ficamos sabendo, entre muitas outras coisas, que uma polêmica semelhante a esta foi travada entre Oswald de Andrade (antifutebol) e José Lins do Rego (pró).
Digno de nota também é o fato de que Lima Barreto a toda hora cita Coelho Neto, direta ou indiretamente. Neto era famoso, rico, paparicado; atacá-lo era receita certa para obter atenção. Mas Coelho Neto recebe isso com olímpica indiferença, e, ironicamente, cita Lima Barreto pelo nome apenas num dos últimos textos transcritos no livro, para elogiá-lo após a morte, chamando-o de “escritor pujante” e “boêmio de gênio”.
                                                                                                             
                                                                                                            Braulio Tavares

Fonte (publicado originalmente no blog Mundo Fantasmo, em 18/11/2010): http://mundofantasmo.blogspot.com.br/2010/11/2404-o-fla-flu-literario-18112010.html
Lima Barreto chegou a fundar, em 1919, a "Liga Anti-Futebol". Leia um texto dele, de 1912, criticando a torcida futibolística, clicando aqui


domingo, 17 de novembro de 2013

Jasmim Amaral, por Glória Kirinus

 

No vôo da Gol, no dia 10 de novembro, com destino para Porto Alegre, conheci Jasmin Amaral, uma menina de 3 ou 4 anos. Viajava com o avô para um transplante de rim, num hospital de Porto Alegre (Santa Casa?) Jasmim não entendia das demoras que existem nessas ocasiões (espera para embarcar, para descer do avião, para esperar as malas, as caixas com os medicamentos, o aparelho de hemodiálise, nada disso) O avô entendia disso tudo e segurava o coração e as ideias em cada mão.
Peguei minha pequena bagagem antes e fui ao encontro do meu rumo. Prometi ao avô que rezaria pela Jasmim e que pediria a Deus pela saúde dela, como se eu tivesse alguma autoridade e intimidade com Deus.
_ Jasmim Amaral, Jasmim Amaral. O avô repetiu duas vezes e ficou aliviado.
Quem pensa que eu estive sozinha na Feira do Livro de Porto Alegre, não sabe que entre foto e foto, stand e stand de livros, abraços de amigos e leitores, esse nome virou prece para mim.
Hoje, domingo, uma pausa para as perguntas que fazem fila na minha cabeça. O que será da Jasmim e do seu avô? O que será de toda a família de Jasmim? Essas perguntas chamam outras perguntas, o que também é um qualidade de prece. Este domingo tem nome de flor e sobrenome que deriva do amor. E lá vou eu perfumando a casa e renovando o valor de cada coisa que me toca. Tudo é jasmim e tudo é amaral.

CASA ARRUMADA

 

cozinha linda 12

Casa arrumada é assim: Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.


Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não centro cirúrgico, um cenário de novela. Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas... Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...


Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar. Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha. Sofá sem mancha? Tapete sem fio puxado? Mesa sem marca de copo? Tá na cara que é casa sem festa. E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.


Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde. Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda. A que está sempre pronta pros amigos, filhos... Netos, pros vizinhos... E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.


Arrume a casa todos os dias... Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo para viver nela... E reconhecer nela o seu lugar.

Carlos Drummond de Andrade

QUEBECK



Quebeck das distâncias,
das casas iluminadas
e do caudaloso São Lourenço.
De ruas estreitas,
curvilíneas,
casas barrocas
coloridas como paixão.
Quebeck dos sonhos dourados,
de ciprestes e castelos seculares.
De parques e tapetes amarelecidos
e das árvores frondosas
que me perco no olhar.
À beira de tudo,
o instante.
Instante das estrelas
e dos olhos esquecidos de um tempo.

                         

                                                        Geraldo Coelho Vaz
 
Do livro: O outro caminho, Ed. Renascer, 2007, Goiânia/GO


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Proclamação da República

 

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Hino da Proclamação da República

Letra: José Joaquim Medeiros e Albquerque
Música: Leopoldo Miguez

Seja um pálio de luz desdobrado
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus.
Seja um hino de glória que fale
De esperanças de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre país
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos unidos levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha avante da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!...

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue no nosso pendão
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder,
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!...

Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado
Sobre as púrpuras régias de pé!
Eia pois, brasileiros, avante!
Verdes-louros, colhamos louçãos!
Seja o nosso país triunfante
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!...

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Paisagem inusitada

 

no frio chão de areia
sobre o oco tronco de

madeira (poste
de luz descartado)

causas e casas diversas
opera a natureza:

criam-se fungos de orelha
brotam ervas atrativas (e

musgos e liquens e
minúsculas margaridas)

larvas de serra-pau
guarida de aranha obesa

pouso amarelo de borboletas
avencas (trazidas pelo vento

e tenras heras que cobrem
(feito um véu de eras)

o espaço aéreo até as copas
de insistentes arbustos

sonhando
árvores futuras.

                           Sidnei Olívio