domingo, 31 de janeiro de 2010

Plantios e colheitas - Editorial da segunda quinzena



Estive pensando no árduo caminho do exercício da palavra. Na luta, diária, travada com a fala com seus significados e significantes. Uma reflexão profunda com a ferramenta que nos diferencia dos demais mamíferos. E cheguei a uma conclusão pessoal, claro, passível de contestação.

Diferente de uma plantação de alface, que tem tempo certo de plantio, mudas, regas, eliminação de ervas daninhas, cuidado com a quantidade de sol, mas que tem tempo certo de colheita, a literatura necessita de todos estes cuidados e, outros até mais sutis, embora a cultura da palavra não nos permita saber sobre tempo de colheita, nem mesmo se haverá colheita.

Fazemos o portal Blocos Oline há treze anos, incansáveis, e cada dia que passa parece que estamos começando a semear, melhor: começando a preparar a terra. Este fato me leva a questionar se toda esta luta vale a pena.

No fundo, acredito que vale, mas notícias como o estado de saúde e financeiro de Roberto Piva e me deixa muito transtornado e triste. Ele, Hilda Hilst, Plínio Marcos são exemplos de plantio sem colheita pessoal, ou seja, sem o reconhecimento pecuniário do valor de suas obras. Nada podemos fazer quanto a Hilda ou Plínio, mas Piva, mesmo muito mal, ainda vive e vale nosso esforço em ajudá-lo. E também ao Júlio Almada, que, após sofrer um acidente, e passar por uma cirurgia de úmero, encontra-se também em estado de grande precariedade.

E eis que, de repente, acabo tentando responder a pergunta que eu próprio propunha: somos semeadores de idéias e, mesmo que não saboreemos nossa colheita literária, acredito que ela sobreviverá a nós e frutificará o mundo. Enfim, dúvidas, incertezas e divagações... E que Nossa Senhora da Escrita, nos dê forças para prosseguir.

Urhacy Faustino

última transmissão por Código Morse, que foi extinto.

Telégrafo para Código Morse

SOS é um dos sinais mais usados e enviado em situações de emergência de um indivíduo. Quando enviado em código morse consiste em três pontos (correspondente à letra S), três traços (correspondente à letra O) e novamente três pontos (• • • – – – • • •) - oralmente diz-se "dit dit dit dah dah dah dit dit dit".
No uso popular, SOS foi associado a frases como Save Our Seamen ("Salve nossos marinheiros"), Save our Ship ("Salve nosso Navio"), Survivors On Shore ("Sobreviventes na costa") ou Save Our Souls ("Salve nossas almas"). Essas frases no entanto vieram depois como forma de ajudar a lembrar as letras corretamente (um retro-acrônimo). Sendo um código, as letras de SOS não tem um significado por si mesmas.
História
Este sinal foi inicialmente adaptado pelo governo alemão nas regulamentações de rádio em 1 de Abril de 1905, e passou a ser um padrão mundial quando foi aceito na segunda International Radiotelegraphic Convention, firmada em 3 de Novembro de 1906 e tornando-se efetiva em 1 de Julho de 1908 (em substituição ao sinal CQD).
O primeiro navio a enviar um SOS por rádio foi o Arapahoe em 1909. Encontrava-se perdido ao norte do continente americano.
O fim do sentido original do SOS deu-se em janeiro de 1999 quando foi oficialmente aposentado o serviço de telegrafia Morse nas comunicações marítimas. A Autoridade de Segurança Marítima da Austrália foi a última organização internacional a deixar de reconhecer oficialmente o sistema. A Rádio Melbourne realizou a transmissão final em código Morse em seu Serviço Móvel Marítimo às 23:59 UTC do dia 31 de janeiro de 1999.

Dia do mágico



Tirar um coelho da cartola, fazer aparecer uma pomba, descobrir uma carta no baralho, tirar moedas de trás da orelha, serrar uma pessoa ao meio, fazer bolinhas aparecerem dentro da mão fechada. Tudo isso o mágico faz para entreter, divertir e iludir a platéia.
A arte de iludir já foi chamada de escapismo e cria ilusões que surpreendem, escapam à lógica e enganam os nossos sentidos, em geral a nossa visão. Por isso se diz que as mãos de um mágico devem ser mais rápidas que os olhos de quem está assistindo seu número.
No dia 31 de janeiro é comemorado o Dia do Mágico. A data é a da morte de São João Bosco, que, segundo a história, também era mágico - e foi escolhido para ser o padroeiro desses profissionais.
Se você pretende ser um mágico:

•Nunca explique como um truque é feito. O mistério é tudo. Se a platéia souber o segredo, perderá o interesse e o truque ficará sem graça.
•Antes de executar o truque, não diga o que você irá fazer. O elemento surpresa é fundamental para causar impacto. A platéia não saberá, antes da hora, em que prestar atenção.
•Evite repetir um truque para um mesmo espectador. Ele terá mais chances de perceber o que você está fazendo.
•Sempre pratique cada truque antes de apresentá-lo. De preferência, treine em frente a um espelho. Quando você se sentir seguro, estará pronto para enfrentar o público.
Truques que ficaram na história
O mais famoso profissional da arte de iludir de todos os tempos foi Harry Houdini. Tanto, que seu nome ainda é sinônimo de mágico. Começou a fazer truques com cartas de baralho e se apresentava em parques de diversão, nos Estados Unidos, no fim do século 19.
No início do século 20, ele viajou pelo mundo apresentando números nos quais se libertava, diante do público, de algemas, cordas, correntes e cadeados, fechado dentro de caixas ou tanques. Conseguia ficar vários minutos sem respirar dentro d'água e chegou a representar seus truques para o cinema.
David Copperfield, mais recentemente, popularizou a mágica ao se exibir em programas de auditório e de televisão. E quem não se lembra do polêmico Mister M, que revelava o segredo de seus truques, quebrando a regra de ouro dos mágicos?
Já o pai da mágica no Brasil é João Peixoto dos Santos, um mineiro da cidade de Formiga. Ele aprendeu a técnica com mágicos árabes que viajavam pelo país e aos dezenove anos foi estudar para se aperfeiçoar em Paris. Escreveu livros sobre essa arte, que foram traduzidos em diversas línguas.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Dia da Saudade

Saudade com Cesária Évora, uma das maiores cantoras cabo-verdiana.


Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, "saudade", só conhecida em galego-português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".
Diz a lenda que foi cunhada na época dos Descobrimentos e no Brasil colônia esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações. Provém do latim "solitáte", solidão.
Uma visão mais especifista aponta que o termo saudade advém de solitude e saudar, onde quem sofre é o que fica à esperar o retorno de quem partiu, e não o indivíduo que se foi, o qual nutriria nostalgia. A gênese do vocábulo está directamente ligada à tradição marítima lusitana.
A origem etimológica das formas atuais "solidão", mais corrente e "solitude", forma poética, é o latim "solitudine" declinação de "solitudo, solitudinis", qualidade de "solus". Já os vocábulos "saúde, saudar, saudação, salutar, saludar" proveem da família "salute, salutatione, salutare", por vezes, dependendo do contexto, sinônimos de "salvar, salva, salvação" oriundos de "salvare, salvatione". O que houve na formação do termo "saudade" foi uma interfluência entre a força do estado de estar só, sentir-se solitário, oriundo de "solitarius" que por sua vez advem de "solitas, solitatis", possuidora da forma declinada "solitate" e suas variações luso-arcaicas como suidade e a associação com o ato de receber e acalentar este sentimento, traduzidas com os termos oriundos de "salute e salutare", que na transição do latim para o português sofrem o fenômeno chamado síncope, onde perde-se a letra interna l, simplesmente abandonada enquanto o t não desaparece, mas passa a ser sonorizado como um d. E no caso das formas verbais existe a apócope do e final. O termo saudade acabou por gerar derivados como a qualidade "saudosismo" e seu adjetivo "saudosista", apegado à ideias, usos, costumes passados, ou até mesmo aos princípios de um regime decaído, e o termo adjetivo de forte carga semântica emocional "saudoso", que é aquele que produz saudades, podendo ser utilizado para entes falecidos ou até mesmo substantivos abstratos como em "os saudosos tempos da mocidade", ou ainda, não referente ao produtor, mas aquele que as sente, que dá mostras de saudades.
Recentemente, uma pesquisa entre tradutores britânicos apontou a palavra "saudade" como a sétima palavra de mais difícil tradução.
Pode-se sentir saudade de muita coisa:

de alguém falecido.

de alguém que amamos e está longe ou ausente.

de um amigo querido.

de alguém ou algo que não vemos há imenso tempo.

de alguém que não conversamos há muito tempo.

de sítios (lugares).

de comida.

de situações.

de um amor

A expressão "matar a saudade" (ou "matar saudades") é usada para designar o desaparecimento (mesmo temporário) desse sentimento. É possível "matar a saudade", e. g., relembrando, vendo fotos ou vídeos antigos, conversando sobre o assunto, reencontrando a pessoa que estava longe etc. "Mandar saudades", por exemplo no sul de Portugal, significa o mesmo que mandar cumprimentos.
A saudade pode gerar sentimento de angústia, nostalgia e tristeza, e quando "matamos a saudade" geralmente sentimos alegria.
Em Portugal, o Fado, oriundo do latim "fatum", destino, está directamente associado com este sentimento. Do mesmo modo, a sodade cabo-verdiana está intimamente ligada ao género musical da morna. No Brasil, esse sentimento está muito retratado no samba de fossa e na bossa nova.
Em galego, além do termo saudade, existe o próximo "morrinha", que em português é associado à doença animal.
Em botânica, "saudade" é o nome vulgar de várias plantas da família das Dipsacáceas e das Compostas, como as saudades-brancas, que aparecem nos campos e nas vinhas do Sul de Portugal, e é também conhecida por suspiros-brancos-do-monte, as saudades-perpétuas, cultivadas no Sul de Portugal e as saudades-roxas (plantas da família das Dipsacáceas, que aparecem nos terrenos secos e pedregosos, também conhecidas por suspiros-roxos).

Saudade "é a 7ª palavra mais difícil de traduzir"
da BBC, em Londres - Folha Online
Uma lista compilada por uma empresa britânica com as opiniões de mil tradutores profissionais coloca a palavra "saudade", em português, como a sétima mais difícil do mundo para se traduzir.
A relação da empresa Today Translations é encabeçada por uma palavra do idioma africano Tshiluba, falando no sudoeste da República Democrática do Congo: "ilunga".
"Ilunga" significa "uma pessoa que está disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a tolerar o mesmo pela segunda vez, mas nunca pela terceira vez".
Em segundo lugar ficou a palavra "shlimazi", em ídiche (língua germânica falada por judeus, especialmente na Europa central e oriental), que significa "uma pessoa cronicamente azarada"; e em terceiro, "radioukacz", em polonês, que significa "uma pessoa que trabalhou como telegrafista para os movimentos de resistência ao domínio soviético nos países da antiga Cortina de Ferro".
*Contexto cultural *
Segundo a diretora da Today Translations, Jurga Ziliskiene, embora as definições acima sejam aparentemente precisas, o problema para o tradutor é refletir, com outras palavras, as referências à cultura local que os vocábulos originais carregam.
"Provavelmente você pode olhar no dicionário e [...] encontrar o significado", disse. "Mas, mais importante que isso, são as experiências culturais [...] e a ênfase cultural das palavras."
Veja a lista completa das dez palavras consideradas de mais difícil tradução:
1. "Ilunga" (tshiluba) - uma pessoa que está disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a tolerar o mesmo pela segunda vez, mas nunca pela terceira vez.
2. "Shlimazl" (ídiche) - uma pessoa cronicamente azarada.
3. "Radioukacz" (polonês) - pessoa que trabalhou como telegrafista para os movimentos de resistência o domínio soviético nos países da antiga Cortina de Ferro.
4. "Naa" (japonês) - palavra usada apenas em uma região do país para enfatizar declarações ou concordar com alguém.
5. "Altahmam" (árabe) - um tipo de tristeza profunda.
6. "Gezellig" (holandês) - aconchegante.
7. Saudade (português) - sentimento nostálgico, sentir falta de alguma coisa ou alguém (o significado não é consensual).
8. "Selathirupavar" (tâmil, língua falada no sul da Índia) - palavra usada para definir um certo tipo de ausência não-autorizada frente a deveres.
9. "Pochemuchka" (russo) - uma pessoa que faz perguntas demais.
10. "Klloshar" (albanês) - perdedor.
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SAUDADES

"Saudade palavra doce
que traduz tanto amargor:
Saudade é como se fosse
espinho cheirando a flor..."
      Bastos Tigre

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Descompassos


Vivo manhãs de sol que não mais refletem o antigo brilho, desfolho flores que se despiram das cores de aquarela, e sombras insistentes me envolvem, desde que, numa fração de minuto, ele se foi, sem proferir palavras, sem acenar adeus.
Pôr-do-sol sem poesia, ondas do mar revoltas, como meu coração. Pássaros que já não mais me despertam com seus cantares. Vazio... Nada espero, mas não me aquieto, imersa na tortura de saber-me esquecida.
Esperança sempre me pareceu coisa sem sentido. Restam-me, então, lembranças de carinhos, de mãos que sempre traziam calmarias. Nunca mais!
Dói a saudade, mas nada peço aos céus, senão que cerrem, de uma vez por todas, as cortinas de uma vida, agora sem sentido, monocromática, sem amanhãs. O que foi feito da alegria que teci amorosamente para os dias que nunca chegariam a existir para nós?
O orvalho se mistura às lágrimas quando, subitamente, vislumbro estrelas que se misturam ao convite inebriante do bailado das ondas do mar. Simulo vôos. Chegarei a algum lugar.

Belvedere Bruno





sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Oco do Zero




depois que abandonei a metáfora e a palavra literal, que abandonei a representação e a apresentação, depois que eu me exilei da escrita, que eu deixei de dizer, depois que eu não diga mais nem eu, nem nós, nem ele nem ela, depois que nenhuma palavra seja mais suficiente, ou mesmo insuficiente, que já não importe mais dizer ou não dizer, que a potência é impotência e que a impotência é potência, e qualquer escolha que venha a fazer uma apagará a outra, e nada será dito nem escrito, depois dessas nulidades todas, do niilismo, do ceticismo, desse emparedamento que transforma a escrita e a fala e os dizeres todos, cinemáticos, em sem lugares, em nem vazios nem cheios expressivos, mas essa massa amorfa do meio termo, mesmo que um meio termo cheio de charme, cheio de insinuações, de adereços, de seduções publicitárias, cheio de performances do tipo sim eu escrevo, sim eis a diferença, eis a outridade, eis uma escrita neobarroca, corporal, fragmentária, multicultural, de pisca-piscas inclusivos, que põe em cheque os cheques cauções e também os calções masculinos, políticos, imperiais, enfim, mesmo esse teatro de máscaras fingidamente não niilista, mesmo ele diz para enganar os que esperam a palavra precária que seja, dentro da precariedade, dizer o provisório visionário, a alegria que não expulse as tristezas, que as abrigue, e as alimente de alegrias, as engorde com bastantes risadas, cultivando as suas muitas presenças, mesmo essa escrita manca que deixe a alegria falar na tristeza e a tristeza na alegria, mesmo ela, depois que ela não é mais possível, depois que a gente fica ansioso pra reescrever os passados, e muito pouco à vontade para reescrever os presentes e os futuros, depois que o sal da vida se tornou salgado ou, menos que isso, indiferente, que tanto faz como fez, a rua ou a casa, a esposa ou a amante, que você acredite que tudo já foi dito, então, é hora de começar, e deixar de lado os recomeçares, e todos os outros re e repetições, é hora de começar do oco do zero, de escrever o que ninguém escreve, muito menos você, leitor niilista, muito menos ainda eu, escrita covarde, é hora de começar endereçando a carta da escrita pra um leitor que não seja niilista, que não seja leitor, nem autor, nem personagem ou nome de algum ente, que esteja fora do verbo, que também não queira ler a carta das escritas que dizem de tudo que já torturamos e matamos e sacrificamos, em nome de deus, da ciência, da razão, do dinheiro, da fama, do medo, da fraqueza, da poesia, da escrita, do amor, é hora de endereçar a escrita pra você mesmo, embora não ao seu endereço pessoal, de seus narcisos, mas pra suas distâncias perto, e então, delas, das suas distâncias, cunhar a aventura das escritas, no surto do parto

Luís Eustaquio Soares

Leia no site, as homenagens dos autores do Blocos aos grandes que já partiram desse mundo


Morte de José do Patrocínio (1905, RJ), homenagem de Emílio de Menezes e Guimarães Passos


Morte de Luís Delfino (1910, RJ)

Morte de Mahatma Gandhi (1948, Nova Deli/Índia), homenagem de Ubiratan Souza

Caleidoscópio



Originada de três vocábulos gregos – kalos, eidos, skopien –, pode-se traduzir livremente a palavra caleidoscópio (ou calidoscópio) por “visão de belas imagens”.

Em 1817, um ano após a sua concepção, o físico escocês David Brewster patenteou a atual versão do caleidoscópio. Pela relevância da publicação do seu livro, Treatese on Optics , em 1831, onde descreve, inclusive, os dados científicos da invenção, ele foi elevado à categoria de Cavaleiro do Império Britânico.

Entre a segunda metade do século XIX e a primeira do seguinte, era muito comum encontrar caleidoscópio nas residências de pessoas que o importavam da Europa, para entretenimento de adultos e crianças. A partir daí, o seu conhecimento foi aprendido por nossa gente, que divulgou, no país, esse objeto lúdico, que logo se tornou apreciado por gerações.

A literatura está repleta de alusões a caleidoscópios: a poeta Cecília Meireles reporta-se à sua “área mágica ”... “ onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos...”; O escritor André Gide proclama: “Um outro brinquedo pelo qual eu era doido: esse instrumento de maravilhas que se chama caleidoscópio” e lamenta: “Creio que as crianças de hoje não o conhecem ”. E a propósito de um presente que lhe foi ofertado, por ocasião dos seus 75 anos de idade, o então titular da Arquidiocese de Olinda e Recife, D. Helder Cãmara (conhecido internacionalmente por seus engajamentos político e social), declara: “caleidoscópio que Você me deu, além da beleza que Você criou, improvisa cenas cuja beleza, da Terra, nem podemos divisar... ele nos apresenta flagrantes dos Mundos de Mundos que rolam pelas alturas.”

Nasci no Recife, em 1948. Nos primeiros anos da década de 60, iniciei-me no mundo dos caleidoscópios com o jesuíta Padre Alberto Silva, professor de Física na Universidade Católica de Pernambuco. Desde então, paralelamente a outras atividades, mantive-se nesse ofício, tendo, nesse período, montado e vendido mais de duas mil peças.

Dentre meu longo curriculum, estão exposições em várias cidades do Brasil, duas mostras informais no exterior (Arequipa, Peru, em 1984, e Ein Hod, Israel, em 1988), cursos, oficinas, seminário e palestras.

Em 1984, recebi da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro o título de Mestre, quando realizei, naquela cidade, duas mostras patrocinadas pela FUNARTE (Instituto Nacional do Folclore e Hotel Nacional). A partir de 1999, dedico-me exclusivamente a esta arte.

Três caleidoscópios de grandes dimensões encontram-se no Instituto Nacional do Folclore, no Rio de Janeiro (1984); Museu do Homem do Nordeste, no Recife (1988); o terceiro, de 1999, faz parte do acervo do artesão, exposto em minha Oficina.

Na cidade de Paulista-PE, mais exatamente na praia de Pau Amarelo, onde resido, mantenho em atividade minha Oficina de Caleidoscópio, onde, além de construir, vender e restaurar os danificados levados por clientes, acolho com prazer pessoas interessadas em desvendar os segredos do ofício, ou, juntamente comigo, apenas se deliciar com a variedade desses engenhos de arte, movimento, cor e encantamento.

Giovanni Bosco

Palavra, salve-me




Ia chegando ao consultório do analista...
– E aí, o que está te incomodando?
Pensei, recordei, refleti, nomeei, questionei em silêncio: – Angústia?! Mas tudo aquilo que senti, de formas tão diversas, toda aquela intensidade, a insuportabilidade, a sensação do mundo caindo sobre minha cabeça em pedaços, era "só" angústia?! Essa palavrinha tão banal que todos usam no cotidiano como usam um "oi" ou um "até logo"? Não pode ser...
– Doutor, o senhor tem lápis e papel aí?
– Sim.
– Então anota pra calcular certinho: pega a palavra "angústia", multiplica por cinco, eleva o resultado ao cubo. Anotou?
– Ok. Continue.
– Bom, agora põe fatorial e calcula por favor.
– Humn...
A testa do médico franziu, seu olho diminuiu, a pupila dilatou, a mão no queixo e o olhar massacrante sem piscar me empurrando pra parede com toda aquela força que só ''eles'' possuem... Isso sem olhar novamente pro papel, até que fez aquela postura de relaxamento, desfranziu a testa e saiu de seu ''transe''.
Ufa, esse cara é sádico? Pensei com meus botões... e então perguntei, já que ele nada disse.
– E aí, doutor? O que deu?
– Interessante! Bom, moça, pelos meus cálculos, risperidona 8mg.
Ui! Saravá! Nunca mais voltei lá.

Tania Montandon

Saiba mais sobre Tânia



Nascimento do Barão de Itararé



APARÍCIO FERNANDO DE BRINKERHOFF TORELLY
(76 anos)
Jornalista, Escritor e Pioneiro no Humorismo Político Brasileiro
* Rio Grande, RS (29/01/1895)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/11/1971)
Uma de suas máximas favoritas: Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.

Aparício era  também conhecido por Apporelly e pelo falso título de nobreza de Barão de Itararé, foi um jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político brasileiro.

Aparício Torelly depois de, como ele próprio dizia, fundar e afundar vários jornais no Rio Grande do Sul, chegou à capital federal, então a cidade do Rio de Janeiro, em 1925. No mesmo ano foi trabalhar em O Globo de Irineu Marinho. Com a morte de Irineu, Apporelly foi convidado por Mário Rodrigues (pai de Nelson Rodrigues) a ser colaborador do jornal "A Manhã". Ainda em 1925, no mês de dezembro, Aparício Torelly estreava na primeira página com seus sonetos de humor que, geralmente, tinham como tema um político da época. Sua coluna humorística fez sucesso e também na primeira página, em 1926, começou a escrever a coluna "A Manhã tem mais…". Neste mesmo ano criou o semanário que viria a se tornar o maior e mais popular jornal de humor da história do Brasil. Bem ao seu estilo de paródias, o novo jornal da capital federal tinha o nome de "A Manha", e usava a mesma tipologia do jornal em que Apparício trabalhava, sem o til, fazendo toda diferença que era reforçada com a frase ladeando o título: "Quem não chora, não mama". Para estréia tão libertadora, Apporelly não perdeu a data de 13 de maio de 1926. Em 2006, portanto, comemoram-se 80 anos de fundação de "A Manha".

A personagem Barão de Itararé nasceu nas páginas de "A Manhã" em 1930. Durante a revolução, a batalha de Itararé foi vastamente propagada pela imprensa. Apporelly não ficou de fora desta tendência. Esta batalha ocorreria entre as tropas fiéis a Washington Luís e as da Aliança Liberal que, sob o comando de Getúlio Vargas, vinham do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro para tomar o poder. A cidade de Itararé fica na divisa de São Paulo com o Paraná, mas antes que houvesse a batalha "mais sangrenta da América do Sul", fizeram acordos. Uma junta governativa assumia o poder no Rio de Janeiro e não aconteceu nenhum conflito. O Barão de Itararé comentaria este fato mais tarde da seguinte maneira:
«Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve.»
Na verdade, em outubro de 1930, Aparício se autodeclarara Duque nas páginas d"A Manhã":
«O Brasil é muito grande para tão poucos duques. Nós temos o quê por aqui? O Duque Amorim, que é o duque dançarino, que dança muito bem mas não briga e o Duque de Caxias que briga muito bem, mas não dança. E agora eu que brigo e danço conforme a música.»
Mas como ele próprio anunciara semanas depois, "como prova de modéstia, passei a Barão."
Unido a Bastos Tigre e Juó Bananére, conseguiu exprimir o hibridismo lingüístico com a utilização do soneto-piada, que consistia na contraposição rápida de dois contextos associativos.
O Barão de Itararé nunca atuou no rádio, mas grande parte da sua produção humorística revelou uma enorme capacidade de incorporar falas conhecidas da população em suas criações.
Em 1985, a Editora Record publica em livro, sob o título de Máximas e Mínimas do Barão de Itararé, uma seleção de textos de humor extraídos de A Manhã, em coletânea organizada por Afonso Félix de Sousa e com prefácio de Jorge Amado. No mesmo ano, Máximas e Mínimas alcançou rapidamente quatro edições.

Dia do jornalista - conflito de datas



O DIA DO JORNALISTA

A profissão de jornalista é muito desgastante e de muita responsabilidade. Uma palavra que têm uma bela sinonímia, a ética o jornalista deve abraçá-la de vez, já nos bancos da instituição acadêmica. Jornalismo se faz por amor e com responsabilidade. Jornalista é a pessoa ou profissional que exerce atividade jornalística como redator, repórter, fotógrafo, editor, apresentador entre outras. O jornalista deve ser eclético, visto que a profissão exige isso do profissional. Ele tem que ser clínico geral, já que a área do jornalismo é vasta. O dia do jornalista já foi comemorado em várias datas. No dia 24 de janeiro por ocasião da data do padroeiro da profissão, São Francisco de Sales (bispo e doutor da Igreja Católica) para homenagear os profissionais do jornalismo.

O dia 29 de janeiro tem uma particularidade e faz parte da história do Brasil, a data, de longe, mais citada nos calendários comemorativos brasileiros, mas ao mesmo tempo, a que menos tem referências à sua criação. As informações vão desde uma homenagem ao jornalista e abolicionista José do Patrocínio falecido em 1905, até se tornando uma data eminentemente católica. No dia 16 de abril comemora-se o dia do repórter como na definição acima, trata-se de um profissional do jornalismo, por tabela poderíamos afirmar ser dia do jornalista também. Lá pelos idos de 1830 quando do assassinato de um jornalista no mês de abril do citado ano - foi instituído pela Associação Brasileira de Imprensa o dia do jornalista em homenagem a João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, em 22 de novembro de 1830. Com essas informações o dia do jornalista fica assoberbado por diversas e diferentes nuances. Essa cronologia para que fique guardada em nossas memórias tiveram aspectos históricos e importantes para culminar com um dia certo para homenagem ao jornalista brasileiro.

Vejam: O movimento popular gerado por sua morte levou à abdicação de D. Pedro I, no dia 7 de abril de 1831. Um século depois, em 1931, em homenagem a esse acontecimento, o dia 7 de abril foi instituído como o “Dia do Jornalista”. Seguindo a via-crúcis mais uma data modificou novamente o cenário de comemorações. 03 de maio - pode ser considerado o Dia do Jornalista por ser a data da Liberdade de Imprensa, decretada pela ONU em 1993. Não terminou aí a indecisão e a data propícia para homenagear o homem da mídia e da imprensa. Em data a posteriori mais precisamente em 01 de junho – Dia da Imprensa que durante 192 anos foi comemorado, erroneamente, em 10 de setembro (atribuía-se à Gazeta do Rio de Janeiro, jornal oficial do Império, ser o primeiro jornal brasileiro). No Brasil, a Imprensa surge em 1808, quando passou a circular, em 1º de junho, o “Correio Braziliense”, editado em Londres por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça. A jornalista Daniela Bertocchi afirma que existe o dia mundial do jornalista, Levando-se em conta o maior número de pessoas comemorando, o dia 8 de novembro que seria o dia oficial, em que 1,3 bilhões de chineses comemoram a data. Nos EUA, o dia do jornalista é comemorado em 8 de agosto e mais datas surgem em pesquisas em outros países. No Brasil, pátria amada, idolatrada pergunta-se por que o dia 7 de abril?

O Dia do Jornalista é comemorado no Brasil no dia 7 de abril, em homenagem a João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, brasileiro de origem italiana, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, no dia 7 de abril de 1830, durante uma passeata de estudantes em comemoração aos ideais libertários da Revolução Francesa, como foi citado antes e nas entrelinhas dessa matéria. Já o dia Nacional de Luta em defesa do Diploma iniciou-se no I Congresso Brasileiro de Jornalistas, em 1918, no Rio de Janeiro, quando pela primeira vez foi reivindicado o estabelecimento de um curso específico de nível superior para a profissão. “Desde então, os jornalistas brasileiros vêm lutando pelo direito a uma regulamentação que garanta o mínimo de qualificação profissional àqueles que pretendam trabalhar como jornalistas.” Vejam que a batalha é ferrenha e antiga pelos ideais do jornalismo ser exercido por profissionais possuidores de curso superior, ou mesmo aqueles que tiveram o direito adquirido pela vasta colaboração que deram à imprensa de ontem e de hoje no Brasil. Aproveitamos o dia de hoje para desejar sucesso a todos os jornalistas do Ceará e do Brasil e que a luta em prol dos direitos do jornalista continue, apesar de diversas atribuições destinadas a profissionais do jornalismo tenham sido tolhidas. E que as empresas jornalísticas possam dar aquilo que é mais do que sagrado, a assinatura da carteira profissional como jornalista e não radialista. Nada contra nossos companheiros que fazem à mídia falada que também tem sua importância fundamental para o público mais carente e menos privilegiado e para aqueles que realmente adoram o rádio desde sua inserção no Brasil


Aniversariantes de 29 de Janeiro




Jerry Adriani, cantor e ator brasileiro.
Jerry Adriani, cujo nome verdadeiro é Jair Alves de Souza, nasceu em 29 de janeiro de 1947, no Brás, na cidade de São Paulo. Começou a sua vida profissional em 1964, com a gravação do seu primeiro LP Italianíssimo, e no mesmo ano gravou seu 2º LP , Credi a Me. Em seguida no ano de 1965, grava Um grande Amor,, sendo o primeiro em português. Tornou-se apresentador do programa Excelsior a Go Go na antiga TV Excelsior (Canal 9), atual RedeTV! em São Paulo, junto com comunicador Luiz Aguiar, apresentava músicas dos Vips, Os Incríveis, Trini Lopez, Cidinha Campos, entre tantos outros. Entre 1967 e 1968, já na antiga TV Tupi, (Canal 4), atual SBT em São Paulo, passou a apresentar A Grande Parada, junto com grandes artistas, Neyde Aparecida, Zélia Hoffmann, Betty Faria e Marília Pera. Era um musical ao vivo que apresentava grandes nomes da música popular brasileira.
Como ator e cantor fez três filmes:
Essa Gatinha a Minha - Com Peri Ribeiro e Anik Malvil.
Jerry, A Grande Parada
Jerry em busca do tesouro - Neyde Aparecida e os Pequenos Cantores da Guanabara, apesar do nome cantavam muito bem, atualmente, todos na faixa dos 40 anos.
Em 1969 Ganhou o titulo de Cidadão Carioca.



1954 - Oprah Winfrey, apresentadora de televisão e atriz norte-americana.
Oprah Gail Winfrey (Kosciusko, 29 de janeiro de 1954) é uma apresentadora de televisão e atriz norte-americana, vencedora de múltiplos Emmys pelo seu programa The Oprah Winfrey Show, o talk show com maior audiência da história da televisão norte-americana.
É também uma influente crítica de livros, uma atriz indicada a um Oscar pelo filme A Cor Púrpura e editora da revista The Oprah Magazine. De acordo com a revista Forbes, Oprah foi eleita a mulher negra mais rica no mundo do entretenimento do século XX, a negra mais filantrópica de todos os tempos, e a única pessoa negra bilionária por três anos seguidos. Ela também é, de acordo com a mesma publicação, uma das mulheres mais influentes e ricas do mundo e, em 2008, embolsou mais de um bilhão de dólares. É a apresentadora do talk-show The Oprah Winfrey Show , que está no ar há mais de dez anos. Oprah ganha cerca de 50 milhões de dólares por mês com todas as suas incumbências profissionais. Oprah também é psicóloga.



Athina Onassis, hipista francesa. Athina Hélène Roussel Miranda, (Neuilly-sur-Seine, 29 de janeiro de 1985), nascida Athina Hélène Roussel e mais conhecida como Athina Onassis, é uma competitiva hipista, neta e única descendente viva de Aristóteles Onassis (1906-1975), o lendário armador grego e um dos maiores magnatas da história. Seu nome do meio tem sido assunto de confusão ao longo dos anos. Antes das fotos dos convites de seu casamento em 2005, acreditava-se que seu nome do meio poderia ser Christina ou Alexandra. No entanto, nos convites pôde-se ler claramente Athina Hélène Roussel.


Dia Mundial dos Leprosos

No dia 29 de Janeiro, comemora-se o Dia Mundial dos Leprosos, instituído pela Organização das Nações Unidas, em 1954, a pedido de Raoul Follereau.
A celebração tem como objectivo específico motivar a população mundial a reflectir sobre as condições de vida, de marginalização e de sofrimento dos muitos milhões de pessoas afectadas pela doença de Hansen (Lepra).


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Poema da rosa







Há uma rosa linda
No meio do meu jardim
Dessa rosa cuida eu
Quem cuidará de mim?
De manhã desabrochou
À tarde foi escolhida
Pra de noite ser levada
De presente a minha amiga

Feliz de quem possui
Uma rosa em seu jardim
A minha amiga com certeza
Pensa agora só em mim
Quando sopra o vento frio
E o inverno gela o jardim
Eu tenho calor em casa
E fico quietinho assim

Feliz de quem tem o seu teto
Pra ajudar a sua amiga
A fugir do vento ruim
Que deixa gelado o jardim

Bertold Brecht
(Tradução de Augusto Boal)


Aniversários e comemorações no Brasil e no mundo


Aniversariantes








Paul Jackson Pollock, (Cody, Wyoming, 28 de janeiro de 1912 — 11 de agosto de 1956) foi um pintor dos Estados Unidos da América e referência no movimento do expressionismo abstrato.







Nicolas Sarkozy ,(Paris, 28 de janeiro de 1955) é um advogado e político francês. É o vigésimo-terceiro presidente da França, empossado em 16 de maio de 2007. É também, juntamente com o Bispo de Urgel, o co-príncipe de Andorra.



Nicolas Sarkozy


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Dia do Portuário
Dia do Comércio Exterior - Brasil
Dia de São Tomás de Aquino

A primeira mulher a entrar para a Real Academia Espanhola e presidi-la.


*Cartagena, 1907 - +Madrid, 1996

Carmen Conde, foi a pimeira mulher a entrar para a Real Academia Espanhola e a presidi-la. Isso foi em 1979. Autora de inumeras obras, poesia, teatro, ensaios, contos, novela, biografias, televisão, discursos, conferências, etc. Morreu em Madri no ano de 1996 com Alzheimer em 08 de janeiro.
A Real Academia Espanhola, foi fundada em 1713 em Madri e tem a tutela oficial da língua catelhana.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Dia Internacional de Recordação do Holocausto




A Assembléia Geral das Nações Unidas instituiu o dia de 27 de Janeiro como o Dia Mundial da Lembrança do Holocausto. A data é uma homenagem aos seis milhões de judeus e às outras vítimas do extermínio nazi. Vários países, incluindo Grã-Bretanha, Itália e Alemanha, já consideravam 27 de Janeiro o dia da memória das vítimas do Holocausto pois foi nessa data, em 1945, que as tropas soviéticas libertaram o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia. A resolução, proposta por Israel, foi co-patrocinada por outros 104 países e aprovada por consenso (sem necessidade de votação).

O texto da resolução rejeita qualquer questionamento de que o Holocausto foi um evento histórico, enfatiza o dever dos Estados-membros de educar futuras gerações sobre os horrores do genocídio e condena todas as manifestações de intolerância ou violência baseadas em origem étnica ou crença.
O “Dia da Memória” foi formalmente instituído pela República Italiana em 20 de julho de 2000, com a Lei n. 211. As celebrações do Dia da Memória acontecem de maneira coordenada em Roma, à presença do Presidente da República Giorgio Napolitano, e em todas as Embaixadas da Itália no mundo. A data do dia 27 de janeiro foi escolhida pela força do impacto no imaginário coletivo representada pela derrubada dos portões de Auschwitz, acontecida exatamente em 27 de janeiro de 1945. O “Dia da Memória”, por um lado visa lembrar o momento histórico acima citado, por outro pretende manter viva na memória coletiva a Shoah (“catástrofe”, “destruição”, “desolação”, em língua judia), a prisão e o extermínio dos judeus e os heróis que opuseram-se àquele projeto de genocídio, para que nunca mais eventos parecidos possam acontecer novamente.
Informação conseguida aqui

Mentiras e verdades - Pedro Zeballos



Quando vi que os teus olhos
não olhavam mais nos meus
tentei lhe procurar
mas você não me atendeu.
Pensei em te ligar
e dizer tudo o que sinto
mas você não quis ouvir.
Entre nós há um abismo.
As pessoas nos perguntam
por quê não conversamos
e dizemos que é porque
não nos amamos.
É mentira, sei que é.
Nada mais posso fazer.
Minha sina é te amar,
meu destino é te perder.

Leiam mais poesias desse autor

Dia 27 de janeiro em Blocos




A crise da escuta

Brasigóis Felício
 
Fala-se muito pelas mídias na crise econômica na qual o mundo se acha mergulhado. Mas pouco se fala na crise de valores que talvez tenha levado a esta crise, fruto da ambição insensata por obter maiores lucros, mesmo ao custo de se viver na irrealidade de uma bolha especulativa que, formada à base das pirâmides da picaretagem rasteira, um dia haveria de estourar, porque tudo cai quando cresce ou sobe sem base. O publicitário Nizan Guanaes conta que viu sinais de uma quebradeira mundial quando, em excursão na Europa, viu um homem, em um restaurante, bebendo uma garrafa de champanhe no valor de trinta mil euros.

Continue a ler


Livros em Blocos

Marli Berg
Leiam as dicas preciosas de Marli. Leitura de qualidade garantida.


O leque de cristal

Rogel Samuel,


Estou sentindo o verão. Nunca tanto calor invadiu o céu carioca. O céu do verão é um leque de cristal, como disse o poeta Raymundo Freitas Pinto, que foi meu professor. Não sei por que estou afastado deste verão. Talvez porque a minha praia está poluída. Praia poluída estraga o verão. O mundo do verão fechado dentro do ar condicionado. Lembro-me dos verões de Ipanema, no Pier. Ninguém pode esquecer o Pier.

Aniversário de falecimento de J.G. de Araújo Jorge



Foi conhecido como o Poeta do Povo e da Mocidade, pela sua mensagem social e política e por sua obra lírica, impregnada de romantismo moderno, mas às vezes, dramático.

Foi um dos poetas mais lidos, e talvez por isto mesmo, o mais combatido do Brasil.
Faleceu em 27 de Janeiro de 1987.
Nasceu em 20 de maio de 1914, na Vila de Tarauacá, Estado do Acre. Filho de Salvador Augusto de Araújo Jorge e Zilda Tinoco de Araujo Jorge.
Descendente, pelo lado paterno de tradicional família alagoana, os Araujo Jorge. Sobrinho do embaixador Artur Guimarães de Araujo Jorge, ( autor de inúmeras obras sobre Filosofia, História e Diplomacia), sobrinho neto de Adriano de Araujo Jorge , médico, escritor, grande orador, que foi Presidente perpétuo da Academia Amazonense de Letras, e do Prof. Afrânio de Araujo Jorge, fundador do Ginásio Alagoano, de Maceió.
Descende pelo lado materno dos Tinocos, dos Caldas e dos Gonçalves, de Campos, Macaé, e S. Fidélis, Estado do Rio.
Passou sua infância no Acre, em Rio Branco, onde fez o curso primário no Grupo Escolar, 7 de Setembro. No Rio , realizou o curso secundário nos Colégios Anglo-Americano e Pedro II Colaborou desde menino na imprensa estudantis. Foi fundador e presidente da Academia de Letras do Internato Pedro II, no velho casarão de S.Cristovão, consumido pelas chamas muitos anos depois. Data dessa época, ainda ginasiano, sua primeira colaboração na imprensa adulta: em 1931 viu publicado o seu poema "Ri Palhaço, Ri" no "Correio da Manhã", depois transcrito no "Almanaque Bertand" de 1932.
Entretanto, este como outros trabalhos desse tempo, não foram incluídos em seus livros. Colaborou também no jornal " A Nação" ; nas revistas: " Carioca", "Vamos Ler", etc. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil. Retirado daqui

Razões de amor

Gosto de ti desesperadamente:
dos teus cabelos de tarde onde mergulho o rosto,
dos teus olhos de remanso onde me morro e descanso;
dos teus seios de ambrósias, brancos manjares trementes
com dois vermelhos morangos para as minhas alegrias;
de teu ventre - uma enseada - porto sem cais e sem mar -
branca areia à espera da onda que em vaivém vai se espraiar;
de teu quadris, instrumento de tantas curvas, convexo,
de tuas coxas que lembram as brancas asas do sexo;
do teu corpo só de alvuras - das infinitas ternuras
de tuas mãos, que são ninhos de aconchegos e carinhos,
mãos angorás, que parecem que só de carícias tecem
esses desejos da gente...
Gosto de ti desesperadamente;
gosto de ti, toda, inteira nua, nua, bela, bela,
dos teus cabelos de tarde aos teus pés de Cinderela,
(há dois pássaros inquietos em teus pequeninos pés)
- gosto de ti, feiticeira,
tal como tu és...

Nascimento de Mozart



Wolfgang Amadeus Mozart (AFI: [ˈvɔlfgaŋ amaˈdeus ˈmoːtsart], nome completo: Johann Chrysostom Wolfgang Amadeus Mozart, nascido em  27 de Janeiro de 1756. Morreu em 5 de Dezembro de 1791, foi um compositor prolífico e influente do período clássico, autor de mais de 600 obras - muitas tidas como referências da música sinfônica, concertante, operática, coral, pianística e de câmara - e um dos compositores de música clássica mais populares de todos os tempos.

Mozart mostrou uma habilidade prodigiosa desde sua infância em Salzburgo. Já competente nos instrumentos de teclado e no violino, começou a compor aos cinco anos de idade, e passou a se apresentar para a realeza da Europa; aos dezessete anos foi contratado como músico da corte em Salzburgo, porém sua inquietação o fez viajar em busca de um novo cargo, sempre compondo profusivamente. Ao visitar Viena em 1781 foi afastado de seu cargo em Salzburgo, e optou por ficar na capital, onde, ao longo do resto de sua vida, conquistou fama, porém pouca estabilidade financeira. Seus últimos anos na cidade produziram algumas de suas sinfonias, concertos e óperas mais conhecidas, além de seu Requiem. As circunstâncias de sua morte prematura foram assunto de diversas histórias e lendas; deixou uma esposa, Constanze, e dois filhos.
Mozart sempre aprendeu vorazmente com outros compositores, e desenvolveu uma maturidade e brilho característicos em seu estilo, que variam do claro e gracioso ao obscuro e apaixonado - um conjunto moldado por uma visão da humanidade "redimida através da arte, perdoada e reconciliada com a natureza e com o absoluto". Sua influência em toda a música ocidental é profunda. Ludwig van Beethoven compôs suas primeiras obras seguindo os passos de Mozart, sobre quem Joseph Haydn escreveu que "a posteridade não verá um talento como esse em 100 anos".
Nascimento
Wolfgang Amadeus Mozart nasceu a 27 de Janeiro de 1756, pelas 20h00, na Getreidegasse, rua da cidade de Salzburgo, na Áustria, e foi o último dos 7 filhos de Leopold Mozart e Anna Maria Pertl Mozart, tendo sido baptizado um dia depois, na Catedral de São Ruperto, com o nome latino de Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart. Mozart passou a vida a mudar a forma como se chamava e a forma como era chamado pelos outros.
Nome
Os dois primeiros nomes de batismo recordam que o seu dia de nascimento, 27 de Janeiro, que era o dia de São João Crisóstomo. "Wolfgangus" era o nome do seu avô materno. "Theophilus" era o nome do seu padrinho, o negociante Johannes Theophilus Pergmayr.
Mozart continuou, mais tarde, a fazer modificações ao seu nome, em especial o nome do meio, "Theophilus" (Teófilo) que significa, em grego, "Amigo de Deus". Só em raras ocasiões usou a versão latina deste nome, "Amadeus", que hoje tornou-se a mais vulgar. Preferia a versão francesa Amadé ou Amadè. Usou também as formas italiana "Amadeo" e alemã "Gottlieb".

Uma homenagem de Eliana Mora:

Mozart


Tu pensas notas
como penso poesia.
E as transforma
em pura
bela
doce
s i n f o n i a.




segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

ALICE - Rubens da Cunha






Dedicado a minha avó, Alice, que era analfabeta. À professora Silana Dias e suas alunas da terceira idade. A todas as pessoas que ainda não desistiram.

É o primeiro dia de Alice na escola. Tem 72 anos. Olha tudo meio nervosa, achando que seu tempo passou, que aquilo tudo é bobagem da neta. Cumprimenta os outros, a professora a recebe com cuidado. Alice está diante de algo que nunca esteve: um quadro-negro, uma professora, cadernos, lápis, borracha e amigos de escola.
Alice nunca soube bem porque não aprendeu a ler nem escrever. A vida no cantão onde vivia, a escola muito longe, pai e mãe analfabetos, teve de trabalhar desde cedo, cuidando dos irmãos, da casa, dos bichos. A vida era simples e boa, depois Alice cresceu, conheceu Armindo, e se casou com ele, depois vieram os filhos e Alice foi ficando na sua vida de só cuidar dos outros e se esquecendo um pouco de si. Era feliz, sabia bem até onde a vida podia ir, e a vida andava como Deus queria, pelo menos era assim que Alice pensava, mas o tempo passou, a energia elétrica chegou ao seu lugar, a cidade pareceu ficar mais perto, coisas modernas vieram, chuveiro elétrico, máquina de lavar, televisão. Alice olhava aquilo tudo com certo medo, medo de não saber usar aqueles aparelhos e de ela mesma ser substituída por um deles, medo de não ser mais a cuidadora de tudo.
Algum tempo depois, o marido faleceu, os filhos já tinham vindo para a cidade e trouxeram a mãe. Ela não gostava do barulho daquilo tudo, “sou bicho do mato”, sempre dizia. A cidade lhe parecia muito grande, muito ligeira, e tinha todas essas letras, tudo tinha de ser lido. Era a tristeza de Alice: vir para a cidade e não conseguir ser livre, até para ir à igreja tinha certo receio. Lá no seu lugar sabia se virar, não dependia de ninguém para fazer as coisas, mas aqui, nesse mundão de concreto e asfalto, não pode ir a lugar nenhum sem ter de ficar pedindo informações, essa vergonha que só quem não sabe ler sabe dizer bem direitinho o que é. Aquilo tudo estava fazendo de Alice uma pessoa reclusa. Ficava muito mais tempo em casa do que o normal, quem percebeu melhor isso foi a neta mais velha. Com um pouco de conversa, descobriu que o “mal” da avó era não saber ler nem escrever, ficar feito barata tonta no meio das pessoas. A neta então providenciou tudo e matriculou Alice na escola.
Ao sair do primeiro dia de aula, a neta cá fora esperando, viu no rosto da avó uma iluminação diferente. Ela veio rindo, havia se instalado naquele corpo cansado de mulher uma esperança bem descansada, bem pronta para tudo de novo.
A cada avanço, um novo sorriso no rosto: as primeiras letras, sílabas, o nome, o primeiro texto lido com calma, a voz trêmula, os dedos acompanhando as linhas. Alice, aquela que sempre cuidou de tudo, cuida agora de si mesma com uma alegria gigante. Esses dias, o neto lhe perguntou naquele jeito adolescente de falar: “E aí vó, tá lendo tudo”? Alice, adolescentemente, respondeu: “Tô lendo tudo, tô lendo até o futuro”.





UMA MANHÃ DE VERÃO







O dia amanhece bonito
O céu azul, o Sol de verão
Meu cãozinho comigo

E alguma imaginação
Muitas árvores, muitos pássaros
Água em abundância

Uma volta pelo espaço
Uma agradável fragrância
A brisa passeia pelo campo

Entra pela janela, de leve e com encanto
Movimenta o ar companheiro
E o deixa com aquele olhar fagueiro

Tania Montandon

Aniversário de Tom Jobim e dia da Bossa Nova



Chico Alencar apresentou Projeto de Lei criando o Dia Nacional da Bossa Nova. A data de nascimento de Tom Jobim, 25 de janeiro, foi escolhida em homenagem ao gênio da música brasileira e um dos maiores autores do gênero. Além da homenagem ao movimento, o Brasil estará reverenciando este grande mestre, nascido neste dia no ano de 1927, e contribuindo para a valorização de seus compositores e intérpretes. Leia o PL na íntegra




PROJETO DE LEI No. , de de 2005.
(Do Sr. Deputado Chico Alencar)
Institui o dia 25 de janeiro como
"Dia Nacional da Bossa Nova".
O CONGRESSO NACIONAL DECRETA:
Art. 1o. - Fica instituído o Dia Nacional da Bossa Nova, a ser comemorado em todo território nacional no dia 25 de janeiro.

Dia do carteiro




Faça chuva, faça sol, ele entrega cartas, mensagens e encomendas aos seus devidos destinatários, cumprindo um itinerário preestabelecido, depois de ordená-las rigorosamente.
Também devolve ao remetente o que não pode ser entregue ou providencia o seu encaminhamento para o destino certo.
De quem estamos falando?
Do carteiro ou também tropeiro, que foi o primeiro entregador de correspondências que o Brasil teve, estafeta, carregador de mala postal e inspetor de serviço postal. Antigos nomes que, com suas peculiaridades, marcaram diferentes épocas da história postal brasileira, sendo cada um reflexo de seu tempo.



A profissão na história
Existem várias maneiras de se corresponder com alguém à distância. Telefone, fax e e-mail são algumas delas, mas o correio tradicional é ainda uma das mais usadas e também mais importantes.
Antes dele, rufar de tambores, sinal de fumaça ou pombo-correio. Frente à necessidade de se comunicar, dava-se um jeito. No ano de 3.000 A.C., mensageiros velozes corriam quilômetros para dar recados a governantes. Ao chegar, recitavam o texto da carta. Haja memória e pernas. Não é à toa que a palavra correio deriva do verbo correr (pessoas que levavam as notícias correndo).
Vejamos alguns exemplos rudimentares, porém eficientes na época em que foram criados, de serviços postais.


O primeiro imperador romano, Otávio Augusto, por volta do ano 10 A.C. decidiu construir estradas para os mensageiros levarem e trazerem as mensagens já que o império era muito grande.
Já os incas, povos indígenas que habitaram a América do Sul no século XVI, faziam suas correspondências viajar por uma estrada de pedra, entre Colômbia e Chile, com cerca de 8 mil quilômetros de extensão. A cada 5 quilômetros, um homem esperava o outro que estava por vir, interceptava a mensagem e seguia adiante até encontrar o próximo. O revezamento assim se sucedia até chegar o local de destino, sem cansar os mensageiros.


E o comerciante italiano Marco Polo visitou a China no ano de 1270 e observou que existiam 10 mil postos de correio espalhados pelo território. Os mensageiros chineses entregavam seus objetos postais a cavalo, assim como os persas.
Do navio de Cabral
A primeira correspondência oficial brasileira, enviada daqui para o rei de Portugal em 1500, saiu das mãos do navegante Pero Vaz de Caminha, contando as maravilhas do país recém-descoberto por Pedro Álvares Cabral.


A carta de Caminha é considerada a certidão de nascimento do país por ser seu primeiro documento oficial. Atualmente está guardada na Torre do Tombo, em Lisboa, Portugal.
Breve Cronologia
Da carta de Caminha até a criação do primeiro correio brasileiro passaram-se 173 anos. Em 1673, era criado o "Correio-mor das cartas do mar", que não resolveu o problema de ligação postal entre Brasil e Portugal já existente e preocupante. Os dois países não mantinham um serviço organizado e eficiente, tendo que recorrer às nações vizinhas.
Os problemas só seriam solucionados com a criação dos Correios Marítimos em 1798, que estabeleceu uma ligação postal marítima regular entre Rio de Janeiro e Lisboa.
A primeira agência postal é criada no mesmo ano na cidade de Campos, no Rio, e o serviço de caixas postais passa a ser instituído em 1801.
Em 1844, é criado o serviço de entrega de correspondências a domicílio e 83 anos depois, em 1927, inicia-se o transporte de correspondência via aérea entre América do Sul e Europa.





Três anos mais tarde, o então presidente da república, Getúlio Vargas, instituiu o Departamento de Correios e Télegrafos (DCT), que originaria a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), criada em 20 de março de 1969 e responsável pela prestação de serviços postais, recebendo e despachando para todo Brasil.




Fonte: IBGE

Aniversário de São Paulo em poesia e em prosa





HINO DE SÃO PAULO
Guilherme de Almeida

Paulista, pára um só instante
Dos teus quatro séculos ante
A tua terra sem fronteiras,
o teu São Paulo das bandeiras.

Deixa atrás o presente:
Olha o passado à frente!

Vem com Martim Afonso a São Vicente!
Galga a Serra do mar! Além lá no alto,
Bartira sonha sossegadamente
Na sua rede virgem do planalto.
Espreita-a entre a folhagem de esmeralda:
Beija-lhe a cruz de estrelas da grinalda!
Agora, escuta! Aí vem moendo o cascalho,
Bota-de-nove-léguas, João Ramalho.
Serra acima, dos baixos da restinga,
Vem subindo a roupeta
De Nóbrega e de Anchieta

Contempla os campos de Piratininga!
Este é o Clégio. Adiante está o sertão.
Vai! Segue a entrada! Enfrenta! Avança! Investe!

Norte-Sul-Este-Oeste,
Em “Bandeiras” ou “Monção”
Doma os índios bravios.

Rompe a selva, abre minas, vara rios:
No leito da jazida
acorda a pedraria adormecida:
Retorce os braços rijos.
E tira o ouro dos seus esconderijos!

Bateia, escorre a ganga,
Lavra, planta, povoa!
Depois volta a garoa.

E adivinha através dessa, cortina,
Na tardinha enfeitada de missanga,

A sagrada ColinaAo Grito do Ipiranga!
Entreabre agora os véus!

Do cafezal, Senhor dos Horizontes,
Verás fluir, por plaios, vales, montes,
usinas, gares, silos, cais, arranha-céus!


N.E.:O Hino do estado de São Paulo, também conhecido como Hino dos Bandeirantes, foi instituído pela lei nº 337, de 10 de julho de 1974, que revoga o artigo 3º da lei nº 9854, de 2 de outubro de 1967, determinando o poema Hino dos Bandeirantes, de autoria de Guilherme de Almeida, como letra do hino oficial.



25 de Janeiro
Dora Dimolitsas

Luzes piscando,
Carros passando,
Multidão gritando
É assim na Avenida Paulista
Em dia de festa. Palco na rua
Multidão de gente, alegre tranquila
Cantando e dançando
Esquecendo tudo o mais
Um recompor de energia
Uma recarga de bateria.
Assim é São Paulo
Um Ibirapuera com luzes e cores
Muitas atrações, lago para sonhar
É a cidade da garoa, cidade de gente boa
Das grandes soluções, e dos grandes problemas
Dos alagamentos e das enchentes

São Paulo um mundo, um universo, que de súbito,
Faz muitos se mobilizarem, para uma solução
Ou para fugir da situação, até o céu favorece
São Paulo o meu coração te conhece e te ama.
Parabéns São Paulo!




UMA E OUTRA

Thaty Marcondes

Mudou-se para a Vila Mariana aos 7 anos de idade, em frente à “Pracinha”, como era conhecida a Praça Doutor Carvalho Franco, naquele pedaço do bairro. O pai, militar autoritário, tinha idade para ser seu avô; a mãe, alcoólatra nas horas vagas e nas ocupadas também! Ela? Gordinha, triste, solitária, filha única daquele estranho casal. Logo matricularam-na em Colégio de Freiras, só para meninas, pois, filha de militar, naquela época, era criada debaixo de linha dura, educação rigorosa! A casa, alugada, tinha 3 andares: no nível da rua, a área social e a cozinha; no piso superior, 3 quartos e o banheiro; no piso inferior, abaixo da rua, lá atrás, um quartinho de empregada, um pequeno banheiro, o tanque e um quintal onde seu pai acomodou um orquidário. Continue a ler


APENAS UMA CIDADEZINHA QUE CRESCEU DEMAIS!

Vera Vilela


Segunda feira, 25 de janeiro de 1.993, São Paulo, 17:55 h:
Ana Luiza desce no terminal rodoviário do Tietê. Olha em volta e por instantes se sente compelida a entrar novamente no ônibus e tentar ali, se proteger. E pensa:
— Meu Deus, isso é muito grande, quanta gente! Jamais me acostumarei aqui.
Embarca em uma escada rolante, indicada pelo motorista, e procura pensar em todos os detalhes que ele lhe explicou. Assim não terá que pedir informação para mais ninguém. Afinal dizem que em São Paulo ninguém explica nada direito. Continue a ler